Mulheres Protagonizam 54% dos Filmes de Maior Bilheteria de 2024

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As mulheres viveram um ano marcante no cinema em 2024. Pela primeira vez, mais da metade dos 100 filmes de maior bilheteria do ano – e três dos cinco primeiros – apresentaram uma mulher no papel principal. Isso inclui “Divertida Mente 2”, da Disney (nº 1 e a animação de maior bilheteria de todos os tempos), “Moana 2”, também da Disney (nº 3), e “Wicked”, da Universal Pictures (nº 5). Entre os dez filmes mais lucrativos do ano, cinco acompanharam a tendência.

Um novo estudo da USC Annenberg Inclusion Initiative, programa de pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia, revela que 54 dos 100 filmes de maior bilheteira apresentaram uma protagonista feminina, marcando um aumento significativo em relação a 2023, quando apenas 30 filmes tinham esse perfil. O número também representa um crescimento de 34% em comparação a 2007, ano em que a organização começou a analisar e relatar a disparidade de gênero no cinema. No total, foram analisados 1.800 filmes de maior bilheteira nos últimos 17 anos.

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Entre os principais estúdios em 2024, a Universal foi a que mais apresentou protagonistas ou co-protagonistas mulheres, com 66,7%, seguida pela Warner Bros. Pictures (55,6%) e Lionsgate (54,5%). Cerca de 40% dos filmes da Paramount Pictures (44,4%), Walt Disney Studios (40%) e Sony Pictures Entertainment (38,5%) também tinham uma protagonista feminina.

“Pela primeira vez, podemos dizer que a igualdade de gênero foi alcançada nos filmes de maior bilheteria”, afirma a Dra. Stacy L. Smith, fundadora da iniciativa e coautora do relatório. “Sempre soubemos que protagonistas femininas gerariam lucro. Isso não é resultado de uma tomada de consciência econômica, mas sim de diversos esforços – de grupos de defesa, dos estúdios e de iniciativas de diversidade, equidade e inclusão – para afirmar a necessidade de igualdade nas telas.”

Falta diversidade racial

Apesar dos avanços das mulheres no cinema, a representação racial não acompanhou essa evolução. Nos 100 filmes de maior bilheteira, apenas 25 apresentaram protagonistas ou co-protagonistas de grupos raciais ou étnicos sub-representados, uma queda significativa em relação ao ano anterior, quando esse número foi 37. “Embora os resultados deste ano representem um avanço histórico na representação proporcional das mulheres, ainda há muito a ser feito para as mulheres negras e de outras etnias”, afirmou Katherine Neff, autora principal do estudo. “Esperar mais 17 anos para ver a diversidade completa das mulheres, suas histórias e vozes nas telonas seria tempo demais.”

Além disso, nenhum dos estúdios analisados no estudo lançou filmes com protagonistas desses grupos em proporção à população dos Estados Unidos, de acordo com os novos dados. “A realidade é que o público quer ver histórias sobre mulheres e sobre pessoas não-brancas – os estúdios e cineastas não precisam escolher um dos dois.”

Etarismo no cinema

O estudo também encontrou discrepâncias na distribuição de protagonistas por idade entre homens e mulheres. Oito dos 100 filmes de maior bilheteira de 2024 apresentaram uma mulher com 45 anos ou mais como protagonista ou co-protagonista. Assim como em 2023, apenas uma das protagonistas nessa faixa etária era uma mulher não-branca. Em contrapartida, cinco filmes destacaram homens de grupos raciais ou étnicos sub-representados com 45 anos ou mais em papéis principais, enquanto 16 longas apresentaram protagonistas masculinos brancos nessa faixa etária.

Além da representatividade nas telas, também é preciso olhar para trás delas, onde as mulheres continuam sub-representadas na liderança.

“A indústria alcançou a igualdade de gênero nos papéis principais este ano, mas ela se reflete de maneira desproporcional nas mulheres mais jovens. Já os homens não enfrentam a mesma limitação em suas oportunidades de carreira”, observa Smith. “Isso afeta não apenas o público, mas também a capacidade das mulheres mais velhas de continuar trabalhando. A falta de representação não é apenas uma questão cultural – tem consequências econômicas reais para as mulheres.”

*Cathy Applefeld Olson é colaboradora da Forbes US. Ela é uma jornalista de entretenimento com mais de 30 anos de experiência cobrindo música, televisão, cinema e cultura.

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