Habemus Papam! A frase em latim, que significa “Temos um Papa”, ecoou mais uma vez do balcão da Basílica de São Pedro, no Vaticano. A fumaça branca subiu e o mundo voltou os olhos para Roma. Ainda que o novo líder da Igreja Católica não seja o Papa Francisco, é inevitável comparações com seu antecessor – um homem que, com simplicidade e coragem, empurrou a Igreja em direção a uma agenda mais humana, próxima dos pobres e dos marginalizados.
O novo Papa não chega sem desafios. O mundo continua mergulhado em desigualdades, guerras e crises climáticas. As religiões, inclusive a Católica, enfrentam perda de fiéis, escândalos e desconfiança. Em meio a tudo isso, há algo que chama a atenção: o novo pontífice parece ter um olhar sensível, humano, talvez até progressista. Não se sabe ainda se ele vai continuar o legado de Francisco ou abrir caminhos próprios. Mas já há sinais de esperança.
Alguns vão chamá-lo de comunista, outros de fascista – como fizeram com Francisco, dependendo do tema e do público. Defender os pobres, acolher os refugiados, falar de justiça social ou de cuidado com o planeta costuma incomodar muita gente. Mas é curioso que valores básicos do Evangelho, como compaixão, solidariedade e perdão, sejam confundidos com ideologias extremas. Isso diz muito mais sobre o mundo de hoje do que sobre o Papa em si.
Ainda é cedo para julgar. A história nos ensinará quem é, de fato, esse novo pastor. Por enquanto, resta-nos observar seus gestos, suas palavras e, principalmente, suas escolhas. Se ele seguirá com coragem, enfrentando estruturas de poder e abrindo portas para os que sempre ficaram do lado de fora da Igreja, então talvez estejamos diante de uma nova primavera católica.
Mas uma coisa é certa: Habemus Papam. E, com ele, a esperança de que fé e humanidade possam caminhar juntas num mundo tão dividido.
Marco Antônio André, advogado e ativista de Direitos Humanos