Por Que Essa Marca de Pão de Queijo Está Chamando a Atenção de Grandes Chefs

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Se o pão de queijo é um patrimônio cultural brasileiro, também é uma das iguarias mais onipresentes do país. De padarias de bairro aos aeroportos, há sempre uma versão do quitute disponível por perto – seja artesanal ou congelada, com ou sem recheio. Há quem prefira a receita da família, ou não abra mão de determinada marca. Virou commodity. Diante de tantas opções, para quem ousa entrar nesse mercado competitivo, a pergunta é: como se destacar?

Para as sócias da Pequê, Renata Gomes e Lígia Malheiros, a resposta foi a gastronomia. Em menos de dois anos de marca, com uma receita desenvolvida cuidadosamente ao custo de muitos testes caseiros, as amigas – uma empreendedora da moda, a outra advogada, ambas apaixonadas pelo mundo da comida – já conquistaram um público exigente: os chefs de cozinha e os foodies.

Até Dario Cecchini, italiano considerado um dos chefs de carne mais importantes do mundo, foi fisgado em uma vinda ao Brasil – a ponto de Lígia levar seus congelados para ele em uma ida à Itália. “Chamar a atenção desse segmento não era a intenção inicial, mas acabou se tornando um caminho muito legal”, conta Renata, mineira de Uberaba.

A validação gastronômica veio primeiro pela qualidade do produto, claro. “Brincamos que nosso pão de queijo tem nome e sobrenome, só selecionamos os melhores ingredientes de cada categoria”, orgulha-se a dupla, que é uma das poucas do mercado que usa azeite de oliva ao invés de óleo da receita tradicional. Polvilho doce, (muito) queijo artesanal do interior do estado, iogurte Delicari, leite tipo A e ovos caipiras orgânicos da Raiar completam a massa – que ainda é escaldada, à moda clássica. O resultado é leve, crocante por fora e queijudo na medida.

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De alma mineira, o pão de queijo da Pequê leva azeite ao invés de óleo

Mas as parcerias de peso não pararam nos insumos. Em pouco tempo, a marca – com versões do quitute que vão do tradicional aos palitinhos de parmesão, seu carro-chefe – chamou atenção de cozinheiros e produtores de respeito. O resultado, que já se tornou hit da Pequê, foram collabs com sabores especiais de pão de queijo.

A primeira delas foi com a fazenda Lano Alto, cujo queijo Causo (já premiado com um Super Ouro no Mundial do Queijo) virou recheio. Em seguida, Márcio Shihomatsu, mestre da pasta fresca no renomado restaurante Shihoma, em São Paulo, transformou o clássico cacio e pepe em quitute brasileiro. Lançada em julho do ano passado, virou sucesso de público. “Depois disso, vários chefs vieram até nós dizer que queriam seu próprio sabor”, lembra Renata.

Nascia uma fórmula que se mostrou muito bem-sucedida. Sem medo de ousar, as possibilidades de sabor são infinitas, as collabs viraram desejo entre a comunidade gastronômica paulistana e o público comprou a ideia de versões diferentonas de pão de queijo. As sócias já têm quatro colaborações engatilhadas para os próximos meses, duas delas ainda em fase de testes.

A mais nova delas foi lançada na última quarta-feira (19), dessa vez com uma pegada asiática: pão de queijo recheado com costelinha suína no missô, da mente de Toshi Akuta, do celebrado Izakaya Otoshi. Sem dar spoilers, as amigas enfatizam que estão abertas e querem colaborar com muitos outros chefs. “A gente quer todo mundo”, brincam.

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O mais novo produto da Pequê é uma collab com o chef Toshi Akuta

Com as credenciais certas e oito produtos disponíveis, agora o desafio é furar a bolha. “Não queremos ser conhecidas apenas no mundo da gastronomia. A meta de 2025 é crescer por vários bairros de São Paulo, estar em mais mercados, cafeterias e empórios. Estamos focadas no varejo e no food service”, explica Lígia. Outro braço de negócio que já se mostrou promissor são os eventos, onde a dupla cativa convidados com um buffet de pão de queijo quentinho. Quiosques em shoppings também é outra possibilidade.

A casinha em Pinheiros (SP), onde fica o café e o centro de produção da Pequê, é onde a dupla começou com 50 quilos de pão de queijo por mês. Crescendo aos poucos, agora as batedeiras produzem 700 quilos de massa, um aumento de 1.400% em menos de dois anos. “Não queremos dar passo maior que a perna, começamos pequeninho e estamos subindo os degraus. Sabemos que nosso produto entrega e queremos chegar longe”, garante Renata.

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