Multinacional compra 100 % de indústria catarinense

A ArcelorMittal finalizou a aquisição de 100% da Tuper, de São Bento do Sul. Há nove anos, a multinacional já havia comprado 40% do negócio e, agora, concluiu a compra dos 60% restantes da metalúrgica.

A Tuper, uma tradicional indústria catarinense, passou por dois processos de recuperação judicial – em 2018 e em 2021. Segundo dados oficiais, em 2023, a companhia faturou R$ 2 bilhões e apresentou uma
dívida de R$ 462 milhões.

Os principais mercados da fabricante de aços planos são indústrias dos setores da construção civil e automotivo.

Pesquisa mostra a força econômica do Norte catarinense

Pesquisa feita pela Univille e apresentada em evento, na ACIJ, para lideranças empresariais e políticas,mostra como a região Norte do Estado é decisiva para o desenvolvimento de Santa Catarina.

• O Produto Interno Bruto da região soma R$ 84,06 bilhões. Joinville, sozinha, responde por R$ 45 bilhões – mais da metade do total;

• O município de Araquari cresceu 1.400 % nos últimos dez anos. Neste período, a média da expansão dos oito municípios considerados foi de 300%;

• O levantamento feito com 21 empresas mostra projeção conjunta de investimentos
  de R$ 1,67 bilhão para o biênio 2025/2026;

• Já para o período 2025/2029 as informações colhidas apontam para investimentos
  totais de R$ 3,8 bilhões. Mas, neste caso, apenas metade das empresas
  responderam a esta pergunta.

Melhoria da logística é o foco das prefeituras

A Univille também fez pesquisa sobre as dores do setor público nos oito municípios da
Amunesc. Em síntese, as respostas:

• Prioridade são investimentos em logística, saúde, educação e planejamento urbano.

• As parcerias-público-privadas ainda são raras

• Estão previstos grandes investimentos em saneamento e energia elétrica

• Os bancos de fomento estão preocupados com os custos do crédito.

Reforma tributária vai acabar com todos os incentivos fiscais em 2033 Bb

A reforma tributária vai extirpar os programas de benefícios fiscais concedidos pelos Estados e municípios para atrair investimentos. E isso terá impactos sobre a economia catarinense

A análise dos desafios foi feita pelo secretário de Articulação Internacional e Projetos Especiais, Paulo Bornhausen,no evento promovido pela Associação Empresarial de Joinville para debater o futuro da região Norte de Santa Catarina.

A reforma tributária vai mudar o modelo de arrecadação de tributos. Deixará de acontecer no local da produção e passará para o destino do consumo. Municípios industrializados perderão receita. Para isso será criado um fundo de equalização para socorrer Estados e municípios. Mas ninguém sabe como isso vai acontecer.

O fim dos benefícios fiscais deve provocar fuga de investimentos e, por isso, as autoridades precisam encontrar formas de reduzir os impactos. Diante das armadilhas, é necessário revisar o modelo de desenvolvimento e saber usar a janela da transição que vai de 2026 a 2033.

Então, deverá ser criado o Fundo Catarinense de Competitividade. “Precisamos criar um fundo financeiro robusto para apoiar investimentos em empresas que completem nossa matriz econômica” É essencial desenvolver negócios com base em energia limpa e descarbonização. SC deve atrair um polo de biotecnologia avançada.
Outra preocupação é com a qualidade da migração.

“A região Norte de Santa Catarina (de Garuva até o litoral) será invadida”. Sim. A expansão econômica atraíra cada vez mais pessoas em busca de oportunidades de trabalho. Como buscar talentos em outros estados e trazê-los para cá é um dos desafios.

O outro desafio, bem maior, é como viabilizar adequada formação de mão de obra para as dezenas de milhares de migrantes que já estão chegando, mas não tem conhecimento para trabalhar.

Além, é claro, da grave questão de logística e mobilidade, com a BR-101 estrangulada. É fundamental uma terceira pista ou uma via alternativa para o mais rapidamente possível. Neste contexto, o governador Jorginho Mello assinou documento para a elaboração de estudos ambientais para o projeto da Via Mar.