Evangelium Vitae completa 30 anos como referência para ações pró-vida

Encíclica é uma das mais importantes de João Paulo II e trata fundamentalmente sobre o aborto e eutanásia, expondo a doutrina da Igreja a respeito

Kelen Galvan
Da Redação

Encíclica Evangelium Vitae destaca doutrina católica sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana / Foto: Wirestock de Getty Images via Canva Pro

Há exatos 30 anos, João Paulo II divulgava uma das mais importantes encíclicas de seu pontificado: a Evangelium Vitae. Um documento que se tornou referência quanto à doutrina católica sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana.

A encíclica foi uma resposta às circunstâncias históricas da época, mas continua atual. Ela trata fundamentalmente sobre o aborto e a eutanásia, expondo a doutrina da Igreja a respeito.

Dom Reginei Modolo / Foto: CNBB

“É um documento de singular importância porque rompe com muitas leituras incompletas e falsas acerca dos vários atentados e relativização do valor da vida humana. Oferece denúncia e clareza acerca da existência e propagação de uma cultura da morte, que, por vezes, disfarçada de bondade e compaixão, promove a eliminação da vida humana mais vulnerável”, afirma o presidente da Comissão Especial de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Reginei Modolo.

A Igreja Católica sempre considerou que a vida humana é sagrada e deve ser protegida, desde a concepção até a morte natural. Entretanto, a vida continua ameaçada, por maior que seja o progresso da sociedade. Na Carta Encíclica Evangelium Vitae, João Paulo II, discorre sobre os vários atentados contra a vida e enfatiza que estamos “retornando assim a um estado de barbárie que se esperava superado para sempre”.

Dom Reginei comenta que há um “ofuscamento das consciências”. Ele explica que alguns consideram que determinadas vidas/pessoas humanas são mais valiosas do que as outras, e propõem organizar a sociedade, a economia, o Estado, a saúde, a cultura, etc, em função dessas pessoas consideradas mais valiosas e, por isso, mais plenas de direitos. Porém, ele alerta:

“A vida humana é sempre um bem e não se pode admitir hierarquizações e existência de graus na dignidade da vida humana. Isso é romper com o princípio da igualdade, princípio ético e jurídico basilar da vida social, reconhecível também pela pura razão. Desafia-nos todos a superar este tipo de discriminação, do qual pouco se fala, porque, ou se o disfarça ou se o nega”.

O bispo destaca que, como o próprio nome diz, a “Evangelium Vitae” anuncia o Evangelho da Vida, o qual está no centro da mensagem de Jesus Cristo, e afirma que seus ensinamentos continuam relevantes.

“A Evangelium Vitae foi e permanece de relevância ímpar para a vida pastoral da Igreja, principalmente em temas referentes ao cuidado, promoção e defesa da vida humana. Por isso, a Pastoral Familiar, os movimentos pró-vida e tantas outras iniciativas pastorais da Igreja se inspiraram e continuam a inspirar-se na certeira via apresentada pelo documento: cuidar, promover a vida humana, sobretudo as que mais precisam”, afirma.

Dom Reginei destaca que um exemplo dessa relevância é que nesta terça-feira, 25, dia do aniversário desta encíclica, o Dicastério para os Leigos, Família e Vida emitiu o Documento “A vida é sempre um bem – iniciar processos para uma Pastoral da Vida Humana”. “Documento que pretende propor uma metodologia de planejamento pastoral à luz do Discernimento no Espírito, aplicável nas Igrejas Locais”, explica.

Por fim, o bispo sugere aos fiéis que ainda não leram a Evangelium Vitae, para que o façam. “Além de auxiliá-lo(a) a entender o pensamento da Igreja, seguramente lhe será humana e espiritualmente edificante”, afirmou.

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