Esportes Femininos Devem Ultrapassar US$ 2 Bi em Receita em 2025

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Os esportes femininos têm se expandido ao redor do mundo ao reescrever as regras do jogo e adotar abordagens inovadoras. É o que mostra o mais recente relatório da Deloitte sobre o tema, que destaca o rápido crescimento da receita dos esportes femininos nos últimos anos.

A gigante de consultoria projeta que, em 2025, a receita global dos esportes femininos atingirá US$ 2,35 bilhões (R$ 13,30 bilhões). Para efeito de comparação, no ano passado, a receita foi de US$ 1,88 bilhão (R$ 10,64 bilhões), superando pela primeira vez a marca de US$ 1 bilhão (R$ 5,66 bilhões).

Além disso, a receita de 2024 quase dobrou em relação ao faturamento global de 2023, que foi de US$ 981 milhões (R$ 5,55 bilhões). Em 2022, a receita havia sido de US$ 692 milhões (R$ 3,91 bilhões).

“Estamos testemunhando uma transformação nos esportes femininos – o que antes era visto como potencial agora se tornou uma indústria bilionária em crescimento”, afirmou Pete Giorgio, líder global de esportes da Deloitte em comunicado.

Patrocínios nos esportes femininos

Ao segmentar os dados, a Deloitte estima que, em 2025, a maior parte da receita global (54%) virá de patrocínios e parcerias comerciais, seguida pela transmissão de jogos, que representará 25% da receita total. No ano passado, as transmissões haviam gerado 21% da receita. A receita de bilheteria corresponderá ao restante.

“Com a receita ultrapassando a marca de US$ 2 bilhões neste ano, a discussão não é mais sobre provar valor, mas sobre escalabilidade para o futuro”, diz Giorgio. “O desafio agora é sustentar esse impulso e convertê-lo em sucesso a longo prazo, com investimentos adequados, infraestrutura e oportunidades que permitam o crescimento dos esportes femininos em escala global”.

Regiões com maior faturamento

Geograficamente, a Deloitte projeta que a América do Norte continuará liderando em geração de receita. Em 2025, a região representará 59% da receita total (US$ 1,39 bilhão), um aumento em relação aos 56% de 2024.

A Europa seguirá como a segunda maior região, com previsão de gerar 18% da receita total (US$ 420 milhões). O estudo destaca que, impulsionados pelo futebol, os esportes femininos estão ganhando popularidade em outros países ao redor do mundo, como Marrocos, Japão e Austrália.

Os esportes femininos mais populares

Os dois esportes femininos mais populares continuam sendo o basquete e o futebol. No ano passado, a Deloitte estimou que o futebol feminino representou 39% da receita global, superando o basquete, que ficou com 38%. No entanto, para 2025, a projeção é que o basquete ultrapasse o futebol, alcançando 44% da receita global (US$ 1,03 bilhão), enquanto o futebol responderá por 38% (US$ 820 milhões).

Nos Estados Unidos, o relatório foi lançado no início do torneio de basquete feminino da NCAA, organização que regula o esporte universitário no país, conhecido como “March Madness”, e da temporada de 2025 da National Women’s Soccer League (NWSL). Na temporada passada, ambos os eventos registraram audiências recordes e aumento na receita publicitária.

O crescimento da receita no basquete feminino é impulsionado pelo surgimento de novas estrelas, que têm atraído mais público aos jogos, aumentado as vendas de merchandising e impulsionado investimentos em infraestrutura. Nos EUA, a popularidade crescente das jogadoras de destaque levou a um novo contrato de transmissão negociado pela WNBA, a liga profissional de basquete feminino americana, no ano passado.

Além do futebol e do basquete, esportes como críquete, rúgbi e vôlei também estão atraindo investimentos globais e ampliando as oportunidades comerciais.

Destaques individuais e eventos relevantes

Entre as atletas em ascensão, o estudo cita a americana Ilona Maher, que se tornou a jogadora de rúgbi mais seguida nas redes sociais durante os Jogos Olímpicos de Paris. Em janeiro, Maher se tornou a primeira embaixadora da marca de cuidados com a pele Paula’s Choice. Sua crescente popularidade também ajudou a atrair investimentos para o USA Rugby.

No críquete, eventos como The Hundred, no Reino Unido, e a Women’s Premier League (WPL), na Índia, estão se destacando. Nos EUA, a League One Volleyball (LOVB) iniciou sua temporada inaugural em janeiro, após levantar US$ 160 milhões em investimentos. Além disso, a Professional Women’s Hockey League registrou mais de um milhão de espectadores em sua segunda temporada.

O estudo também cita um relatório da organização “Women in Sport”, que revelou que 41% dos meninos foram inspirados por atletas femininas bem-sucedidas nas Olimpíadas. Apesar de as mulheres terem recebido apenas 43% da cobertura da mídia nos Jogos de 2024, elas conquistaram 53% do engajamento nas redes sociais.

Para o Brasil, os Jogos de Paris foram a Olimpíada das mulheres. Das 20 medalhas que o Brasil trouxe para casa, 12 foram de atletas femininas. Entre os quatro multimedalhistas brasileiros, três foram mulheres: Beatriz Souza e Larissa Pimenta, cada uma com duas medalhas, e Rebeca Andrade, com quatro.

Futuro dos esportes femininos

Em 2025, espera-se um aumento contínuo da receita, maior profissionalização e mudanças estratégicas que ajudarão a moldar o futuro dos esportes femininos.

O próximo estágio de crescimento será definido por investimentos estratégicos, expansão de mercado, novas parcerias de marcas e a sustentabilidade das ligas profissionais, incluindo infraestrutura e inovações na transmissão de eventos.

Neste ano, a Copa do Mundo de Rúgbi Feminino, na Inglaterra, contribuirá para ampliar a popularidade global dos esportes femininos. O evento, que durará cinco semanas e começa em agosto, já quebrou recordes de venda de ingressos. Em 2027, acontecerá a próxima Copa do Mundo Feminina da FIFA, sendo o Brasil o país-sede pela primeira vez, abrindo novas oportunidades de marketing global e marcando um momento histórico para a América do Sul.

Por fim, a Deloitte listou cinco elementos essenciais para o crescimento sustentável dos esportes femininos: revisar o modelo operacional, focar nos fãs, entender o impacto socioeconômico, estabelecer parcerias significativas e considerar diferentes tipos de investimento.

*Brad Adgate é colaborador da Forbes US. Ele é um analista de pesquisa que fornece insights e tendências para anunciantes e comunidades de mídia.

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