Dono do bar em frente ao Augusto Bauer mantém posição e desafia FCF

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Proprietário do bar Na Cara do Gol, Alex Buschirolli concedeu coletiva de imprensa na tarde deste sábado, 1º, reforçando sua posição em não permitir que a vista que seu estabelecimento tem para o estádio Augusto Bauer seja coberta pela Federação Catarinense de Futebol (FCF). Ele relata que sua propriedade, que compreende o centro comercial, termina 1,5 metro à frente dos fundos do estádio, e isto faz com que o terreno do estádio termine 1,5 metro após a linha de fundo.

Um banner da FCF foi instalado para bloquear a janela do bar na manhã deste sábado, 1º. O material foi retirado por funcionários do bar.

“O que aconteceu hoje pela manhã aqui, foi uma invasão no meu terreno. Exatamente isso que acabou acontecendo, por parte de funcionários da Federação Catarinense, colocando uma faixa, obstruindo totalmente a visão aqui do bar. Esta faixa já foi removida, a meu mando, realmente. Até porque ela estava colocada no meu terreno, no meu centro comercial, na minha janela.”

“Então imaginem todos vocês aí, se qualquer vizinho, qualquer estranho se achar na possibilidade de querer fechar sua janela da sua casa porque não gosta de você. Ele vai lá e vai fechar. Não é assim que acontece, o Brasil não funciona assim, né?”, completa.

Esta faixa de 1,5 metro é cedida ao Carlos Renaux sem cobrança de aluguel, conforme relata Buschirolli, para que Brusque e Carlos Renaux continuem utilizando o estádio. Comunicações da FCF sobre a necessidade de bloquear as janelas do bar têm sido encaminhadas ao Brusque.

Perguntado sobre a possibilidade de a FCF interditar o estádio pelo fato de a matrícula terminar 1,5m após à linha de fundo, sem o limite mínimo de 3 metros, Buschirolli desafia a federação a tentar.

Augusto Bauer bar
São 3 metros da linha de fundo à parede; 1,5m pertence ao centro comercial | Foto: João Vítor Roberge/O Município

“Criar desculpas jurídicas sempre é possibilidade, né? A Federação Catarinense já se mostrou várias vezes muito expert com relação a isso. Não vou dizer que ela não pode inventar um motivo e uma desculpa para intervir no estádio. Pode, pode fazê-lo. Agora, eu gostaria de desafiá-la a estar preparada juridicamente para sustentar em relação ao Brusque e em relação ao maior prejuízo, que eles vão ter.”

“Interditar um estádio sem ter um motivo legal ou inventando um motivo legal que não consta em regulamento, que não consta em alvará de bombeiro, que não consta em qualquer situação, acho bastante arriscado, né? Eu posso falar porque eu li muito momento da CBF quando da reforma do estádio”, afirma Buschirolli, que foi um dos responsáveis pela reforma do Augusto Bauer. O acordo para construção do Augusto Bauer incluiu a permuta de parte da área do estádio para a construção do centro comercial em frente.

“Isso já estava no nosso acordo, de forma alguma existe qualquer tipo de restrição. Mas nessa situação ainda a federação quer se fazer exigente, né? Então nós, de forma alguma, queremos criar qualquer tipo de problema, não é nossa intenção. Mas tampouco vamos aceitar ser prejudicados pelo que tá acontecendo”, explica o empresário, mas indicando também que a FCF quer compensações financeiras do bar.

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Imagem com o banner da FCF nesta manhã circula nas redes sociais | Foto: Divulgação

“Nada que atrapalhe o futebol”

Buschirolli defende o estádio e o bar nas condições atuais, afirmando que não há qualquer risco para a prática do futebol e para a segurança do estádio. “Os vidros são vidros de 20 mm, são basicamente vidros blindados, não existe qualquer tipo de reflexo para dentro do estádio, não existe qualquer tipo de risco de alguém jogar qualquer tipo de objeto, nem mesmo [de fazer barulho]. Inclusive a gente já conversou com os jogadores com relação a isso, [não há] nada que atrapalhe o futebol.”

“E nós deixamos todas as medidas mínimas necessárias para para o jogo de futebol profissional a nível de Série B [do Brasileiro], inclusive. Então, a distância da linha de fundo até o centro comercial, a distância das laterais, a distância do fundo do outro lado do gol, totalmente, 100% dentro das normas da CBF, o gramado está 100% dentro das normas da FIFA e da CBF.”

“Está totalmente dentro da legalidade com todos os alvarás, todas as situações, e principalmente: não existe qualquer coisa em qualquer regulamento de CBF ou mesmo do Campeonato Catarinense que impeça”, conclui.

“Então o que está acontecendo aqui nada mais é do que a Federação Catarinense querendo impor ditatorialmente uma vontade dela que não vai acontecer. Essa é essência, tá? Como vocês veem, o cartaz foi colocado hoje de manhã, já foi arrancado, não vai ser mais colocado novamente”, continua o empresário, relatando que a Polícia Militar foi comunicada do ocorrido com a matrícula do terreno.

Brusque Augusto Bauer bar
A vista do primeiro andar do bar | Foto: João Vítor Roberge/O Município

Se a FCF não ceder

Brusque e Chapecoense se enfrentam às 18h30 deste sábado, 1º, no Augusto Bauer, pelas quartas de final da Copa Santa Catarina. Se a FCF voltar a intervir e bloquear a visão do bar, Alex Buschirolli tomará medidas para demarcar o limite do terreno.

“Agora de fato, se a federação inventar a possibilidade de colocar novamente as placas, eu vou botar 60 pessoas sentadas aqui [perto da linha de fundo], dentro do meu terreno, 1,5 m que são meus, olhando o jogo dentro do campo. Aí eu acredito que provavelmente a polícia não vai deixar, por fator de segurança, e o jogo não vai acontecer, né? Então, eu espero bom senso para que seja cumprido. Eu posso falar com absoluta certeza que eu não vou ceder.”

Questão com diretor

Buschirolli também relata que o problema principal tem sido com o diretor de competições da FCF, Carlos Fernando Crispim. “É uma situação que envolve, principalmente — eu não vou nem falar a Federação Catarinense — mas eu vou falar pessoalmente o nome de uma pessoa que é o Sr. Crispim, que eu acho que é o diretor de competições.

“E falo do Crispim por quê? Porque o Sr. Rubens Angelotti [presidente da FCF] sempre é uma pessoa que foi totalmente coerente em relação à reforma, com relação ao clube, mas o Sr. Crispim, infelizmente, parece extremamente intransigente e me pergunto até o porquê destas situações.”

“Não é culpa do Renaux, não é culpa do Brusque, não é culpa da SAF, ninguém teve qualquer tipo de situação com relação a isso. Única e exclusivamente se trata da figura da Federação Catarinense, através do seu diretor de competições, Crispim que busca esse atrito.”

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A vista do segundo andar do bar | Foto: João Vítor Roberge/O Município

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