Como o Novo Governo Trump Está Remodelando o Sistema Alimentar

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As semanas têm sido semanas tumultuadas nos Estados Unidos, à medida que o novo governo Donald Trump e J.D. Vance promove mudanças na assistência humanitária global, imigração e políticas de saúde. Fome — nos EUA e no mundo —, mão de obra no setor alimentício e saúde populacional são alguns dos temas que terão impactos de longo alcance, e que se estenderão muito além dos próximos quatro anos. Confira:

1. Fome: No Mundo e Nos EUA

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Apesar de muitas declarações de campanha voltadas para o controle da inflação, novas políticas e propostas do governo Trump-Vance provavelmente tornarão os alimentos mais caros — prejudicando aqueles que já enfrentam dificuldades para alimentar suas famílias.

De acordo com um novo estudo de economistas universitários, as políticas tarifárias de Trump e seus conflitos comerciais com Canadá, México, China e outros países deverão encarecer produtos importados e os domésticos de forma generalizada.

O governo vigente também tomou medidas para congelar a ajuda externa, incluindo o enfraquecimento ou a extinção da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), principal órgão do governo responsável por fornecer assistência internacional ao desenvolvimento e promover o crescimento econômico sustentável, a segurança alimentar, a saúde global, a democracia, a educação e a resposta a desastres humanitários em países ao redor do mundo.

Em mais de 65 países, a USAID fornece serviços humanitários essenciais, como atendimento médico, ajuda alimentar, fortalecimento da capacidade local e muito mais. Esse congelamento coloca a segurança alimentar global em risco, ao minar programas de assistência que atendem mais de 60 milhões de pessoas.

Nesta semana, quase toda a equipe da agência se prepara para demissões em massa e foi chamada de volta aos Estados Unidos, um processo caro que expõe trabalhadores diplomáticos a riscos e prejudica seriamente os esforços globais de paz, segundo a CNN. Além disso, essa decisão desestrutura vidas e comunidades nos países onde os funcionários da USAID vivem.

“Cortar benefícios para aqueles que precisam de ajuda não é uma forma de reduzir desperdícios no nosso governo”, disse Eric Sorensen, democrata que que atualmente representa o 17º distrito de Illinois na Câmara dos Representantes, o congresso norte-americano.

2. Imigração e Mão de Obra no Setor Alimentício

Das fazendas às fábricas e ao setor de serviços alimentares, grande parte do sistema alimentar dos EUA depende de trabalhadores imigrantes. Cerca de três quartos dos que atuam em áreas rurais do país estão no país documentados ou não, segundo dados de uma pesquisa realizada pelo US Census Bureau e Pew Research Center.

Além de contribuírem para a diversidade cultural das comunidades, dados mostram inúmeras maneiras pelas quais a imigração também fortalece as economias urbanas e rurais. Quase US$ 1 (R$ 5,84 na cotação atual) em cada US$ 6 (R$ 35) arrecadados em impostos nos EUA vem de lares de imigrantes, e a imigração beneficia também os trabalhadores nativos, segundo o Instituto George W. Bush.

Várias das ordens executivas sobre imigração e deportação assinadas até agora — como as operações conduzidas pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) contra imigrantes com ou sem documentação — terão impactos no sistema alimentar.

As fazendas terão dificuldades, a oferta de alimentos diminuirá, os custos provavelmente aumentarão, e analistas projetam que os empregos no setor alimentar poderão ser substituídos pela expansão do sistema de vistos H-2, ou seja, de contratação temporátia de trabalhadores estrangeiros para empregos sazonais em setores como agricultura, que já apresenta condições de trabalho abusivas, denúncias de tráfico humano e roubo de salários.

3. Saúde das Pessoas e do Planeta

A partir de janeiro de 2026, os EUA vão se retirar oficialmente tanto da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto do Acordo de Paris sobre Mudança Climática.

Diversas agências-chave, incluindo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), já começaram a reduzir sua colaboração com a OMS. O governo Trump-Vance também assinou uma ordem executiva suspendendo o financiamento previsto na Lei de Redução da Inflação de 2022, que incluía medidas importantes como as Parcerias para Commodities Inteligentes para o Clima do Departamento de Agricultura dos EUA e bilhões de dólares para diversificação dos sistemas agrícolas.

Esse afastamento das comunidades globais de saúde e assistência humanitária é especialmente preocupante, já que autoridades continuam monitorando a disseminação da gripe aviária de animais, incluindo gado, para humanos.

Como escreveu Stefano Bertozzi, professor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Berkeley, na Califórnia, “esse é exatamente o tipo de situação que queremos monitorar globalmente, colaborando com todos os países, e não apenas com aqueles que atualmente consideramos aliados.”

* Danielle Nierenberg é colaboradora da Forbes EUA, onde escreve sobre agricultura sustentável e questões alimentares. Danielle é cofundadora da Food Tank, uma organização sem fins lucrativos que busca promover alimentos seguros, saudáveis e nutritivos.

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