De pastor socialista a astronauta: os nomes cotados à presidência do Senado, Câmara e Alesc

Parlamentares votam neste sábado (1º) para escolher a nova composição da mesa diretora da Câmara dos Deputados, do Senado e da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina). Os candidatos têm os mais diversos perfis, que vão de pastor a astronauta e ex-presidente de clube de futebol.

Candidatos disputam presidência do Senado e da Câmara neste sábado

Parlamentares escolherão entre cinco candidatos à presidência do Senado e três à presidência da Câmara – Foto: Divulgação/Senado Federal e Câmara dos Deputados/ND

Os mandatos terão duração de dois anos, até fevereiro de 2027. A eleição do presidente e vice-presidente do Senado está marcada para as 10h de sábado, enquanto os deputados federais devem votar às 16h para o comando da Câmara.

Na Alesc, a votação inicia às 14h, no Plenário Osni Régis. Os deputados estaduais escolhem primeiro o presidente, que assume o cargo imediatamente e já comanda a segunda sessão para a eleição dos dois vice-presidentes e quatro secretários.

Quem são os 5 candidatos à presidência do Senado?

Segundo o R7, Davi Alcolumbre (União-AP) é o favorito a assumir a presidência do Senado. Ele conta com o apoio dos partidos PSD, MDB, PT, PL, PP, PDT, PSB, que juntos somam 79 votos, além do endosso do atual presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Davi Alcolumbre

Davi Alcolumbre é favorito para assumir presidência do Senado

O amapaense Davi Alcolumbre é o favorito na eleição à presidência do Senado Federal – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/ND

Davi Alcolumbre, 47 anos, é o atual presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Ele comandou o Senado entre 2019 e 2021, sendo o primeiro judeu e o senador mais jovem a assumir o cargo. Enquanto esteve na cadeira, também assumiu a Presidência da República de maneira interina em 2019.

Natural de Macapá, capital do Amapá, ingressou na polícia pelo PDT, partido pelo qual foi eleito vereador da cidade natal em 2000, aos 24 anos. Também foi secretário de Obras do município. Em 2002, se tornou deputado federal, sendo reeleito por duas vezes.

Filiou-se ao Democratas em 2006, que mais tarde se tornou União Brasil. Em 2018, foi candidato a governador do Amapá, mas não se elegeu. O comerciante amapaense não possui formação superior, tendo iniciado o curso de ciências econômicas no Centro de Ensino Superior do Amapá, mas sem concluir.

Alcolumbre está em seu segundo mandato como senador. Ele chegou à Casa em 2015, com 131 mil votos, e se reelegeu em 2002 com apoio de 196 mil eleitores.

Marcos Pontes

Astronauta Marcos Pontes (PL-SP)

O senador Marcos Pontes é conhecido como o primeiro brasileiro a viajar para fora da órbita terrestre – Foto: Bruno Peres/MCTIC. – Foto: Bruno Peres/MCTIC/ND

Aos 61 anos, Marcos Pontes (PL-SP) acumula um currículo curioso. Ele ficou conhecido por ser o primeiro e único brasileiro a ir ao espaço em 2006.

Ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, o parlamentar lançou sua candidatura à presidência do Senado sem o aval do partido, gerando mal-estar no PL.

O astronauta é filho de um auxiliar de serviços gerais e de uma escriturária. Ele se formou na Academia da Força Aérea, tornando-se piloto de caça, e no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) como engenheiro aeronáutico.

Marcos Pontes obteve o mestrado em otimização de trajetórias orbitais e também é mestre em engenharia de sistemas pela Naval Postgraduate School, da Califórnia, nos Estados Unidos.

Durante 40 anos de carreira, Pontes atuou como aviador, piloto de caça e seguiu carreira militar, chegando ao posto de tenente-coronel. O parlamentar está em seu primeiro mandato como senador.

Eduardo Girão

Eduardo Girão (Novo-CE) concorre à presidência do Senado

Antes de entrar na política, Eduardo Girão já foi presidente do Fortaleza Esporte Clube – Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado/ Reprodução/ ND

O senador Eduardo Girão (Novo-CE), de 51 anos, chegou a se candidatar à presidência da Casa em 2023, mas abdicou minutos antes da votação. Ele também perdeu a disputa pela Prefeitura de Fortaleza em 2024.

Em 2004, fundou a Associação Estação da Luz, uma entidade sem fins lucrativos que atua na área social e na produção audiovisual. Assumiu em 2017 a presidência do Fortaleza Esporte Clube e renunciou no mesmo ano.

Assim como Alcolumbre, o parlamentar não concluiu o ensino superior. Eduardo Girão foi empreendedor durante anos nos setores de segurança privada e hotelaria.

O cargo como senador foi o primeiro de sua vida política. Nas redes sociais, ele se define como cristão, pró-vida, pró-família e contra o aborto e jogos de azar.

Soraya Thronicke

Soraya Thronicke (Podemos-MS) disputa comando da Mesa Diretora do Senado

Senadora Soraya Thronicke disputou as eleições presidenciais em 2022, como adversária do ex-aliado Bolsonaro – Foto: Waldemar Barreto/ Agência Senado1

Soraya Thronicke (Podemos-MS) está em seu primeiro mandato como senadora, eleita em 2019 com 373.712 votos. Ela chegou ao Senado com o apoio do então presidente Jair Bolsonaro (PL), mas se distanciou dele durante a pandemia.

Em 2022, concorreu à Presidência da República pelo União Brasil. Em 2023, deixou o partido e se filiou ao Podemos. A senadora começou a atuar na política liderando protestos contra a corrupção e patrocinando ações judiciais contra o que classificava como abusos de poder e ilegalidades.

Aos 51 anos, é formada em direito pela União da Associação Educacional Sul-Matogrossense e atualmente comanda a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação do Senado.

A senadora também é presidente estadual do Podemos, vice-líder da bancada feminina no Senado e relatora da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Bets.

Marcos do Val

Marcos do Val (Podemos-ES) teve bens bloqueados pelo STF

Em 2024, Marcos do Val teve até R$ 50 milhões bloqueados pela Justiça – Foto: Roque de Sá/ Agência Senado

Colega de partido de Soraya Thronicke, Marcos do Val (Podemos-ES) está em seu primeiro mandato como senador. Antes de ingressar na política, serviu como militar no Exército Brasileiro, atuando no 38º Batalhão de Infantaria. Ele é mestre na luta japonesa Aikido.

Além disso, é fundador do Centro Avançado em Técnicas de Imobilizações (CATI). O parlamentar de 53 anos ganhou destaque na mídia ao ser investigado por expor e atacar, por meio das redes sociais, delegados da Polícia Federal  que investigam Bolsonaro e seus apoiadores.

Em 2024, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio de até R$ 50 milhões das contas do senador por descumprimento de ordens judiciais.

A decisão afetou todos os subsídios, incluindo verbas indenizatórias destinadas à manutenção do mandato. Posteriormente, o ministro autorizou o desbloqueio de 30% do salário de Marcos do Val, equivalente a R$ 13,2 mil, considerando sua remuneração bruta de R$ 44 mil.

Conheça os 3 candidatos à presidência da Câmara dos Deputados

Hugo Motta (Republicanos-PB) é o favorito a assumir a presidência da Câmara, de acordo com o R7. Além do apoio do atual presidente Arthur Lira (PP-AL), o candidato tem ao seu lado 18 partidos, que podem somar 496 votos. Somente o PSOL e o Novo não aderiram à campanha.

Hugo Motta

Hugo Motta (Republicanos-PB) tem apoio de 18 partidos na disputa

Hugo Motta é o candidato favorito ao comando da Câmara neste sábado – Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

Natural de João Pessoa, na Paraíba, Hugo Motta é atualmente o líder do Republicanos na Câmara dos Deputados, cargo que ocupa após conquistar sua reeleição em 2022 com 158.171 votos.

O parlamentar mais votado de seu estado iniciou sua trajetória política em 2005, ao se filiar ao PMDB (hoje MDB). Aos 21 anos, conquistou sua primeira vaga na Câmara em 2010, tornando-se o deputado federal mais jovem do Brasil.

Formado em medicina pela Universidade Católica de Brasília, Motta presidiu, em 2014, a Comissão de Fiscalização e Controle. No ano seguinte, comandou a CPI da Petrobras, que investigou irregularidades na construção de refinarias no país.

Durante sua carreira, também foi vice-líder de diferentes blocos partidários na Câmara, atuando como parte da base nos governos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro.

Hugo Motta se aproximou do governo Lula após a entrada de Silvio Costa Filho no Ministério dos Portos e Aeroportos. O deputado vem de uma família com forte presença política na Paraíba: seu avô, Nabor Wanderley, foi prefeito de Patos na década de 1950, e seu pai, também chamado Nabor Wanderley, é o atual prefeito da cidade.

Pastor Henrique Vieira

Pastor Henrique Vieira tem apenas o apoio do PSOL

Pastor Henrique Vieira foi aluno do ex-deputado Marcelo Freixo – Foto: Mário Agra/Agência Câmara

Aos 37 anos, Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) está no primeiro mandato como deputado federal e tem o apoio apenas de seu partido. Ele é filiado ao PSOL desde 2007 e foi eleito vereador de Niterói com 2.878 votos em 2012.

O pastor, no entanto, não conseguiu se reeleger em 2016. Ele se tornou deputado federal seis anos depois, com 53.933 votos, e atualmente, é vice-líder do governo Lula e líder da bancada do PSOL na Câmara.

Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, é graduado em ciências sociais pela Universidade Federal Fluminense, em teologia pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro e em história pela Universidade Salgado de Oliveira.

A família do parlamentar não tem tradição na política. Ele é filho de um alfaiate e de uma professora da rede pública da educação infantil. Henrique Vieira foi aluno universitário do ex-deputado Marcelo Freixo (PT) e é um dos cinco fundadores da Igreja Batista do Caminho, criada em 2009.

Marcel van Hattem

Marcel van Hattem (Novo-RS) concorre à presidência da Câmara

“Não quero viver em outro país, quero viver em outro Brasil”, diz o deputado federal Marcel Van Hattem – Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados/ND

O gaúcho Marcel van Hattem (Novo-RS) foi eleito deputado federal em 2018, mesmo ano em que se filiou ao Partido Novo. Ele se reelegeu em 2022.

O parlamentar começou a vida política aos 18 anos, em 2004, quando foi eleito vereador de Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul. Ele exerceu o cargo de deputado estadual como primeiro suplente do PP de fevereiro de 2015 a março de 2018.

Marcel van Hattem é bacharel em relações internacionais e possui especialização lato sensu em direito, economia e democracia constitucional, ambos pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

O deputado obteve o grau de mestre em ciência política pela Universidade de Leiden, na Holanda, e em jornalismo, mídia e globalização pela universidade dinamarquesa de Aarhus e pela universidade holandesa de Amsterdã.

Quem é o único candidato à presidência da Alesc?

Deputado Júlio Garcia (PSD) é candidato à presidência da Alesc

Júlio Garcia já tem o apoio necessário para se eleger presidente da Alesc neste sábado – Foto: Arquivo/ND

A eleição do novo presidente da Alesc pode ser realizada em dois turnos, em caso de três ou mais candidatos. No entanto, somente um deputado estadual lançou sua candidatura até o momento.

Júlio Garcia (PSD) conta com apoio de outros seis partidos no pleito e foi endossado pelo governador Jorginho Mello (PL), em troca de duas cadeiras para o PL na mesa diretora. O deputado já presidiu a Alesc por três mandatos, sendo eleito em 2005, 2007 e 2019.

Em entrevista ao ND Mais, o Jorginho Mello destacou que o relacionamento com outros partidos é fundamental para manter “a harmonia entre os poderes”.

“Ele vai ser presidente por unanimidade, eu não tenho dúvida disso e a relação da Assembleia vai continuar de forma respeitosa, a gente trabalhando junto”, declarou o governador.

A disputa agora é sobre a composição da mesa diretora, que deve ocorrer na segunda-feira (3), primeiro dia de trabalho do legislativo. Os deputados devem escolher quem vai ocupar os postos de 1º e 2º vice-presidentes e 1º, 2º, 3º e 4º secretários.

Aos 74 anos, Júlio Garcia está em seu sétimo mandato como deputado estadual. Ele cursou Técnico em Contabilidade e já presidiu o Badesc (Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina) e a Casan (Companhia de Água e Saneamento de Santa Catarina). Chegou a assumir o Governo do Estado por 12 dias em 2005.

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