Conheça o Gestor de 81 Anos Que Ficou Bilionário Investindo em Elon Musk

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

O eterno otimista e bilionário gestor de fundos Ron Baron teve um ótimo 2024. Do ponto de vista de investimentos, o gestor de 81 anos é há muito conhecido como o maior fã de Elon Musk, graças às apostas gigantescas de seu fundo na Tesla e na SpaceX, que dispararam desde o início de novembro.

O principal fundo da empresa, o Baron Partners Fund, com US$ 7,3 bilhões (R$ 45,3 bilhões) em ativos, que tem 40% de seus ativos investidos na Tesla, subiu 37% no ano, em grande parte devido ao aumento de mais de 75% no preço das ações da Tesla até agora neste ano. Outros 17% do portfólio estão investidos na SpaceX.

Leia também

  • elon musk
    Forbes Tech

    Elon Musk é o Maior Empresário de Todos os Tempos?

  • Veículos da Tesla
    Forbes Money

    Queda das Ações da Tesla Reduz Fortuna de Elon Musk em US$ 11,4 Bi (R$ 70,7 Bi)

  • Escolhas do editor

    Musk promete “guerra” por vistos para trabalhadores estrangeiros

Os clientes de Baron, muitos dos quais são aposentados com apetite para risco concentrado, estão acostumados com as grandes apostas de Baron dando frutos: desde sua criação em 1992, o fundo tem oferecido um retorno médio anualizado de quase 15%. Segundo dados da Morningstar, o Partners Fund tem consistentemente figurado entre os principais fundos do país, graças a um retorno médio anual de 31%, 22% e 21% nos últimos cinco, dez e quinze anos, respectivamente.

Outro grande fundo de Baron é o Baron Growth Fund, com US$ 7,7 bilhões (R$ 47,7 bilhões) em ativos, que se concentra em empresas americanas de pequeno porte com potencial significativo de crescimento. O fundo teve um desempenho inferior neste ano — subiu apenas 3%, em grande parte porque não tem exposição à Tesla ou à SpaceX. Desde sua criação em 1994, no entanto, o fundo tem registrado um retorno médio anualizado de mais de 12%.

Nos últimos anos, nenhum investimento trouxe maiores lucros do que a aposta de longa data de Baron na Tesla. Ele investiu inicialmente cerca de US$ 400 milhões (R$ 2,48 bilhões) na empresa entre 2014 e 2016, adquiridos a preços médios entre US$ 10 (R$ 62) e US$ 12 (R$ 74,40) por ação.

“Elon será o primeiro a se tornar trilionário e multitrilionário”, prevê Baron. Musk recentemente se tornou a primeira pessoa a ultrapassar um patrimônio líquido de mais de US$ 400 bilhões (R$ 2,48 trilhões), segundo cálculos da Forbes.

Após a vitória eleitoral de Trump, em 8 de novembro, a Tesla ultrapassou uma capitalização de mercado de US$ 1 trilhão (R$ 6,2 trilhões), juntando-se a nomes como Apple e Microsoft. Baron prevê que a empresa de carros elétricos valerá até US$ 5 trilhões (R$ 31 trilhões) nos próximos dez anos. “Se Musk tiver sucesso com robôs ou direção autônoma, pode ser até mais do que isso”, acrescenta.

Embora Baron admita que houve algumas saídas de fundos devido ao desempenho medíocre das ações da Tesla nos últimos três anos, ele vê apenas potencial de alta daqui em diante. Ele reduziu a posição em 2021 — de uma alocação de 45% no Baron Partners Fund, mas principalmente para rebalancear o portfólio. Baron diz que não tem planos de reduzir ainda mais sua posição atual.

A fortuna do investidor bilionário aumentou junto com sua aposta bem-sucedida na Tesla. O patrimônio líquido de Baron cresceu para US$ 6,5 bilhões (R$ 40,3 bilhões), segundo estimativas da Forbes, de US$ 5,1 bilhões (R$ 31,6 bilhões) no início deste ano. Ele fundou sua empresa, Baron Capital, em 1982, com apenas US$ 10 milhões (R$ 62 milhões) sob gestão e rapidamente construiu uma reputação como investidor respeitado de compra e manutenção. Ele agora supervisiona US$ 48 bilhões (R$ 298 bilhões) em 19 fundos.

Apesar da idade, Baron insiste que ainda se sente como um adolescente e não tem intenção de se aposentar: “Quero fazer US$ 200 bilhões (R$ 1,24 trilhão) em dez anos, não US$ 50 bilhões (R$ 310 milhões)”, diz Baron, referindo-se aos seus ativos sob gestão. “Depois disso, nos próximos dez anos, quero que meus filhos e executivos dobrem isso novamente.”

Apesar de seus elogios à Tesla, o que mais anima Baron — e há anos — é a empresa de foguetes de Musk, a SpaceX, de propriedade privada. No início de dezembro, o valor de mercado da empresa subiu para US$ 350 bilhões (R$ 2,17 trilhões) quando ela recomprou ações. Foi um aumento de 67% em relação à avaliação anterior de US$ 210 bilhões (R$ 1,3 trilhão) em junho. Antes da última rodada de financiamento, a participação de Baron valia cerca de US$ 2,6 bilhões (R$ 16,12 bilhões).

Baron vê um enorme retorno sobre seu investimento, prevendo que a empresa atingirá uma avaliação de US$ 400 bilhões (R$ 2,48 trilhões) até 2027 e de US$ 600 bilhões (R$ 3,72 trilhões) até 2030. “A SpaceX está construindo a ferrovia para o espaço, e a reutilização de seus foguetes é uma grande vantagem competitiva”, diz Baron. Ele também está particularmente otimista quanto ao serviço de banda larga de internet da empresa, o Starlink, que agora está sendo adotado por várias grandes companhias aéreas dos EUA e internacionais: “Todos vão querer isso.”

Elon Musk como ídolo

Quanto ao novo papel de Musk no governo — especificamente sendo nomeado por Trump para ajudar a liderar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), Baron permanece otimista de que o CEO da Tesla e da SpaceX pode fazer um bom trabalho. A ajuda de Musk para “eliminar regulamentações onerosas” será boa para os mercados, ele diz, além de poder ajudar a lidar com o crescente problema do déficit dos EUA.

Baron também aponta para o modelo da SpaceX em comparação com seus concorrentes — como seus custos mais baixos e tempos mais rápidos, argumentando que Musk pode trazer um pouco dessa mesma eficiência para o governo. “Trump tem um dos homens mais brilhantes do planeta ao seu lado e está ouvindo-o”, diz Baron.

Depois da Tesla e da SpaceX, as maiores participações de Baron são na companhia de seguros Arch Capital Group, com US$ 14 bilhões (R$ 86,8 bilhões) em receitas, na empresa de consultoria em tecnologia Gartner e no fornecedor de dados imobiliários comerciais CoStar Group. Suas participações nessas empresas valiam, respectivamente, US$ 2,3 bilhões (R$ 14,26 bilhões), US$ 2 bilhões (R$ 12,4 bilhões) e US$ 1,4 bilhão (R$ 8,68 bilhões) no final do terceiro trimestre.

Outras escolhas de ações favoritas de longa data de Baron incluem a bolsa de mercado de Nova York, MSCI, e a operadora de montanhas de esqui do Colorado, Vail Resorts. Embora as ações tenham apresentado desempenho inferior ao do S&P 500 este ano, Baron argumenta que essas empresas ainda são ótimos exemplos de negócios duráveis de longo prazo, com vantagens competitivas únicas ou perspectivas de crescimento. Ele gosta que a Vail tenha visto demanda crescente, sem mencionar que ela garante uma grande parte de sua receita antes mesmo do início da temporada de esqui, vendendo a maioria de seus passes com antecedência. Segundo os registros, cerca de 2,3 milhões de hóspedes já compraram passes de resort antecipadamente para a temporada de 2025, representando cerca de 75% de todas as visitas de esquiadores. A bolsa de mercados emergentes MSCI, por sua vez, tem exposição global e se beneficiou da mudança para investimentos passivos, aponta Baron.

Seus fundos geralmente têm baixa rotatividade, buscando dobrar o retorno sobre um investimento aproximadamente a cada cinco anos. Ele só vende ações de uma empresa se seu crescimento desacelerar ou se os fundamentos de seus negócios mudarem — e quando isso acontece, ele sai o mais rápido possível e segue para a próxima grande ideia, diz ele. No último ano, ele vendeu ações de empresas como o motor de busca chinês Baidu e a empresa de cassinos PENN Entertainment (anteriormente Penn National Gaming).

Para o futuro, a empresa de Baron também começou a considerar ETFs ativos, apesar de ser uma das últimas resistentes aos fundos mútuos na tendência de investimento passivo. Os dois filhos de Baron, Michael e David, estão envolvidos na administração do negócio e têm instado-o a considerar o crescimento da empresa dessa maneira. “Eu fui negativo sobre ETFs por muito tempo, mas há bons benefícios fiscais”, admite.

“Eu preciso ser muito maior”, diz Baron, sem dúvida inspirado pelo sucesso de seu amigo Musk. “Quero ser uma empresa de trilhões de dólares.”

Escolhas do editor

  • Escolhas do editor

    5 Passos Financeiros para se Tornar Milionário em 2025

  • Frederic J. Brown/AFP
    Escolhas do editor

    As 10 Pessoas Mais Ricas do Mundo em Janeiro de 2025

  • Escolhas do editor

    Maçãs, Peras e Cerejas: Conheça o Pomar de 60 Anos da Família Mathison

O post Conheça o Gestor de 81 Anos Que Ficou Bilionário Investindo em Elon Musk apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.