Papa: unidade é dom de Deus e deve ser buscada com diálogo e oração

Em mensagem ao Patriarca Ecumênico de Constantinopla enviada por ocasião da Festa de Santo André, Francisco destaca esforços para promover unidade cristã

Da Redação, com Vatican News

Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, e Papa Francisco reunidos em audiência em 30 de setembro de 2023 / Foto: Vatican Media/­Handout via REUTERS

Uma delegação do Vaticano viajou para Istambul para participar da celebração litúrgica de Santo André. Posteriormente, os representantes pontifícios se encontraram com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, e o prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, entregou uma mensagem do Papa Francisco.

O gesto faz parte de um tradicional intercâmbio que acontece todos os anos, nas festas dos padroeiros. Em 29 de junho, quando são comemorados São Pedro e São Paulo, patronos da Igreja de Roma, uma delegação ortodoxa visita a capital italiana, e em 30 de novembro, na Festa de Santo André, patrono da Igreja de Constantinopla, um grupo do Vaticano viaja para Istambul.

Em sua mensagem, Francisco recorda que no dia 21 deste mês comemorou-se 60 anos da promulgação do Decreto Unitatis Redintegratio, durante o Concílio Vaticano II, marcando a entrada oficial da Igreja Católica no movimento ecumênico e abrindo-a ao diálogo.

O Papa reconhece que a relação com a Igreja Ortodoxa tem sido bastante frutífera, e o primeiro destes frutos é a “renovada fraternidade que hoje vivemos com particular intensidade”. Contudo, aponta que o objetivo final deste diálogo, que é a plena comunhão entre todos os cristãos, “a partilha do único cálice eucarístico”, ainda não foi concretizado nem mesmo entre católicos romanos e ortodoxos.

Abertura ao diálogo

Diante disso, o Pontífice frisou a importância de manter a esperança e o empenho, confiando que a unidade é um dom divino que pode ser acolhido por meio de oração, diálogo e abertura recíproca. Além disso, salientou a importância do diálogo inter-religioso como um caminho promissor, especialmente em um mundo marcado por divisões e conflitos.

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O Santo Padre recordou a última Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em outubro. Ele escreveu como a escuta mútua e a cooperação, valores que podem inspirar católicos e ortodoxos no caminho da reconciliação, marcaram a experiência vivida durante os dias de Sínodo. “Ouvir sem julgar deve caracterizar a jornada conjunta entre católicos e ortodoxos”, enfatizou.

Testemunho de comunhão

Por fim, Francisco citou a celebração dos 1700 anos do Concílio de Niceia, que acontecerá em 2025, e sublinhou o desejo de celebrar esse evento juntamente com o Patriarca Bartolomeu I, constituindo um testemunho da comunhão crescente entre as Igrejas e um sinal de esperança para o mundo.

O Papa concluiu sua mensagem renovando suas orações pela paz em regiões como Ucrânia, Palestina, Israel e Líbano, e reiterando o compromisso da Igreja Católica com o diálogo e a unidade. “A plena comunhão é um dom de Deus que devemos buscar com oração, conversão interior e abertura mútua”, finalizou.

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