Papa: Documento Final do Sínodo é magistério e deve ser implementado

Em nota, Francisco informa que promulgou o documento e o enviou às dioceses e arquidioceses; “Faz parte do magistério ordinário do sucessor de Pedro”, indica

Da redação, com Agência Ecclesia

Participantes da Assembleia Sinodal posam para fotografia após encerramento da última sessão de trabalhos e aprovação do Documento Integral / Foto: REUTERS/Remo Casilli

O Papa publicou nesta segunda-feira, 25, uma “nota de acompanhamento” do documento final da XVI Assembleia Geral do Sínodo, encerrada em outubro deste ano. No texto, o Pontífice sublinha o valor do documento como “magistério” pontifício e a necessidade de implementação nas comunidades católicas.

“O documento final faz parte do magistério ordinário do sucessor de Pedro [o Papa] e, como tal, peço que seja aceito. Ele representa uma forma de exercício do magistério autêntico do bispo de Roma que tem algumas características novas, mas que, de fato, corresponde ao que tive a oportunidade de apontar em 17 de outubro de 2015, quando afirmei que a sinodalidade é a estrutura interpretativa apropriada para entender o ministério hierárquico”, indica, citando o discurso que proferiu no 50.º aniversário da instituição do Sínodo dos Bispos. A conclusão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos não põe fim ao processo sinodal, acrescenta Francisco.

Sínodo sobre a sinodalidade

A assembleia sinodal, cuja segunda sessão ocorreu de 2 a 27 de outubro, com o tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão”, começou com a participação de milhões de pessoas, em 2021. A primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo aconteceu em outubro de 2023.

“Reconhecendo o valor do caminho sinodal concluído, entrego agora a toda a Igreja as indicações contidas no documento final, como restituição do que amadureceu ao longo desses anos, por meio da escuta e do discernimento, e como orientação autorizada para sua vida e missão”, escreve o Pontífice.

O Papa promulgou o documento final e enviou-o às comunidades católicas, sem publicação de exortação pós-sinodal, uma possibilidade prevista na constituição apostólica Episcopalis communio (2018). Ele recorda que toda a Igreja foi chamada a ler sua própria experiência e a identificar os passos a serem dados para viver a comunhão, realizar a participação e promover a missão que Jesus Cristo lhe confiou.

Aplicação nas dioceses

Segundo o Santo Padre, agora a jornada continua nas Igrejas locais e em seus grupos, valorizando o documento final que foi votado e aprovado pela Assembleia. “Eu também o aprovei e, assinando-o, ordenei sua publicação, juntando-me ao ‘nós’ da Assembleia que, por meio do documento final, se dirige ao santo e fiel Povo de Deus”, indica. Francisco sublinha que as dioceses, conferências episcopais e outros organismos eclesiais são chamados a “fazer escolhas consistentes” com o que está indicado no documento final do último Sínodo, por meio dos processos de discernimento e tomada de decisão previstos pela lei e pelo próprio documento.

O Pontífice retoma o que afirmou após o Sínodo sobre a Família (2014 e 2015), destacando que pode haver, na Igreja, “diferentes maneiras de interpretar certos aspetos da doutrina ou certas consequências que dela decorrem”.  Em muitos casos, trata-se de implementar efetivamente o que já está previsto no direito existente, tanto latino quanto oriental. “Em outros casos, será possível proceder, através de um discernimento sinodal e no âmbito das possibilidades indicadas pelo documento final, à ativação criativa de novas formas de ministerialidade e de ação missionária, experimentando e submetendo as experiências à verificação”.

Esta “fase de execução” do caminho sinodal, com base nas orientações oferecidas pelo documento final, vai ser acompanhada pela Secretaria-Geral do Sínodo, juntamente com os Dicastérios da Cúria Romana.

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