Com futebol suíço e vôlei misto para surdos, Paracopa SESC Brusque é realizada neste sábado

Foi realizada neste sábado, 21, mais uma etapa da ParaCopa Sesc Brusque. Na ocasião, deficientes auditivos disputaram partidas de vôlei misto e futebol suíço. O evento, que começou no início do mês, ofereceu competições e oportunidades educativas, alinhadas com os valores de educação, atividade física, esporte e recreação para Pessoas com Deficiências (PcDs).

Segundo o organizador do evento e técnico de atividades, Jussinei Sartori, o evento ocorreu dentro da normalidade. Participaram equipes de voleibol e futebol de Florianópolis, Palhoça, Jaraguá do Sul, Itajaí e Brusque.

“Já estamos com as modalidades de vôlei em andamento, com seis equipes. No futebol, tudo está transcorrendo normalmente. O pessoal está super empolgado, as equipes têm torcida, e muitos vieram de fora. Está bem legal”, disse o organizador.

Questionado, Jussinei afirma que a Paracopa SESC já é uma realidade no estado. “Esta é a 11ª edição. O SESC de Brusque foi quem iniciou esse movimento. Atualmente, além de Brusque, a competição também está sendo realizada em outras três cidades, em datas diferentes”.

Para o organizador, trata-se de um movimento que não tem mais volta. Sobre a reação dos atletas e suas famílias, ele compara com a das Paralimpíadas.

“A Paracopa começou com o basquete, depois tivemos xadrez para deficientes visuais, e agora temos futebol e vôlei para deficientes auditivos. A importância dessa iniciativa é fundamental para que esses grupos de pessoas tenham acesso a esse tipo de atividade, pois, muitas vezes, acabam não participando ou competindo em eventos que não são inclusivos às suas necessidades”, complementa.

Quanto ao futuro, ele comenta que a existência da competição é essencial. “A cada ano, queremos crescer, trazer novidades, oferecer atividades diferenciadas e modalidades novas para essas competições”.

Prazer de participar

A vice-presidente da Associação de Surdos de Brusque e da Federação Desportiva dos Surdos de Santa Catarina, Camila Carolina da Costa Voss, contou à reportagem que, para as pessoas surdas, foi muito importante participar dos jogos.

“Os jogos promovem a igualdade, permitindo que nos comuniquemos em língua de sinais, por oralização ou leitura labial, sem a necessidade de aparelhos auditivos ou implantes cocleares. Para nós, o ambiente é silencioso durante as competições, o que traz desafios únicos em um contexto predominantemente auditivo”.

Ela também aproveitou para agradecer o convite da Paracopa para participar das modalidades de vôlei e futebol suíço. Segundo Camila, essa iniciativa foi essencial para a inclusão de deficientes auditivos no esporte.

“É maravilhoso promover encontros, fazer novas amizades e mostrar para nossas famílias, assim como para pessoas surdas que ainda não se identificam, a importância da comunidade surda”.

Camila já integrou a seleção brasileira de voleibol de surdos, competindo no Pan-Americano em Brasília, em 2019, e na semana passada foi pré-convocada para o Pan-Americano, que será realizado em Canoas (RS), no mês de novembro.