Ex-chefe do Exército disse que prenderia Bolsonaro caso suposto plano golpista seguisse adiante

O ex-comandante do Exército, o general Freire Gomes, afirmou que prenderia Jair Bolsonaro caso o, até então presidente, prosseguisse com suposto plano golpista.

A informação de que um suposto golpe de Estado dependeria da aprovação do Exército foi divulgada após o sigilo de depoimentos do inquérito que apura o plano serem derrubados nesta sexta-feira (15), pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Plano golpista teria sido arquitetado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e auxiliares próximos, incluindo militares do alto escalão do governo dele

Plano golpista teria sido arquitetado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e auxiliares próximos, incluindo militares do alto escalão do governo dele – Foto: Tânia Rego/Agência Brasil/Arquivo

O inquérito apurou uma suposta tentativa de golpe de Estado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e auxiliares próximos, incluindo militares do alto escalão do governo dele.

Um dos ouvidos pela investigação foi o ex-comandante do Exército, Marco Antonio Freire Gomes que respondeu a perguntas da PF (Polícia Federal) por mais de sete horas e apontou o envolvimento de Bolsonaro na trama golpista.

Suposto plano golpista de Jair Bolsonaro dependia de general do Exército, revelou depoimento

Um dos depoimentos, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior afirmou à PF que golpe teria acontecido caso Jair Bolsonaro recebesse o aval do general Freire Gomes. Trechos do depoimento foram divulgados em matérias da Folha de São Paulo.

“Indagado se o posicionamento do general Freire Gomes foi determinante para que uma minuta de decreto que viabilizasse um golpe de Estado não fosse adiante respondeu: que sim, que caso o comandante tivesse anuído, possivelmente, a tentativa de golpe de Estado teria se consumado”, diz trecho do depoimento de Baptista Júnior à PF.

No entanto, segundo o ex-comandante da FAB, o general ameaçou prender Bolsonaro caso ele tentasse um golpe.

“Depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previsto na Constituição (GLO ou estado de defesa ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, disse o ex-comandante da FAB.

Outros depoentes preferiram ficar calados. É o caso do próprio ex-presidente e de seu ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto. Entre os depoimentos liberados por Moraes não constam os prestados pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que fechou acordo de colaboração premiada.

Investigados que tiveram sigilo de depoimentos derrubados

  • Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  • Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente
  • Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira, ex-ministro da Defesa
  • Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Bolsonaro
  • Carlos De Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica
  • Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército
  • Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército
  • Valdemar Costa Neto – presidente do PL, partido de Bolsonaro
  • Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército
  • Ailton Gonçalves Moraes Barros
  • Amauri Feres Saad, advogado
  • Angelo Martins Denicoli
  • Bernardo Romão Correa Netto
  • Cleverson Ney Magalhães
  • Eder Lindsay Magalhães Balbino
  • Guilherme Marques Almeida
  • Helio Ferreira Lima
  • José Eduardo De Oliveira E Silva
  • Laércio Vergílio
  • Mario Fernandes
  • Rafael Martins De Oliveira
  • Ronald Ferreira De Araújo Júnior
  • Sérgio Ricardo Cavaliere De Medeiros
  • Tercio Arnaud Tomaz
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