Café e maconha: por que Toffoli comparou cafeína com droga; entenda a relação

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, pontuou nesta quinta-feira (20) as semelhanças entre café e maconha em uma discussão sobre a posse da substância para uso pessoal. Estudos mostram uma ligação entre os dois.

café e maconha

Ligação entre café e maconha foi levantada durante discussão no STF sobre a posse da maconha para uso pessoal – Foto: Crystalweed Cannabis/Unsplash/ND

O ministro do STF citou a OMS (Organização Mundial da Saúde) e falou sobre a definição de droga.

“Droga é toda substância externa ao organismo que pode alterar seu funcionamento”, afirmou ele após tomar um gole de café.

“Apesar de terem efeitos distintos e riscos diferentes. O que diferencia o remédio e o veneno é a dosagem”, completou.

Assista fala de Dias Toffoli sobre café e maconha

Estudo apontou semelhanças entre cafeína e maconha*

Segundo um estudo publicado no Journal of Internal Medicine, o café atinge os mesmos neurotransmissores no cérebro que a maconha, no entanto, de uma maneira muito diferente.

Conforme os pesquisadores, o café altera o metabolismo, e indiretamente afeta neurotransmissores relacionados ao sistema endocanabinoide, tipicamente ligado ao uso de cannabis.

Isso porque o café altera os metabólitos — moléculas encontradas em nosso sangue e responsáveis ​​por uma variedade de funções em todo o corpo —, que estão ligados com os neurotransmissores do sistema endocanabinoide.

O sistema endocanabinoide do corpo desempenha um papel na regulação do humor e da fisiologia, importante para controlar nossa resposta ao estresse, assim como funções como cognição, pressão sanguínea, imunidade, dependência, sono, apetite e energia.

Segundo a pesquisa, a cannabis se conecta a neurotransmissores quando consumida relacionados ao sistema endocanabinoide.

Como funcionou o estudo que associou café e maconha

Semelhanças entre o café e maconha foram apontadas em estudo feito com 47 pessoas que moravam na Finlândia, em que os pesquisadores mediram os metabólitos em amostras de sangue ao longo de três meses.

No primeiro mês, as pessoas não puderam tomar nada de café. Já no segundo mês, eles tomavam quatro xícaras de café por dia. No terceiro mês, os participantes tomavam oito xícaras diárias.

Os pesquisadores mediram mais de 700 metabólitos no sangue após cada estágio e encontraram um total de 115 foram impactados pelo consumo de café, dos quais 82 já eram conhecidos e mapeados. O resultado mostra que o café se liga aos mesmos neurotransmissores que a maconha, mas diminui depois de beber de quatro a oito xícaras da bebida por dia — o oposto do que acontece quando alguém usa cannabis.

*Com informações da revista Galileu

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