‘Invasor de orifícios’: conheça a lenda e os mitos do candiru, o ‘Peixe Vampiro’

O “peixe vampiro”, conhecido popularmente como candiru, é famoso pela lenda que o acompanha, de invadir orifícios do corpo humano, como o ânus, pênis e a vagina. Mas a veracidade por trás dos “ataques” é debatida no meio científico.

Medindo 18 cm, a espécie não encontra dificuldades em se infiltrar em orifícios pequenos – Foto: Internet/Reprodução/ND

O que é o “peixe vampiro”?

O candiru pertence à família Trichomycteridae, sendo encontrado na Amazônia e podendo medir entre 5 a 12 centímetros.

Mesmo sendo pequeno, ele é capaz de causar grande terror e pânico em diversas pessoas. O medo é resultado de uma crença popular, onde o animal é capaz de adentrar nos orifícios do corpo humano.

Como se alimenta?

Conforme a organização eCycle, o candiru é um peixe hematófago, ou seja, ele é atraído e se alimenta de sangue, por isso ficou conhecido pelo apelido de “peixe vampiro”.

Para se alimentar, ele se infiltra dentro das guelras de outros peixes maiores. As guelras são órgão de respiração dos peixes.

Após o candiru se infiltrar nelas, ele se prende na região usando uma coroa de espinhos que cerca sua cabeça.

Candirus se alimentam de sangue de outros peixes – Foto: Brasil Amazônia/Reprodução/ND

O parasita pode morder a presa e retirar todo o sangue que precisa para se alimentar.

A maioria dos peixes atacados por candirus não sobrevive depois, seja pela perda de sangue ou graças a uma infecção causada pelo parasita.

Ataques a humanos

O site Portal Amazônia conversou com o especialista em diversidade e biogeografia de peixes de água doce, Fernando Dagosta, que desmistificou muitas informações sobre o candiru.

Segundo o pesquisador, os ataques a humanos são extremamente raros e poucos registros são documentados, além de poucos casos médicos confirmados.

“Diariamente, milhares de pessoas acessam os rios da Amazônia e não acontece nada. É um evento raro, ou seja, essa informação por si só já deveria tranquilizar os banhistas”, comentou sobre os ataques.

Os ataques dos candirus contra humanos não foram registrados até então – Foto: Portal Amazônia/Reprodução/ND

Fernando ainda explicou que há diversos outros perigos maiores nos rios da Amazônia, do que os tais “peixes vampiros”.

“Os candirus são os bichos que menos vão afetar a vida humana. Claro que acidentes podem acontecer, mas outras possibilidades apresentam um risco maior de graves acidentes”, afirmou o pesquisador.

Os parasitas são atraídos pela urina?

Ainda segundo o Portal Amazônia, uma pesquisa feita em 2001, entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos, da Universidade de Connecticut e do Instituto Nacional de Pesquisas de Amazônia, analisou o comportamento do candiru.

Durante a pesquisa, os especialistas colocaram o peixe em um ambiente controlado e observaram a resposta do animal para algumas substâncias como a amônia, aminoácidos, muco de peixe e urina humana.

Ao final dos testes, eles não conseguiram nenhum tipo de resposta que apontasse que o candiru era atraído por essas substâncias.

Com isso, os pesquisadores não sabem ao certo qual mecanismo faz com que os candirus entrem na uretra de um humano, afinal, o principal atrativo para o “peixe vampiro” é o sangue.

Pesquisa aponta que o peixe não é atraído pela urina – Foto: Portal Amazônia/Reprodução/ND

Segundo Degosta, o que atrai os candirus para os peixes são as substâncias nitrogenadas, que os mesmos soltam quando respiram pelas brânquias.

Ele ainda ressaltou que o candiru é um animal tranquilo e que está somente em busca de alimento, mas isso não significa que as fatalidades nunca vão ocorrer.

Como se proteger do candiru?

A melhor maneira de se proteger contra o “peixe vampiro” seria alguns cuidados básicos, como não entrar em rios desconhecidos na Amazônia e dar preferência a lagos, já que os candirus não são comuns nesses locais.

Ao adentrar nas águas, sempre esteja com roupa de banho adequada para a situação, além de não defecar e urinar dentro dos rios.

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