O Que Significa Ser Rico na Austrália

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Em 2024, a Austrália foi classificada como o quinto melhor país do mundo, segundo a U.S. News, com base em critérios como qualidade de vida, propósito social e aventura. O país também apresenta bons índices em temas como aposentadoria confortável, vida sustentável e criação de filhos.

Além disso, o turismo na Austrália está passando por transformações, com iniciativas voltadas para negócios indígenas e turismo sustentável. A região da Austrália Ocidental, por exemplo, ocupa o oitavo lugar na lista da BBC dos 25 melhores lugares para visitar em 2025. É onde está localizada Perth, uma das cidades grandes mais isoladas do planeta.

Embora tenha sido de difícil acesso no passado, Perth agora conta com o único voo direto da Europa para a Austrália, conectando Paris à cidade em cerca de 17 horas. Isso facilita visitas a regiões como o Vale do Swan, conhecido por suas vinícolas, e aos quase 12.900 quilômetros de litoral.

A Austrália Ocidental também abriga a maior rede de carregamento elétrico do mundo, com mais de 6.400 quilômetros de rotas sustentáveis. É nessa região que se encontra o Plano de Ação de Turismo Indígena Jina, com investimento de 20 milhões de dólares australianos (R$ 120 milhões), que oferece passeios organizados por empresas lideradas por povos originários para promover a cultura local.

Do outro lado do país, após 4.395 quilômetros pela Rodovia Nacional A1, chega-se à Costa Tropical, no estado de Queensland. A região está entre os melhores destinos para visitar em 2025, segundo a Condé Nast Traveler. É a porta de entrada para a Grande Barreira de Corais e suas ações de preservação, além de abrigar uma cena artística em expansão em Cairns e as Ilhas Whitsunday, destino turístico durante todo o ano, com novos empreendimentos hoteleiros e gastronômicos.

A revista também sugere a visita às Ilhas Subantárticas, que pertencem tanto à Austrália quanto à Nova Zelândia e só podem ser acessadas por navio. Essas ilhas são descritas como habitat de filhotes de pinguins e focas, além de megaflores coloridas que só crescem nessas regiões.

O norte da Austrália também tem atraído atenção turística. Na região mais ao norte do Território do Norte, encontra-se o Parque Nacional Kakadu, reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco. É um dos maiores parques nacionais do país e atualmente concentra diversas iniciativas de turismo ético e liderado por povos originários. O acesso é feito por meio da cidade de Darwin.

Outras cidades também ganham destaque. A Time Out classificou Melbourne como a quarta melhor cidade do mundo para se visitar em 2025, destacando sua gastronomia, ciclovias, centros de bem-estar e novos espaços verdes. Sydney ficou em 15º lugar, sendo valorizada por seu estilo de vida próximo a praias e áreas naturais. Perth aparece em 33º e Brisbane em 37º; esta última será sede das Olimpíadas em 2032.

Mas o que significa ser rico na Austrália? E quais são as realidades financeiras de viver nesse país extenso e diverso?

Renda média anual na Austrália

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da qual a Austrália faz parte, a renda líquida ajustada disponível per capita média dos lares no país é de US$ 37 mil (R$ 224 mil) por ano, acima da média da OCDE, que é de US$ 30 mil (R$ 182 mil). Para fins de comparação, a média nos Estados Unidos é de US$ 51 mil (R$ 306 mil).

De acordo com a Forbes, o salário anual médio na Austrália é de US$ 101 mil (R$ 611 mil), o que equivale a cerca de US$ 1,9 mil (R$ 11,8 mil) por semana. Esses valores variam conforme o setor e a localização. A mediana salarial — ou seja, o valor que divide a população ao meio — é menor, ficando em torno de US$ 72 mil (R$ 432 mil), ou US$ 1,3 mil (R$ 8,3 mil) por semana. Esses dados são confirmados pelo Instituto Australiano de Estatísticas, que também aponta o valor mediano semanal como US$ 1,3 mil (R$ 8,3 mil) para 2025.

Custo de vida na Austrália

O custo de vida na Austrália é semelhante ao de outros países ocidentais membros da OCDE, como Estados Unidos e Reino Unido. Abaixo, os custos mensais médios por pessoa, sem incluir aluguel:

  • Suíça: US$ 1,6 mil (R$ 9,9 mil)

  • França: US$ 1,2 mil (R$ 7,2 mil)

  • EUA: US$ 1,1 mil (R$ 6,9 mil)

  • Alemanha: US$ 1,1 mil (R$ 6,8 mil)

  • Irlanda: US$ 1,1 mil (R$ 6,6 mil)

  • Reino Unido: US$ 1 mil (R$ 6,5 mil)

  • Austrália: US$ 1 mil (R$ 6,3 mil)

  • Canadá: US$ 1 mil (R$ 6,1 mil)

  • Japão: US$ 927 (R$ 5,5 mil)

  • Itália: US$ 905 (R$ 5,4 mil)

  • Letônia: US$ 874 (R$ 5,2 mil)

  • Grécia: US$ 832 (R$ 4,9 mil)

  • Malta: US$ 801 (R$ 4,8 mil)

  • Espanha: US$ 731 (R$ 4,3 mil)

  • Tailândia: US$ 650 (R$ 3,9 mil)

  • México: US$ 637 (R$ 3,8 mil)

  • Portugal: US$ 592 (R$ 3,5 mil)

  • Filipinas: US$ 573 (R$ 3,4 mil)

Incluindo o aluguel, o custo de vida nos Estados Unidos é aproximadamente 11% mais alto do que na Austrália. No entanto, o sistema de saúde público australiano, chamado Medicare, oferece serviços médicos gratuitos ou de baixo custo, o que pode reduzir significativamente os gastos com saúde.

Distribuição de riqueza: os 10% mais ricos e a média patrimonial

Assim como em outros países ocidentais, a desigualdade patrimonial tem aumentado. Segundo o relatório Inequality in Australia 2024, a média de patrimônio dos 10% mais ricos do país cresceu de US$ 2,8 milhões (R$ 16,8 milhões) para US$ 5,2 milhões (R$ 31,2 milhões) nos últimos 20 anos, um aumento de 84%. Já os 60% mais pobres viram seus ativos subirem de US$ 222 mil (R$ 1,3 milhão) para US$ 343 mil (R$ 2,1 milhões), um crescimento de 55%.

Os 20% mais ricos concentram 63% da riqueza privada nacional, com patrimônio médio de US$ 3,24 milhões (R$ 19,4 milhões). Por outro lado, os 20% mais pobres detêm apenas 1% da riqueza. Em 2023, o patrimônio médio de um adulto na Austrália era de US$ 496 mil (R$ 3 milhões), o quarto maior do mundo, atrás apenas de Suíça, Estados Unidos e Hong Kong. Em 2024, havia 635 mil milionários na Austrália.

Vistos para pessoas ricas e nômades digitais

A Austrália possui um programa de Golden Visa que exige um investimento de cerca de US$ 3,2 milhões (R$ 19,2 milhões). Para quem busca opções mais acessíveis, o país oferece um visto de trabalho temporário para pessoas com menos de 30 anos (ou até 35 em algumas nacionalidades), permitindo morar e trabalhar por até um ano como nômade digital. Trabalhadores qualificados também podem solicitar vistos específicos, especialmente nas áreas de saúde e tecnologia.

Combinando natureza, diversidade cultural e oportunidades econômicas, a Austrália continua entre os países mais bem avaliados para viver e visitar. Apesar do aumento da desigualdade patrimonial, o custo de vida permanece semelhante ao de outros países desenvolvidos, e a qualidade de vida no país é considerada um dos principais atrativos para quem busca riqueza em termos mais amplos.

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