Alerta: Inteligência Artificial aumenta risco das vulnerabilidades expostas

Os ciberataques baseados em exploração de vulnerabilidades expostas das empresas quase dobraram em um ano, um salto impulsionado pelo uso de IA para automatizar varreduras, criar malwares adaptáveis e lançar ataques com agilidade inédita. É o que indica o Data Breach Investigations Report (DBIR) 2024, que também aponta para riscos aliados à proliferação de nuvem, APIs abertas e ambientes distribuídos, que despontam como superfícies de invasão das organizações.

Para Henrique Schneider, CEO da Netfive, empresa especializada em segurança digital e gestão de vulnerabilidades, o grande risco pode estar em quesitos que as empresas acreditam estar sob controle.

“A exposição de vulnerabilidades conhecidas, que deveriam estar sob controle, é hoje uma das principais portas de entrada para cibercriminosos, especialmente com o uso crescente de Inteligência Artificial (IA) por parte dos atacantes”, afirma ele. “Vivemos um paradoxo: a mesma IA que nos ajuda a detectar riscos e priorizar correções também está sendo usada para encontrar e explorar vulnerabilidades em tempo recorde. Isso torna o modelo reativo de segurança totalmente obsoleto”, alerta Schneider.

Ainda conforme o Data Breach Investigations Report (DBIR), muitas das brechas exploradas já são conhecidas e documentadas, mas permanecem expostas por falhas no inventário de ativos, ausência de processos contínuos de correção ou mesmo negligência operacional.

“É como deixar a porta aberta sabendo que há criminosos lá fora, com ferramentas cada vez mais sofisticadas para entrar”, compara Schneider. 

Conforme o especialista, uma recomendação é a mudança na forma como as empresas gerenciam vulnerabilidades, adotando uma abordagem contínua, automatizada e orientada por risco real.

Isso, segundo o executivo, poderia incluir desde o mapeamento completo de ativos digitais (como endpoints, serviços em nuvem e APIs), até a correlação com ameaças em circulação, passando por processos de correção priorizados e automatizados.

“Pentests contínuos também deveriam ser obrigatórios. Avaliações esporádicas já não acompanham a velocidade dos ataques nem a evolução dos ambientes digitais”, afirma Schneider, reforçando, ainda, que a integração de tecnologia com serviços como inteligência contra adversários e simulações ofensivas recorrentes desponta como uma forma eficiente para reduzir riscos com eficiência.

“Não dá mais para esperar um incidente para descobrir onde a empresa está vulnerável. O caminho é transformar a postura de segurança com agilidade, automação e inteligência. Esse é o novo padrão de defesa cibernética”, conclui o CEO.

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