Por André Farias, sócio da Coevo.co.
Em tempos de transformação econômica e social, o turismo deixou de ser apenas um setor secundário e passou a ocupar papel estratégico no desenvolvimento regional. Esse movimento, já percebido em diversos países, começa a ganhar força no Brasil — e a Região Sul está em posição privilegiada para liderar essa mudança.
Com uma diversidade cultural marcante, forte presença de empreendedores locais e qualidade de vida acima da média nacional, os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná reúnem atributos valiosos para se tornarem hubs de experiências e negócios turísticos sustentáveis. O desafio está em transformar esse potencial em estratégia.
Nosso ponto de partida deve ser o reconhecimento do turismo como eixo transversal da economia. Isso significa ir além da promoção pontual de atrações e pensar em políticas integradas, que envolvam poder público, iniciativa privada e a comunidade local. O turismo precisa estar no centro do planejamento urbano, do incentivo à inovação, da geração de empregos e da qualificação da mão de obra.
Em Joinville (SC), por exemplo, iniciativas que conectam tradição e inovação vêm ganhando espaço — da valorização do patrimônio cultural a experiências baseadas em hospitalidade de excelência. Ainda há muito a evoluir, mas já se observa uma crescente articulação entre poder público, empreendedores e especialistas do setor.
Outro aspecto fundamental é o investimento em infraestrutura e inteligência territorial. Mapear os ativos turísticos da região, entender o comportamento dos visitantes e criar narrativas que conectem esses elementos com o imaginário coletivo são etapas essenciais para diferenciar nossos destinos em um mercado competitivo.
Empresas, por sua vez, têm a oportunidade de assumir protagonismo. Investir em hotelaria, gastronomia, roteiros temáticos e tecnologia voltada à experiência do turista é também uma forma de gerar valor, atrair novos públicos e fortalecer marcas locais. Essa lógica já é adotada em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas precisa ser expandida com mais força para o Sul, onde há um campo fértil para inovação e crescimento.
O turismo não é apenas um setor de lazer — é uma indústria que move cadeias produtivas inteiras. E o momento de agir é agora. A Região Sul pode — e deve — se posicionar como referência em turismo inteligente, sustentável e orientado para o futuro.
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