Estudantes criam catapulta com kit de robótica em Laboratório Maker

Para testar novas habilidades e descobrir parte da história, estudantes da Escola Municipal Pastor Hans Müller, em Joinville, estão conhecendo de perto o processo de criação de uma catapulta.

O desafio de construir a catapulta foi o ponto de partida para entender sobre programação e montagem dos protótipos

O desafio de construir a catapulta foi o ponto de partida para entender sobre programação e montagem dos protótipos – Foto: Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

Com orientação do professor de Geografia, Jackson Vicente João, os testes para a criação das catapultas estão sendo feitos no Laboratório Maker, junto com a professora integradora de mídias e metodologias (PIMM), Cátia Corrêa Michalovicz.

Com kits de robótica, as turmas estão aprendendo que a montagem requer prática e precisão, afinal, uma peça diferente pode ser capaz de modificar o resultado, comprometendo o uso.

O estudo está alinhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) — a produção foi dividida entre máquinas simples e compostas.

“Fizemos com papéis e materiais recicláveis. Fizemos algumas máquinas simples com palito de picolé, de churrasco e tampinhas de garrafa pet. Fomos aprimorando”, explica o professor.

Com o auxílio do livro e o direcionamento dos especialistas, os grupos têm como base o livro de robótica — mas também é possível usar a imaginação.

As classes foram organizadas em duplas, e o processo, dividido entre programação e construção: alguns estavam focados em encontrar a peça ideal, enquanto outros tinham a missão de incluir a programação.

“Os que são alunos de robótica, do sétimo ano, fizeram as catapultas motorizadas. Eles colocaram motor, fizeram a programação e assim que estiver pronto vão apresentar para a turma”, fala Cátia.

Mais do que compreender uma parte da história e a ligação entre as peças, há quem tenha se desafiado em uma nova atividade, caso de Olivia Knüpfer Maia, 12, que vive a primeira experiência com a robótica.

“Foi algo bem complicado no começo, mas depois eu fui pegando o jeito. Tive que refazer algumas vezes, porque eu peguei uma pecinha diferente, tive que ir trocando, mas depois eu consegui”, conta a aluna, que está construindo uma catapulta e um guindaste.

E a evolução também parte do incentivo de quem é especialista no assunto, responsável por compartilhar o conhecimento.

“Alguns apresentaram dificuldade em saber qual peça utilizar. É nessa hora que fazemos aquela intervenção, estimulando que ele utilize todos os conhecimentos. Observar o tamanho da peça, contar quantos furinhos têm, verificar com uma peça menor ou maior”, expõe a professora PIMM, que salienta que algumas escolhas podem mudar o tamanho do protótipo, mas outras podem comprometer o funcionamento.

Pensando nas habilidades desenvolvidas, é possível compreender que a evolução foi além dos componentes curriculares.

“Passaram a observar que se trocarem uma peça, por exemplo, conseguem melhorar o projeto. […] Trabalharam habilidades de liderança, em equipe, porque um precisa liderar e o outro precisa saber escutar e fazer a sua parte”, salienta a educadora, que observou o desenvolvimento de todos, inclusive daqueles que apresentaram mais dificuldades.

Na visão de Jackson Vicente João, a melhora foi na cognição, agilidade e interpretação. “A relação com a turma e a habilidade para trabalhar em grupo foi ótima. A escola tinha 20 kits, cada dupla trabalhou com um e eles conseguiram montar as máquinas simples”, completa o profissional.

Para quem já participa das atividades tecnológicas, o desafio é pensar fora da caixa. “Você tem que ter um pouco de criatividade e pensar como vai fazer aquilo funcionar. Como sou boa mas não sou tão experiente, a professora vai auxiliando, mas você tem que pensar, ela deixa algumas dúvidas para você refletir”, diz Lorena Pillon Spadine Cardozo, 12, que prefere os momentos de orientação, mas também se sente confortável para pensar em novas soluções.

E os participantes já sabem que o processo de testar faz parte da rotina. “A programação nem sempre está certa, daí temos que ir achando os pontinhos errados e consertando”, conta Miguel Michalovicz, 12, que pensa na construção de uma escavadeira e em como o item poderia ser utilizado ou embutido em um guindaste.

Além da catapulta, a gangorra, o elevador, o poço e o gira-gira são outras criações das turmas do sétimo ano. “Amaram aprender na teoria e na prática, eles adoram isso de colocar a mão na massa. Os próximos passos são dar continuidade. Como fizemos os experimentos da máquina simples, dar continuidade no próximo conteúdo para máquinas térmicas. É algo mais complexo, que necessita de calor. É um futuro assunto e vamos tentar adaptar os conhecimentos que já adquirimos com máquinas simples”, finaliza o professor.

A escolha das peças foi uma das etapas na construção das catapultas - Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

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A escolha das peças foi uma das etapas na construção das catapultas – Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

Compreender o sistema e a importância do objeto foi um dos aprendizados  - Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

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Compreender o sistema e a importância do objeto foi um dos aprendizados – Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

Por mais que o kit de robótica fosse o mesmo, cada turma construiu um projeto único - Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

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Por mais que o kit de robótica fosse o mesmo, cada turma construiu um projeto único – Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

Enquanto alguns aprenderam sobre programação, outros estavam focados na montagem as peças  - Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

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Enquanto alguns aprenderam sobre programação, outros estavam focados na montagem as peças – Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

A habilidade para testar novas possibilidades movimentou a criação da turma  - Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

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A habilidade para testar novas possibilidades movimentou a criação da turma – Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

O desafio de construir a catapulta foi o ponto de partida para entender sobre programação e montagem dos protótipos - Foto: Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

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O desafio de construir a catapulta foi o ponto de partida para entender sobre programação e montagem dos protótipos – Foto: Leve Fotografia/Divulgação/its Teens

Catapulta, aprendizagem e robótica: conheça 3 benefícios

Se você desconhece a programação e pensa em se aventurar no Laboratório Maker, confira algumas habilidades que podem ser desenvolvidas durante o encontro:

Raciocínio lógico

Compreender o passo a passo das etapas e entender como a ligação entre os itens é capaz de criar soluções é algo que pode ser um diferencial ao longo dos anos, indo além do período escolar.

Isso porque o raciocínio lógico é trabalhado a cada momento, aprimorando pensamentos e ideias. Conforme os encontros e as interações, os comandos começam a surgir e a programação passa a ser uma aliada na agilidade, assim como na criatividade.

Escrita e interpretação

Se você pensa em aprimorar os processos com o texto, que incluem o entendimento e até mesmo a produção textual, a programação é uma forma de construir a própria interpretação.

É por meio dos comandos e das alterações que aprendemos a lidar com situações diferenciadas — caso parecido com aquilo que aprendemos a identificar e conduzir fora da escola.

Desenvolvimento pessoal

Para aqueles que ainda sentem dificuldade para interagir com outras pessoas ou para liderar uma equipe, os encontros são alternativas para se conhecer e aprender a identificar a forma como cada colega trabalha. Isso porque é preciso compreender que a atuação no coletivo é o caminho para a inovação.

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