

Moraes ameaça prender Aldo Rebelo durante depoimento – Foto: Fabio Rodrigues/Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçou prender o ex-ministro da Defesa do governo Dilma Rousseff, Aldo Rebelo, durante depoimento no STF. Nesta sexta-feira (23), Rebelo compareceu como testemunha de defesa de Almir Garnier.
Demóstenes Torres, advogado de Garnier, questionou Rebelo sobre um possível apoio do cliente a uma tentativa de golpe. O ex-ministro de Dilma tentou interpretar a língua portuguesa. Moraes o advertiu.
Rebelo começou a responder declarando: “Na língua portuguesa, precisamos colocar em consideração a força de expressão. Quando alguém diz ‘estou frito’, não significa que esteja dentro de uma frigideira. Quando alguém diz ‘estou à disposição’, não significa literalmente o que quer dizer’”.

Moraes ameaça prender Aldo Rebelo durante depoimento sobre tentativa de golpe no STF – Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Moraes interveio: “O senhor estava naquela reunião? Não? Então, o senhor não tem condições de avaliar a língua portuguesa naquela ocasião. Atenha-se aos fatos”.
Moraes ameaça prender Aldo Rebelo
Rebelo retrucou: “A minha avaliação da língua portuguesa é minha”.
Moraes respondeu: “Se não se comportar, será preso por desacato”.
Rebelo: “Estou me comportando”.
Moraes: “Então, responda à pergunta. Responda: ‘sim’ ou ‘não’”.
Rebelo: “Não. Não posso responder sim ou não”.
O advogado, então, partiu para outra pergunta. Rebelo participa de audiência no STF como testemunha de Garnier. Moraes ameaça prender Aldo Rebelo e preside a sessão.

Moraes ameaça prender Aldo Rebelo durante depoimento no STF – Foto: Antonio Cruz/Arquivo Agência Brasil
Depoimentos
Entre os dias 19 de maio e 2 de junho, serão ouvidas testemunhas indicadas pela acusação e as defesas dos acusados.
Após os depoimentos das testemunhas, Bolsonaro e os demais réus serão convocados para o interrogatório. A data ainda não foi definida.
Núcleo 1
Os oito réus compõem o chamado núcleo crucial do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
- Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
*Com informações de Agência Brasil.