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O plano de listagem nos Estados Unidos, da JBS, foi aprovado nesta sexta-feira (23) pelos acionistas. Com isso, a empresa passa a ser negociada na Bolsa de Valores do Brasil e do país norte-americano. No comunicado da empresa não ficou claro de imediato o placar de aprovação da mudança por parte dos investidores.
As ações da JBS exibiam alta de 0,5% quando tiveram negociações suspensas pouco após a abertura do mercado. Enquanto isso, a assembleia teve início às 10h (horário de Brasília). Cerca de oito minutos depois, a B3 mandou aviso de suspensão de negócios com os papéis da empresa diante da iminente divulgação de fato relevante com o resultado da reunião dos investidores, que veio menos de um minuto depois.
Segundo pessoas próximas à companhia, os investidores já foram votando conforme iam chegando à reunião e, às 10h10, a companhia já tinha votos suficientes para a aprovação da proposta.
Antes da votação, analistas debateram os méritos da dupla listagem da empresa para acionistas minoritários. Alguns citaram a oportunidade da empresa de alinhar sua avaliação de mercado com a de seus pares internacionais com uma listagem nos EUA, o que permitirá à JBS acesso a uma gama mais ampla de investidores.
No entanto, outras empresas de consultoria alertaram que uma nova estrutura de ações de classe dupla provavelmente reduzirá o poder de voto dos acionistas minoritários, potencialmente limitando sua influência sobre o processo de tomada de decisões da empresa no futuro.
Sob a nova estrutura da dupla listagem, os investidores que detêm o controle da empresa, atualmente com uma participação de 48,34% em uma única classe de ações, poderiam ver seu poder de voto aumentar para até 85%, segundo estimativas de analistas.
Isso porque, sob a nova organização da empresa, uma holding sediada na Holanda seria listada principalmente nos EUA, com uma estrutura de capital de duas classes, com direitos de voto distintos.
Plano de longa data
A família Batista, que fundou e ainda controla a JBS, tenta há mais de uma década listar as ações da empresa em Nova York, mas enfrentou vários contratempos, incluindo o escândalo de Lava Jato. Em 2016, o plano também enfrentou oposição do braço de investimentos do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o maior acionista fora da família Batista. Em março deste ano, o banco estatal, que vem reduzindo sua participação na JBS, concordou em se abster na votação da listagem dupla.
O plano de listagem dos EUA também enfrentou críticas de políticos e grupos ambientalistas, que levantaram preocupações sobre corrupção, concentração de mercado e riscos ambientais.
No ano de 2024, um grupo bipartidário de senadores americanos enviou uma carta ao órgão fiscalizador dos mercados de capitais dos EUA (SEC), expressando oposição à listagem da empresa no país, citando preocupações com corrupção e potenciais consequências ambientais da operação.
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