Pré-mercado: Juro Americano Avança Pelo Rebaixamento do Risco dos EUA

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Bom dia. Estamos na segunda-feira, 19 de maio.

Cenários

A semana começa com uma forte alta nos juros americanos no mercado secundário. Os títulos do Tesouro de 30 anos passaram a pagar juros superiores a 5% ao ano. Os papéis de 10 anos estão pagando taxas de 4,52% no pré-mercado. E o rendimento dos títulos mais curtos, de 2 anos, superou o “nível psicológico” de 4% ao ano.

O motivo dessa alta das taxas foi o rebaixamento da classificação de risco (“rating”) da dívida americana pela agência Moody’s, anunciada na noite da sexta-feira (16). O rating caiu de “Aaa” para “Aa1” e a perspectiva (“outlook”) foi alterada de “negativa” para “estável”, indicando que, salvo se ocorrer algo inesperado, a agência não espera novas alterações – nem elevação, nem rebaixamento.

A Moody’s apontou décadas de “disfunção” na gestão da dívida pública americana. Constatou que democratas e republicanos falharam em reduzir significativamente a dívida americana, que agora ultrapassa US$ 36 trilhões. E que o governo americano deixou de enfrentar diversos desafios financeiros conhecidos e de longo prazo, especialmente o aumento dos custos e a redução crônica do financiamento para a Previdência Social e para programas públicos como o Medicare.

Embora a Moody’s tenha descrito o sistema financeiro americano como “estável” e considerado o dólar “forte e confiável”, a agência também reconheceu a vasta incerteza política e se referiu indiretamente às maneiras pelas quais a estabilidade política e a ordem constitucional podem ser “testadas às vezes”.

Com a mudança, as três principais agências de classificação de crédito não atribuem mais aos Estados Unidos sua melhor classificação. A Fitch rebaixou os Estados Unidos em 2023, citando preocupações fiscais, e a Standard & Poor’s rebaixou o país em 2011.

Perspectivas

A redução no rating pode ter efeitos em cascata por toda a economia se levar os investidores a exigir juros mais altos para comprar os títulos do Tesouro americano. Como esses papéis são o indicador para as emissões das empresas, isso também pode encarecer o capital para o setor produtivo e reduzir os lucros – teoricamente.

Na prática, porém, os rebaixamentos anteriores tiveram pouco efeito sobre a solvência dos Estados Unidos para além de uma volatilidade pontual. Os títulos do Tesouro americano seguem sendo a base do sistema financeiro global. Isso ocorre apesar da dívida pública aparentemente incontrolável. No entanto, a perspectiva de um endividamento governamental muito maior — quando as taxas de juros já estão elevadas — deixou alguns investidores em títulos nervosos.

É provável que haja alguns solavancos nos próximos dias, mas a perspectiva é que o mercado se ajuste em um prazo relativamente curto.

Indicadores

  • Brasil

Relatório Focus

Índice IBC-Br (Mar)

Esperado: 0,50%

Anterior: 0,40%

  • Estados Unidos

Sem indicadores relevantes

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