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As ações do Banco do Brasil (BBAS3) recuam 13% no início dos negócios na B3 na manhã desta sexta-feira (16). Os investidores estão decepcionados com o resultado do primeiro trimestre, que ficou bastante abaixo do esperado. O lucro líquido ajustado totalizou R$ 7,4 bilhões no período.
Segundo a equipe de analistas do banco americano Goldman Sachs, o lucro líquido recorrente caiu 23% em relação ao 4T24, recuou 21% em relação 1T24 e ficou 20% abaixo das estimativas do banco americano e 19% abaixo do consenso da Bloomberg.
O desempenho foi afetado principalmente pelo aumento da inadimplência em parte da carteira de agronegócios nos primeiros meses do ano. Isso levou o BB a reforçar suas provisões para perdas esperadas, o que reduziu a lucratividade. No entanto, ao comentar os resultados, a gestão do banco declarou acreditar que a situação pode se estabilizar ao longo do segundo trimestre de 2025. “As provisões ficaram 5% acima das estimativas da Goldman Sachs, com o segmento rural permanecendo como o principal obstáculo”, segundo os analistas do banco americano.
Outro fator que pesou nos resultados foi a adoção da nova norma contábil nº 4.966, em vigor desde o início de 2025. Essa regra alterou o modelo de reconhecimento de perdas no sistema bancário nacional, substituindo o regime de perdas incorridas pelo de perdas esperadas.
Com isso, o Banco do Brasil passou a registrar antecipadamente valores maiores em provisões, o que resultou em uma elevação do índice de cobertura para 184,8%, um aumento de 13,5 pontos percentuais em comparação ao 4T24.
O Índice de Basileia, que mede a solidez financeira da instituição, também apresentou elevação, encerrando o período em 14,14%, frente aos 13,75% registrados no quarto trimestre do ano anterior.
A Margem Financeira Bruta caiu 7,2% na comparação anual, para R$ 23,88 bilhões. O custo do crédito subiu 18,9% para R$ 10,15 bilhões devido à alta da Selic. Segundo os analistas da Levante Investimentos, isso comprimiu “fortemente” a Margem Financeira Líquida, que encerrou o trimestre em R$ 13,7 bilhões, uma retração de 20,1% frente ao mesmo trimestre do ano passado.
“Guidance” em revisão
O banco colocou em revisão sua estimativa (“guidance”) de lucro para 2025. A projeção anterior indicava um lucro de pelo menos R$ 37 bilhões para o ano, as novas estimativas devem ser atualizadas junto com a divulgação dos resultados do segundo trimestre, prevista para até o dia 15 de agosto de 2025. A instituição anunciou o pagamento de juros sobre capital próprio no valor de R$ 0,33 por ação, “o que representa uma rentabilidade de 1,1% sobre o valor da ação no período”.
Segundo os analistas da Levante, “os números apresentados pelo Banco do Brasil refletem um trimestre de ajustes e trazem implicações: a queda no lucro, a elevação das provisões e o aumento da inadimplência no setor do agronegócio acenderam um sinal de alerta para o mercado, e isso deve resultar em volatilidade nas ações de BBAS3 no curto prazo”.
A equipe de análise do banco americano Goldman Sachs espera uma “reação negativa do mercado, dados os resultados mais fracos do que o esperado. Além disso, acreditamos que as principais questões futuras são como reconstruir as margens antes que as taxas caiam no Brasil, a extensão da deterioração da qualidade dos ativos no segmento rural e se a rentabilidade patrimonial (ROE) pode se recuperar e retornar ao nível de 20%.
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