
Mirassol será o primeiro município do Estado de São Paulo a vacinar a população acima de 18 anos de idade contra a Chikungunya. A vacinação está programada para acontecer em outubro. Os outros municípios vão receber a vacina apenas em 2026, com faixa etária restrita. O anúncio foi feito pela Prefeitura de Mirassol, por meio da Secretaria Municipal da Saúde. De acordo com o secretário Frank Hulder de Oliveira, em abril deste ano a Anvisa aprovou o registro da vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Valneva. Este é o primeiro imunizante autorizado no país para prevenção da chikungunya. A indicação é para pessoas com acima de 18 anos e a aplicação é em dose única. O secretário frisa que a vacina será aplicada exclusivamente nas pessoas residentes no município de Mirassol. A chikungunya é uma doença viral transmitida principalmente pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Os principais sintomas são febre alta repentina, dores intensas nas articulações e fadiga. Segundo o diretor de Assuntos Regulatórios, Qualidade e Estudos Clínicos da Fundação Butantan, Gustavo Mendes, a aprovação da vacina é um grande avanço para a ciência brasileira. “É uma vacina de alta complexidade, com uma tecnologia bastante inovadora. O primeiro imunizante contra a chikungunya aprovado no Brasil é um grande avanço para a ciência brasileira, além de um marco significativo para a saúde pública, já que a doença afeta o país de forma relevante”, ressalta Mendes. A vacina foi avaliada nos Estados Unidos em 4 mil voluntários de 18 a 65 anos, e apresentou bom perfil de segurança e alta imunogenicidade: 98,9% dos participantes do ensaio clínico produziram anticorpos neutralizantes, com níveis que se mantiveram robustos por ao menos seis meses. Apesar de transmitida pelo mesmo vetor da dengue e do zika vírus, o mosquito Aedes aegypti, a chikungunya é causada por um vírus distinto. Por isso, a nova vacina não previne contra os sintomas da dengue ou de outras arboviroses. “São vacinas diferentes porque são vírus diferentes”, informa o diretor do Butantan.