Dívida milionária ameaça andamento de dragagem no Porto de Itajaí

A dragagem do canal de acesso do Porto de Itajaí, feita para auxiliar na entrada de navios maiores no complexo e prevenir cheias na cidade, pode ser interrompida caso uma dívida de R$ 17 milhões não seja paga.

Este é o valor que é devido à Van Oords, empresa responsável pelo serviço da dragagem. Por mês, os cofres públicos devem pagar cerca de R$ 7 milhões para a empresa, valor firmado na renovação do contrato por mais 12 meses, feita no final de 2023.

Operação é feita de forma contínua e traz vários benefícios para a atividade portuária e para a cidade – Foto: Porto de Itajaí

A assessoria do Porto de Itajaí confirmou a existência da dívida e reconheceu a possibilidade de paralisação do serviço caso o valor não seja pago até, no máximo, o início de maio. Porém, reitera que a expectativa é de que a quitação seja feita dentro dos próximos dias.

“Cremos que até sexta-feira (12) a Autoridade Portuária esteja recebendo um valor expressivo, ou do Governo Federal ou da Prefeitura, para quitar a dívida. Entre sexta-feira e segunda (15) deveremos ter novidades”, relata a assessoria do Porto.

Além da segurança às embarcações maiores que transitam pelo Complexo Portuário, a operação é de extrema importância para recuperar a profundidade do canal em até 14 metros. Essa medida ainda possibilita que a grande vazão das águas das chuvas que descem do Vale do Itajaí possam se dissipar com maior facilidade.

O portal ND Mais tentou contato com a empresa Van Oords, com sede no Rio de Janeiro. Porém, não obteve resposta até a publicação desta matéria.

FIESC solicitou reunião com Alckmin sobre portos de SC

A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) mostrou preocupação com a situação dos portos catarinenses. Isso se reforça com ofício enviado ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, à ANTAQ e ao Ministério dos Portos, além da bancada federal de SC, solicitando reunião emergencial para discutir soluções para problemas de logística.

Porto não opera contêineres há mais de um ano – Foto: Arquivo ND

No documento, o presidente da Federação, Mario Cezar de Aguiar, destaca que a grave dificuldade para embarcar e desembarcar pelos portos do estado afeta a cadeia logística e as operações de comércio exterior, não só de Santa Catarina, mas em nível nacional.

“Nestes últimos meses, questões como o fechamento do canal da Barra do Rio Itajaí-Açu em função das chuvas; a paralisação das operações no Porto de Itajaí, que se estende há mais de um ano; as obras de ampliação nos Portos de Navegantes e Itapoá, além da operação-padrão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento têm gerado aumento dos custos de frete e armazenagem, onerando e dificultando o cumprimento dos contratos internacionais”, alerta Aguiar.

Sobre Itajaí, o documento externaliza preocupações relacionadas ao atendimento dos parâmetros mínimos de navegação, dragagem de manutenção do rio, paralisação das movimentações portuárias há mais de um ano e a necessidade de melhorias na bacia de evolução para que navios maiores possam adentrar ao terminal.

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