O envelhecimento da pele negra, apesar de tardio, graças à maior densidade de colágeno e à proteção natural da melanina, ainda requer cuidados específicos. Estudiosos apontam que as mulheres negras, em média, apresentam sinais de envelhecimento mais discretos que outras etnias, mas sem os cuidados preventivos com a pele, os traços podem ficar ainda mais nítidos.
Flacidez, alterações no contorno facial e o surgimento de manchas são preocupações frequentes. De acordo com estudos da Famivita, a pressão estética atinge 84% das mulheres entre 40 e 44 anos, que relatam sentir uma cobrança crescente sobre a sua aparência – geralmente após a maternidade, no auge da maturidade da pele. Entre aquelas com 50 anos ou mais, esse número permanece elevado, chegando a 83% das entrevistadas.
Apesar do apelo estético, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alega que a pele negra tem uma maior resistência ao fotoenvelhecimento, mas a presença de melanina também pode gerar condições como o melasma e outras manchas hiperpigmentadas. Com o envelhecimento celular contínuo, os traços mais acentuados podem ser uma preocupação se não tratados adequadamente.

Somando mais de 10 anos de experiência em biomedicina, a especialista em pele preta, Jéssica Magalhães explica que, embora a pele negra envelheça de forma mais lenta, é importante mantê-la bem hidratada e estimulada. “Com o passar dos anos, o que realmente faz diferença para a pele negra é a manutenção da hidratação. Ativos como ácido hialurônico e pantenol são essenciais para manter a pele viçosa. Além disso, a bioestimulação de colágeno, que pode ser feita com tratamentos como o uso de ácidos suaves e lasers específicos, são aliados importantes“, afirma.
Jéssica explica que muitas mulheres na faixa etária entre 35 à 50 anos, principalmente as mamães, procuram retomar cuidados simples e eficazes à sua rotina. Respeitando as necessidades da pele preta, a biomédica esteta compartilha dicas valiosas para quem busca manter a saúde e a beleza em dias no calendário. “A maternidade exige muito, mas não podemos deixar o autocuidado de lado. Uma rotina simples e eficaz pode fazer maravilhas“, acrescenta.
A especialista recomenda as mamães e demais mulheres à começar com cuidados básicos, como o uso de sabonetes suaves que respeitem o pH da pele, hidratação diária com cremes contendo ativos, como manteiga de karité ou ácido hialurônico vegetal, e o uso diário de protetor solar com FPS 50. “O protetor solar é fundamental. Muitas mulheres pensam que não precisam usá-lo dentro de casa, mas os raios UVA ainda atingem a pele e contribuem para o fotoenvelhecimento“, alerta.
Além disso, a profissional sugere a inclusão de “séruns” clareadores suaves na rotina de cuidados – à base de “niacinamida” ou “alfa-arbutin”, especialmente para quem tem tendência a manchas na pele. “Os séruns são ativos que ajudam a uniformizar o tom da pele sem causar danos, e isso pode ser feito de forma segura na pele negra“, complementa.
Jéssica ainda desmistifica a ideia de que existam tratamentos “fortes demais” para a pele negra. Com conhecimento técnico e protocolos específicos, a especialista em pele preta alega que é possível realizar peelings, laser, bioestimulação e outros procedimentos com segurança – mas eles não anulam a rotina de cuidados. “O autocuidado vai além da idade. Ele é uma forma de afirmar nossa identidade, fortalecer nossa autoestima e transmitir um legado de amor próprio e beleza ancestral, como mães e filhas pretas“, conclui.
O conteúdo Especialista traz 5 dicas de beleza e autocuidado para pele preta no Mês das Mães aparece primeiro em Hallo Magazine.