Governança em compras: o elo entre planejamento, risco e valor para o negócio

Por Nair Schlindwein, especialista em compras e consultora da Aestra.

Em muitos ambientes corporativos, a área de Compras ainda é vista apenas como uma função operacional ou um centro de custo. Essa percepção limitada não só reduz o potencial estratégico da área, como também expõe o negócio a riscos financeiros, legais e de reputação. Sem governança em compras, o que se instala é o improviso. E o improviso, em compras, custa caro — muito caro.

A ausência de processos estruturados e de uma visão de governança gera sintomas recorrentes:

  • Compras emergenciais que elevam custos e reduzem qualidade.
  • Contratações de fornecedores sem a devida análise de riscos.
  • Falta de controle contratual e desconhecimento de obrigações e prazos.
  • Riscos de desabastecimento que afetam diretamente a operação.

Governar Compras significa criar um ambiente de previsibilidade, transparência e responsabilidade, onde as decisões de aquisição sustentam os objetivos estratégicos da organização — e não apenas reagem a urgências.

Uma boa prática de governança em compras envolve três pilares fundamentais:

  • Transparência: Processos claros e acessíveis, com critérios objetivos de seleção e contratação.
  • Controles: Definição de alçadas de aprovação, dupla verificação e compliance com normas internas e externas.
  • Prestação de Contas: Monitoramento contínuo, indicadores de desempenho e comunicação ativa de resultados e desvios.

Esses pilares se desdobram em frentes práticas que tornam a governança um instrumento concreto de eficiência e segurança:

  • Gestão de Contratos com Visão Estratégica: Avaliar criticamente cláusulas que podem gerar passivos ocultos, como penalidades por lucros cessantes, renovações automáticas ou reajustes indexados a indicadores desfavoráveis. Governança também é controlar vigências e reajustes.
  • Planejamento de Compras e Negociação: Quem planeja bem, negocia melhor. Análise de demanda, previsão de consumo e identificação de riscos são a base para negociações técnicas e sustentáveis, que geram ganho real sem sacrificar qualidade.
  • Qualificação da Equipe de Compras: Nenhuma governança se sustenta sem competência. Compradores bem-preparados têm capacidade de avaliar riscos, interpretar contratos, dialogar com fornecedores e garantir alinhamento à estratégia.

Cada decisão de compras bem estruturada reduz riscos, protege margens e agrega valor direto ao resultado da organização.

Porque no fim do dia, cada real economizado em uma compra bem-feita é um real a mais no lucro da empresa. Governar compras é proteger o hoje e construir o amanhã. É transformar eficiência operacional em força estratégica.

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