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A World, empresa que intitula seu serviço como um “protocolo que visa criar uma rede humana global e tem como objetivo preservar a autenticidade humana no mundo digital”, criada por Sam Altman, fundador da OpenAI, anunciou sua chegada aos Estados Unidos em um evento realizado em San Francisco, na semana passada.
Os executivos da Tools for Humanity, empresa colaboradora da rede, oficializaram a entrada no mercado americano com uma nova geração de Orbs, dispositivos que fazem coleta de íris para verificação digital. A Tools for Humanity também anunciou parcerias com empresas como Razer e Match Group.
“Em uma era em que provar nossa humanidade se tornou uma tarefa desafiadora e essencial, estamos criando a infraestrutura que reconhece o valor insubstituível da experiência humana. Cada um desses lançamentos tem um objetivo comum: garantir que a tecnologia continue a servir às pessoas”, afirmou Alex Blania, CEO da Tools for Humanity.
A empresa disponibilizará seus serviços a todos os americanos, incluindo a credencial digital anônima World ID, o token Worldcoin (WLD) e o ecossistema completo de aplicativos em seis cidades – San Francisco, Los Angeles, Miami, Atlanta, Austin e Nashville. A meta é ter 7,5 mil Orbs em operação no país nos próximos 12 meses.
Escaneamento de íris no Brasil
A Tools for Humanity, que oferecia criptomoedas em troca do escaneamento da íris também aqui no Brasil, está no centro de várias polêmicas desde o ano passado. Em fevereiro, anunciou a suspensão de suas operações em São Paulo, após decisão da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinando que a World não poderia mais oferecer incentivos financeiros para o registro de íris, alegando que isso violava a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Também na ocasião, a empresa afirmou que os espaços físicos da World permaneceriam abertos para fornecer educação e informações ao público, mas que a coleta de dados biométricos estava suspensa. A decisão da ANPD foi baseada na preocupação de que a remuneração financeira poderia comprometer o consentimento livre e informado dos indivíduos, especialmente em casos de vulnerabilidade econômica.
Em novembro de 2024, a ANPD iniciou um processo de fiscalização para investigar a coleta de dados biométricos pela Tools for Humanity para a criação da World ID. Em entrevista à Forbes Brasil, Ronaldo Lemos, advogado especialista em tecnologia e idealizador do Marco Civil da Internet, afirmou que a “coleta da íris é só uma dentre várias formas de escaneamento biométrico”.
“Há inúmeras outras empresas que certificam a identidade das pessoas online no país. Tanto é que precisamos fazer nossa biometria facial o tempo todo, seja no celular, em vários aplicativos ou em estabelecimentos”, destacou. A questão “é saber se a legislação brasileira está sendo seguida, o que inclui a Lei de Proteção de Dados e o Código de Defesa do Consumidor, especialmente depois que os dados são coletados.”
Em entrevista exclusiva à Forbes Brasil, no final de 2024, Damien Kieran, Chief Privacy Officer da Tools for Humanity, confirmou que já existiam dezenas de pontos de coleta na cidade de São Paulo e que o Brasil era fundamental para o projeto global da empresa. A empresa chegou a ter mais de 40 pontos de coleta na capital paulista oferecendo o equivalente a R$ 600 pelo escaneamento.
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