Ainda somos criativos ou um peixe que vive num aquário não sabe que existe o oceano. Por André Baladan

Em seu artigo, André Baladan retoma o debate sobre a criatividade das inteligências artificiais, iniciado por ele e ampliado por Fred Perillo, para refletir sobre os limites e as possibilidades dessa tecnologia.

André Baladan escreve artigo sobre inteligência artificial, criatividade e o papel humano na era digital. Foto: Arquivo Pessoal

Aqui, vale uma contextualização para quem está chegando agora: Escrevi um artigo-provocação sobre IAs de geração de texto, seu poder gigantesco de recombinar dados e questionei a criatividade e originalidade dos
resultados mágicos apresentados.

O mestre Fred Perillo leu, gostou e publicou em sua coluna um provocativo contraponto avaliando se a criação ainda seria uma exclusividade só humana.

Já que fui citado, e me utilizando da jurisprudência dos debates eleitorais, aqui vai meu “minuto de direito de resposta” para contribuir nesse fascinante tema. De início, já vou logo dizendo que também concordo com quase tudo escrito pelo meu amigo Fred Perillo, pois estamos vivendo – ao vivo e em bytes – a transição dos mundos analógicos para os digitais. E como em toda (r)evolução não temos (cons)ciência de onde tudo isso vai dar. A certeza é que precisamos usar todo potencial da tecnologia, mas jamais deixar que elas nos
usem, ou poderemos nos tornar meros personagens secundários em filmes de ficção tipo Skynet, Matrix, Minority Report, Wall-E, Black Mirror…

É sempre bom buscar ouvir pessoas bem mais inteligentes que nós quando o tema é tão complexo como este. O respeitado cientista brasileiro Miguel Nicolelis, estudioso da neurociência, é bastante taxativo ao dizer que as IAs
geradoras de texto funcionam como grandes repositórios de dados que reproduzem padrões existentes, sem compreender o conteúdo ou gerar conhecimento genuinamente novo.

Já o filósofo e humanista best-seller Yuval Noah Harari disse recentemente: “Tente imaginar o que significa viver em um mundo onde a maioria dos textos, imagens, músicas, filmes, ideias, são criadas por uma inteligência não humana.

Quais podem ser as consequências de a inteligência artificial se encarregar da cultura? Simplesmente, não entendemos o que significa”. Bem, se os nossos melhores cérebros ainda não conseguem responder nossas
dúvidas, seria muita pretensão minha querer ser cem por cento afirmativo neste pequeno artigo.
Então, tive a “original” ideia de perguntar diretamente ao agente causador desse debate, o chatgpt.

Questionei qual a diferença básica entre os humanos e ele. A resposta foi, resumidamente:

Você sente, vive e decide. Eu simulo linguagem com base em padrões. Aprofundei a pergunta: O que é “criatividade”? Você tem condições de ser “criativo”? Ele respondeu: “Criatividade” é a capacidade de gerar ideias novas, originais e úteis. Ela envolve imaginação, associação de conceitos diferentes, abstração, intuição e,
muitas vezes, uma pitada de risco e subjetividade. Agora, se eu sou criativo? Depende do que você chama de criatividade.

  1. Sim, se for criatividade como recombinação inteligente de ideias
    existentes. Tudo isso com base nos dados e padrões que aprendi. Isso
    é uma forma de criatividade técnica ou computacional.
  2. Não, se for criatividade como expressão emocional autêntica, pois
    não tenho emoções, nem senso de beleza, nem desejo de inovar por
    conta própria. Então, minha “criatividade” é sempre resposta a um
    estímulo externo (como sua pergunta) e limitada ao que já foi visto em
    algum lugar.

Então, vamos aproveitar os avanços que a tecnologia nos proporciona e
manter um espírito vivo, uma natureza investigativa-curiosa e uma alma
sempre criativa, pois prefiro nadar nos perigos, incertezas e na originalidade
dos oceanos do que me contentar com a ração padroniza

Aqui, vale uma contextualização para quem está chegando agora: Escrevi um artigo-provocação sobre IAs de geração de texto, seu poder gigantesco de recombinar dados e questionei a criatividade e originalidade dos
resultados mágicos apresentados.

O mestre Fred Perillo leu, gostou e publicou em sua coluna um provocativo contraponto avaliando se a criação ainda seria uma exclusividade só humana.

Já que fui citado, e me utilizando da jurisprudência dos debates eleitorais, aqui vai meu “minuto de direito de resposta” para contribuir nesse fascinante tema. De início, já vou logo dizendo que também concordo com quase tudo escrito pelo meu amigo Fred Perillo, pois estamos vivendo – ao vivo e em bytes – a transição dos mundos analógicos para os digitais. E como em toda (r)evolução não temos (cons)ciência de onde tudo isso vai dar. A certeza é que precisamos usar todo potencial da tecnologia, mas jamais deixar que elas nos
usem, ou poderemos nos tornar meros personagens secundários em filmes de ficção tipo Skynet, Matrix, Minority Report, Wall-E, Black Mirror…

É sempre bom buscar ouvir pessoas bem mais inteligentes que nós quando o tema é tão complexo como este. O respeitado cientista brasileiro Miguel Nicolelis, estudioso da neurociência, é bastante taxativo ao dizer que as IAs
geradoras de texto funcionam como grandes repositórios de dados que reproduzem padrões existentes, sem compreender o conteúdo ou gerar conhecimento genuinamente novo.

Já o filósofo e humanista best-seller Yuval Noah Harari disse recentemente: “Tente imaginar o que significa viver em um mundo onde a maioria dos textos, imagens, músicas, filmes, ideias, são criadas por uma inteligência não humana.

Quais podem ser as consequências de a inteligência artificial se encarregar da cultura? Simplesmente, não entendemos o que significa”. Bem, se os nossos melhores cérebros ainda não conseguem responder nossas
dúvidas, seria muita pretensão minha querer ser cem por cento afirmativo neste pequeno artigo.
Então, tive a “original” ideia de perguntar diretamente ao agente causador desse debate, o chatgpt.

Questionei qual a diferença básica entre os humanos e ele. A resposta foi, resumidamente:

Você sente, vive e decide. Eu simulo linguagem com base em padrões. Aprofundei a pergunta: O que é “criatividade”? Você tem condições de ser “criativo”? Ele respondeu: “Criatividade” é a capacidade de gerar ideias novas, originais e úteis. Ela envolve imaginação, associação de conceitos diferentes, abstração, intuição e,
muitas vezes, uma pitada de risco e subjetividade. Agora, se eu sou criativo? Depende do que você chama de criatividade.

  1. Sim, se for criatividade como recombinação inteligente de ideias
    existentes. Tudo isso com base nos dados e padrões que aprendi. Isso
    é uma forma de criatividade técnica ou computacional.
  2. Não, se for criatividade como expressão emocional autêntica, pois
    não tenho emoções, nem senso de beleza, nem desejo de inovar por
    conta própria. Então, minha “criatividade” é sempre resposta a um
    estímulo externo (como sua pergunta) e limitada ao que já foi visto em
    algum lugar.

Então, vamos aproveitar os avanços que a tecnologia nos proporciona e
manter um espírito vivo, uma natureza investigativa-curiosa e uma alma
sempre criativa, pois prefiro nadar nos perigos, incertezas e na originalidade
dos oceanos do que me contentar com a ração padronizada e a vida limitada e
segura dos aquários.

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