Comissão da Furb, clima tenso entre representantes da universidade e da prefeitura de Blumenau

O Informe Blumenau tratou do debate entre o chefe de Gabinete da Prefeitura e representantes da FURB, durante reunião da Comissão Provisória que analisa as finanças da Universidade Regional, você pode conferir aqui.

Aqui o Informe reproduz o release da Câmara, pois outros assuntos importantes estiveram no debate.

A Comissão Temporária para Recuperação Fiscal-Orçamentária da Furb se reuniu, na tarde desta segunda-feira (28), na sala das comissões, para continuar o debate acerca da saúde financeira da universidade. Além do presidente da comissão – vereador Diego Nasato (NOVO) – estiveram presentes os vereadores Alexandre Matias (PSDB) (vice-presidente) e Cristiane Loureiro (Podemos) (relatora). O vereador Flávio Linhares – Flavinho (PL) também acompanhou a reunião.

Ainda estiveram presentes o chefe de gabinete do prefeito, Dênio Scottini, o pró-reitor de administração da universidade, Jamis Piazza, o diretor do Instituto FURB; Daniel Agostini, o presidente do Sinsepes; Márcio Rastelli, o diretor administrativo do ISSBLU, Ricardo Bof, além de três membros do OSBLU e do advogado Christian Panini, representando a OAB e o Observatório Social.

O chefe de gabinete do prefeito, Dênio Scottini, e o pró-reitor de administração da universidade, Jamis Piazza, debateram a respeito das dificuldades de firmar convênios e o leque de serviços que a universidade pode oferecer à prefeitura. Scottini expressou frustração com a falta de agilidade da FURB em implementar projetos, referindo-se a experiências ruins anteriores, como no caso do hospital veterinário, onde os custos eram mais elevados do que os de clínicas privadas. Essa falta de parceria efetiva impediria o desenvolvimento de serviços essenciais para a população.

Ele ainda mencionou um financiamento de R$ 10 milhões solicitado pela Furb ao Badesc, que ainda está em análise pela prefeitura, enfatizando que comprometer essa quantia é uma decisão séria, dado o estado das finanças da autarquia.

Em resposta, o pró-reitor salientou a preocupação da Furb em utilizar os recursos de maneira responsável e com planejamento, respeitando a legislação e justificando os investimentos em tecnologia que precisam ser feitos. Pontuou que a universidade está aberta ao diálogo e busca estabelecer parcerias que possam beneficiar ambos os lados.

Já o diretor do Instituto Furb explicou, quando questionado pelo presidente da Comissão, por que a universidade nem sempre consegue oferecer projetos de acordo com a demanda da prefeitura, amortizando custos com horas de pesquisa acadêmica. “Quando a demanda por esses serviços chega até a universidade, nós não temos o período de tempo necessário para construir, apresentar e aprovar um projeto de pesquisa de forma que utilize as horas de pesquisa para custear o serviço. E é normal e compreensível que o ente público tenha pressa nessas contratações. Às vezes essas demandas não caminham par e passo”.

Hospital universitário

Representantes da universidade ainda anunciaram que está em fase final de elaboração um edital de chamamento público para selecionar uma organização social para receber a concessão do hospital universitário. Esta organização será responsável por explorar o espaço e oferecer atendimentos principalmente através do Sistema Único de Saúde (SUS), complementando também com serviços particulares e por convênios. Espera-se que esse processo seja concluído em alguns meses, permitindo a celebração de contrato e a ocupação do local.

Além da mitigação dos gastos com manutenção do espaço, atualmente ocioso, essa concessão beneficiaria não somente os alunos do curso de medicina da universidade, mas também a comunidade de Blumenau, que necessita de mais serviços de saúde.

Venda de terreno do Campus 2

Um dos assuntos discutidos foi a possibilidade de venda de parte do Campus 2 da universidade, que estaria ociosa. Representantes da Furb ressaltaram o interesse da prefeitura em desenvolver um distrito de inovação naquela área, o que representa uma oportunidade de colaboração entre as instituições. O valor do imóvel é estimado em cerca de R$ 4,5 milhões, mas foi reforçado que é preciso realizar uma atualização na avaliação antes da venda. Segundo a universidade, o foco é garantir que os recursos obtidos com a venda sejam alocados no pagamento de débitos previdenciários.

ISSBLU

Questionado sobre se a universidade fará um novo parcelamento dos débitos previdenciários com o ISSBLU, o pró-reitor negou categoricamente. “Nem que tenhamos que atrasar os salários”, disse, acrescentando que a fala foi em tom de brincadeira. Ele ainda frisou que o objetivo é manter o maior número de alunos possível, gerindo bem os recursos da universidade e os repassados pelo governo estadual.

Desenquadramento de professores

Os representantes da Furb informaram que o Ministério Público de Santa Catarina determinou que a universidade substitua todos os professores que atuam como Professores Substitutos de Pequeno Prazo (PSPS) que não se enquadram como emergenciais. A decisão surgiu a partir de um inquérito civil, que identificou que alguns desses profissionais estavam há anos na instituição, configurando uma situação que não deveria ser de temporariedade. Segundo o acordo, o objetivo é que essa troca ocorra até o final de 2024, visando a regularização das contratações e a promoção de concursos para preencher as vagas efetivas necessárias.

A reitoria sublinha a importância de analisar a sustentabilidade das ofertas de cursos e as demandas de professores, evitando a abertura de concursos sem necessidade, mas salientou que a partir dessa nova determinação, a universidade não poderá mais realizar contratações de forma mais econômica.

A próxima reunião da comissão na terça-feira, 27 de maio, às 11 horas, na sala das comissões.

Confira o vídeo da reunião:

Fonte: CMB

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