A fusão entre PSDB e Podemos e mais: Michel Temer como guru de presidenciáveis

PSDB e Podemos devem formalizar fusão ainda este mês - Foto: IA/ND

PSDB e Podemos devem formalizar fusão ainda este mês – Foto: IA/ND

Prevista para o final deste mês, a fusão entre PSDB e Podemos não é um movimento de força – é vista como um movimento de reconstrução forçada. Os conhecidos tucanos que já ocuparam o Palácio do Planalto por dois mandatos e protagonizaram disputas nacionais, amargam hoje os efeitos de uma crise interna que se arrasta por mais de uma década.

A perda do governo de São Paulo, a ausência de candidato próprio à Presidência da República em 2022 e a redução drástica da bancada na Câmara dos Deputados são sintomas de um esgotamento de modelo e de representatividade.

Já o Podemos, sob a liderança da deputada federal Renata Abreu (SP), tem conseguido manter presença regional, mas ainda luta por maior projeção nacional. Juntos, os dois partidos somariam 25 cadeiras na Câmara dos Deputados e garantem certo peso em tempo de TV, acesso ao fundo partidário e sobrevida institucional.

Em Santa Catarina, os líderes das siglas tentam dar um tom de reconstrução. O deputado Marcos Vieira, presidente estadual e vice-presidente nacional do PSDB, articulador veterano, tem atuado diretamente na construção dessa fusão, e destaca o alcance nos municípios e o esforço para preservar a força da legenda no Estado. O novo partido reforçaria a presença nos municípios e ofereceria estrutura para disputar o futuro político do Estado

Já a deputada Paulinha, que comanda o Podemos catarinense, reforça os laços construídos com lideranças tucanas como a deputada federal Geovania de Sá – que já manifestou o desejo de deixar a sigla – e aposta na soma de estruturas como ponto de partida para algo maior.

Ambos falam em diálogo e solidez, mas reconhecem, nas entrelinhas, que essa união é também uma resposta a um cenário de fragilidade.

A nova legenda, que deve nascer nas próximas semanas, teria musculatura nos números, mas ainda precisará provar que tem fôlego político para se manter relevante. A fusão pode ser estratégica, mas o verdadeiro desafio será reconquistar um eleitorado que já não se identifica com discursos genéricos nem alianças de conveniência.

Atrito

O clima de harmonia na base do Executivo na Câmara de Vereadores de Florianópolis já não é mais o mesmo. Após a licença do presidente, vereador João Cobalchini (MDB), que abriu espaço para o vereador Bericó (PL), aumentou o nível de disputa interna entre os parlamentares do PL.

A guerra tácita por espaço e os ataques indiretos se somam a mais uma crise que a Prefeitura de Florianópolis terá que mediar para tentar recompor uma base articulada.

Núcleo dois

A Primeira Turma do STF começa a julgar nesta terça-feira (22) a denúncia contra o chamado “núcleo dois” da tentativa de golpe de Estado. Entre os acusados está Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF e atual secretário municipal em São José, apontado como um dos responsáveis por tentar manter Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral.

Silvinei cogitou acompanhar o julgamento presencialmente em Brasília, mas por orientação dos advogados desistiu.

A denúncia, feita pela PGR, atinge também nomes como o general Mário Fernandes e o ex-assessor Felipe Martins. A estratégia dos acusados teria sido montar uma estrutura paralela para sustentar a permanência de Bolsonaro.

No Sul

Vaguinho, Julio e Salésio – Foto: Divulgação/ND

O presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD), esteve no maior evento de skate do Brasil, ocorrido no fim de semana em Criciúma. A presença reforça sua proximidade com o prefeito Vaguinho (PSD), aliado político com quem mantém articulações estratégicas no Sul do Estado. Na foto, da esq. para a dir., Vaguinho, Julio e o vice-prefeito de Criciúma, Salésio Lima.

Movimento Brasil

O ex-presidente Michel Temer (MDB) tem atuado como articulador político entre os presidenciáveis de centro e direita que visam 2026. Temer lidera a criação do “Movimento Brasil”, iniciativa que pretende unificar os partidos em torno de um só projeto de governo. A ideia é reunir propostas dos pré-candidatos em um único documento, a ser apresentado nacionalmente.

Inicialmente, cada liderança manteria seu discurso individual, mas alinhada ao movimento. Com o tempo, e conforme as pesquisas avançarem, a chapa única seria definida. Temer tenta dar forma a uma aliança ampla e se torna o guru dos presidenciáveis.

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