Estudantes criam bonecos com itens recicláveis e trabalham a criatividade

O hábito de usar bonecos em brincadeiras e apresentações não é de agora. Na verdade, aqueles que viveram na Pré-História já criavam as imagens em madeira e outros materiais naturais.

Alunos apresentam os bonecos em atividade que contou com a participação dos demais grupos – Foto: Escola Municipal Prefeito Luiz Gomes/Divulgação/its Teens

Mas como seria se a mesma emoção fosse partilhada? O evento aconteceu na Escola Municipal Prefeito Luiz Gomes, em 2023, quando 120 alunos do quinto ano apresentaram o entusiasmo e a alegria característica das celebrações.

“Todo mundo amou apresentar, ficar dançando, balançando por todo lado, andar ao redor da quadra, ver o rosto das pessoas se divertindo”, explica João Victor Tamayose Machado, 11, que agora está no sexto ano.

As “Maricotas”, nome dado aos bonecos, foram criadas com itens que podem ser encontrados na maioria dos lares, como cabos, cartolinas e tecidos. O projeto foi a oportunidade para compartilhar com a sociedade aquilo que acontece na unidade.

“Não foi só da escola, eu considero no meu coração que foi da comunidade, porque toda família ajudou com material. Foi um momento bem legal, muita responsabilidade. Outro detalhe: alunos que tinham problema de comportamento, mas neste momento eles tomaram conta, vestiram a camisa”, comenta a professora Maria Isabel Cardozo, que atua no componente curricular de Artes.

Ela contou também com o auxílio das professoras regentes Camila de Oliveira do Nascimento e Renata Caroline Sebastião da Silva, além da equipe composta por Cicera Maria do Socorro Lins, Crislaine Cardoso, Gabrielle Kalvino, Lohaine Santos Araújo da Silva e Marivone Vieira Lopes.

Partindo da referência daquilo que é feito em Olinda, a busca pela história e a apresentação do tema para a turma foi seguida do próximo desafio: encontrar os itens necessários para dar asas à imaginação, criando os bonecos.

“Foi um projeto que deu muito trabalho, mas foi muito compensador. O resultado foi emocionante, o brilho nos olhos das crianças, a alegria deles”, comenta a educadora, ressaltando a responsabilidade dos jovens com a arrecadação dos artigos e a criação dos 49 fantoches, processo executado de julho a novembro.

Para quem colocou a mão na massa e esteve presente no desenvolvimento e exposição, o que marcou foi a união.

“Foi um trabalho em grupo, foi muito incrível. Tínhamos que ajudar um ao outro, um pegava o material, outro pegava outro, e isso ajuda muito no futuro, no trabalho, para sabermos como serão as atividades em grupo”, explica João.

Em comparação com as tarefas que são desenvolvidas em sala, há uma conclusão: “A diferença é que a gente se diverte bastante e eu gostaria que tivesse outro trabalho”, opina Izabella Renata Gritten Morais, 11, que iniciou o sexto ano em 2024.

Para quem apresentou a ideia, a conexão e a emoção superaram o nervosismo de coordenar um projeto como esse.

“Foi a questão da alegria, do desfile, daquele momento das cores vibrantes, daqueles bonecos grandes. Trabalhamos com fantoche, mas sempre pequeno. De repente virou gigante”, finaliza Maria, que também auxiliou os grupos na criação de pirulitos e corações que foram expostos durante a performance.

A originalidade é algo que faz parte do cotidiano da unidade, que participa do Programa Escolas Criativas, focado na abordagem e aprendizado de forma lúdica.

Diversidade de bonecos

No ato de pensar o que seria necessário para dar vida aos bonecos, cada dupla e trio teve a oportunidade de pensar em aspectos, característicos e físicos, que pudessem representar as preferências e até mesmo atributos pessoais, como ocorreu, por exemplo, com Kauane Mikáeli Brasil, 11, agora no sexto ano.

A aluna tem vitiligo e fez questão de incluir no boneco o mesmo traço dermatológico, com pigmentações na pele — forma de representar pluralidade e diferenças.

Como surgiram os mamulengos?

Por mais que o termo seja diferente, há registros que mostram a proximidade da cultura nacional com a palavra que caracteriza os bonecos gigantes — mais tradicionais na Região Nordeste.

Sendo manipulado por uma pessoa, como no caso dos estudantes, ou nas situações em que um grupo é responsável por direcionar os passos, o fato é que a invenção desperta a curiosidade, seja pelas cores ou roupas.

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