Filarmônica Comercial de Florianópolis segue rumo aos 150 anos sempre se reinventando

Poucas entidades podem contar sua história em décadas, que dirá em séculos! Para as que conseguem atravessar gerações, a longevidade é motivo de orgulho. Este é o caso da Sociedade Musical Filarmônica Comercial, que neste ano vai comemorar nada menos do que um século e meio e, a julgar pela determinação e dedicação dos seus atuais integrantes, não há dúvidas de que vai chegar aos dois séculos. Rumo ao sesquicentenário, a orquestra, no momento composta por 18 músicos e dez aprendizes na Oficina de Aprimoramento, se reúne pelo menos duas vezes por semana – às quartas-feiras para a oficina e às quintas para ensaio.

Marcus Minelli e Marcelo, músicos da filarmonica – Foto: LEO MUNHOZ/ND

Tombada como patrimônio imaterial da Capital e com os títulos de utilidade pública municipal e estadual, não tem fins lucrativos. Todos os sócios atuam voluntariamente, e ainda contribuem, quando necessário, para as despesas da sede própria, uma outra pérola histórica do Centro. Professor, maestro e atual presidente, João Almir Wendt informa que no momento um convênio com a Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, para cinco apresentações, garantirá um respiro no caixa da entidade.

O próximo compromisso está agendado para domingo que vem (17), na Procissão do Senhor dos Passos. Wendt se considera um guardião desta sociedade que é um pedaço significativo da cultura musical florianopolitana. E tem buscado parcerias públicas e privadas para que este patrimônio se perpetue.  Além de parcerias, a Filarmônica Comercial se prepara para comemorar 150 anos em 11 de outubro. A data exata ainda provoca dúvidas, mas o dia 11 de outubro de 1874 é reconhecido como o oficial de sua fundação.

Sociedade Musical Filarmônica Comercial vai comemorar nada menos do que um século e meio – Foto: LEO MUNHOZ/ND

Sua história e as mudanças pelas quais passou ao longo dos primeiros 140 anos foram tema de um trabalho de conclusão de curso do músico Edson Abílio Alves, em 2014. No projeto “Banda Escola da Sociedade Musical  Filarmônica Comercial: Uma Experiência no Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais”, o então acadêmico do curso de licenciatura em música do Ceart (Centro de Artes) da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) explica que a pesquisa foi realizada em uma experiência de estágio, com o objetivo de descrever e discutir o processo de ensino de instrumentos musicais no projeto Banda Escola, descontinuado em 2013.

As dúvidas em torno da fundação surgem porque por anos a sociedade funcionou sem formalização. Também a ata da Assembleia Geral de Fundação, de 10 de abril de 1913, traz relatos sobre senhores reunidos na “Casa da Rua Tiradentes”, para fundar uma sociedade batizada de Sociedade Musical Comercial.

Anos mais tarde, na ata da sessão da posse da nova diretoria, no dia 11 de outubro de 1959, o presidente relembrou  o 11 de outubro de 1874 como sendo a da fundação, assim perpetuando-se. Neste mesmo ano, a data já tinha sido reconhecida no Diário Oficial do Estado, quando na edição número 6.304, de 20 de abril, foi publicado o Estatuto da Sociedade Filarmônica Comercial, constando em seu artigo primeiro a fundação como sendo realmente 11 de outubro de 1874.

Diretoria de 1951 da Sociedade Filarmônica Comercial - DIVULGAÇÃO/ND

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Diretoria de 1951 da Sociedade Filarmônica Comercial – DIVULGAÇÃO/ND

Foto tirada entre 1935 e 40, em apresentação em Porto Belo - DIVULGAÇÃO/ND

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Foto tirada entre 1935 e 40, em apresentação em Porto Belo – DIVULGAÇÃO/ND

Sociedade Musical Filarmônica Comercial em data desconhecida - DIVULGAÇÃO/ND

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Sociedade Musical Filarmônica Comercial em data desconhecida – DIVULGAÇÃO/ND

NO TAC, em agosto de 1962 - DIVULGAÇÃO/ND

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NO TAC, em agosto de 1962 – DIVULGAÇÃO/ND

Mudanças no nome também fazem parte da história da Filarmônica Comercial

A partir da Assembleia Geral de 21 de dezembro de 1925 foi constatado que o nome Sociedade Musical Filarmônica Comercial já havia sido mudado para Sociedade Musical União dos Artistas, e a sua sede estava situada na rua Conselheiro Mafra, 77. Anos se passaram quando na Assembleia Geral de 1 de maio de 1955, convocada exclusivamente para mudança de nome, retornou para o original Sociedade Musical Filarmônica Comercial. O então presidente, Hipólito do Vale Pereira, mencionou que o retorno do nome original era uma homenagem aos músicos-fundadores, entre os quais estavam alguns dos maiores comerciantes da Capital.

Em 29 de novembro de 1957, o artigo 34 foi modificado para que o mandato da diretoria tivesse   duração de dois anos ao invés de um.  No mesmo Diário Oficial, um aditamento ao estatuto, no artigo 35, estabelece que o tempo de duração da sociedade será permanente. E a lista de fundadores é divulgada.

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