Ex-miss de SC presa nos EUA acende alerta para remédios proibidos na mala; veja quais

Miss deportada dos EUA levava Tramol, medicamento que exige autorização especial

Miss deportada dos EUA levava Tramal, medicamento que exige autorização especial – Foto: Francielly Ouriques/@franciellyouriques/Instagram

A ex-miss de Santa Catarina, Francielly Ouriques, presa e deportada pela polícia dos Estados Unidos, relatou que foi proibida de entrar no país por estar levando medicamento ilegal. Em sua bagagem, agentes da fronteira encontraram Tramal, que necessita de autorização especial para ser liberado.

Para passar pela fronteira com o medicamento, o viajante deve seguir normas estabelecidas pelas agências de saúde, drogas e controle de fronteiras.

As principais normas são estabelecidas pela FDA (Food and Drug Administration), agência que regula a segurança de alimentos, cosméticos e medicamentos no país. O órgão proíbe a venda de diversos remédios, seja pelo potencial vício que eles apresentem, seja pelos riscos à saúde em caso de uso indiscriminado.

Além disso, se o remédio for uma substância controlada, talvez também seja necessário cumprir as normas da DEA (Drug Enforcement Administration), que combate o tráfico de drogas.

Principais normas de regulação de medicamentos nos EUA são feitas pela FDA

Principais normas de regulação de medicamentos nos EUA são feitas pela FDA – Foto: Divulgação/NuonHealth/ND

Confira quais são os medicamentos usados no Brasil que turistas não podem levar para os Estados Unidos.

Medicamentos restritos nos EUA

  • Difenidramina (Benadryl): embora seja um antialérgico comum em muitos países, a difenidramina é considerada de alto risco nos EUA. Pode causar sonolência excessiva e problemas cardíacos;
  • Fenilpropanolamina: usado para perda de peso, mas foi retirado do mercado nos EUA devido a riscos cardiovasculares;
  • Analgésicos com codeína: a codeína é um opioide presente em alguns analgésicos. Nos EUA, sua venda é restrita devido ao risco de dependência e overdose;
  • Dipirona (exemplos comerciais: Novalgina, Dorflex): Usada como analgésico e antitérmico, é proibida nos EUA devido ao risco de agranulocitose, uma condição que afeta o sistema imunológico;
  • Sibutramina (Reductil): esse supressor de apetite é proibido nos EUA por seu risco associado a problemas cardiovasculares;
  • Ansiolíticos e sedativos (como Rivotril e Valium): controlados e exigem prescrição médica nos EUA;
  • Opioides (exemplos incluem Tramal e Dolantina): são permitidos apenas com prescrição médica rigorosa e em quantidades limitadas;
  • Estimulantes (como a Ritalina): utilizados para tratar TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), são medicamentos controlados que exigem receita médica;
  • Narcóticos de alto risco: drogas como Rohypnol e GHB (ácido gama-hidroxibutírico) são estritamente proibidas.

O que é preciso para entrar com um medicamento nos EUA

Cidadãos estrangeiros, em geral, devem levar seus remédios acompanhados da receita médica. O ideal é que o medicamento esteja na embalagem original e com a nota do profissional, escrita em inglês.

Caso o remédio já tenha sido transferido para outra embalagem, é recomendado que o usuário leve uma cópia da receita ou uma carta do médico explicando o porquê precisa usá-lo.

Viajante deve levar prescrição médica e o medicamento em sua embalagem original. Na imagem, várias cartelas de medicamentos

Viajante deve levar prescrição médica e o medicamento em sua embalagem original – Foto: Freepik/ND

Os órgãos reguladores recomendam que os viajantes levem apenas uma quantidade compatível com o uso pessoal, já que grandes quantidades são proibidas e podem causar suspeita de tráfico. Quem for passar mais que três meses nos Estados Unidos e precisar de medicação internacional, deve importá-la.

O cumprimento de todos os requisitos não garante que o remédio passará pela imigração. Todas as medicações podem ser submetidas a testes e estão sujeitas à fiscalização da FDA.

Miss deportada dos EUA levava Tramal e foi barrada no aeroporto

Francielly Ouriques foi expulsa e teve o visto norte-americano cancelado após ser flagrada com uma cartela do medicamento Tramal, analgésico à base de opioide, em sua bagagem. A miss deportada usou as redes sociais para contar o caso, que ocorreu no dia 10 de abril.

Ex-miss de Santa Catarina contou em suas redes sociais que foi deportada após agentes de fiscalização encontrarem Tramal em sua mala. Na imagem, ela aparece usando biquini branco e posando para foto.

Miss deportada dos EUA contou que foi expulsa do país após agentes de fiscalização encontrarem Tramal em sua bagagem – Foto: Francielly Ouriques/@franciellyouriques/Instagram

Ela teve seus pertences apreendidos durante a fiscalização. Em seguida, ela foi presa, mas liberada horas depois. A ex-miss contou em suas redes sociais que foi abordada em uma conexão, em Chicago, e precisou aguardar mais de cinco horas até que a situação fosse resolvida.

“Um guarda me abordou perguntando se eu tinha algo de ilícito nas minhas malas e eu disse que não. Geralmente, as pessoas me mandam para revista na Polícia Federal e eu pensei: gente, só pode ser um esteriótipo porque sempre me escolhem”, contou a miss deportada.

Para que serve o remédio Tramal?

O Tramal é um medicamento cujo princípio ativo é o cloridrato de tramadol, um analgésico opioide de ação central. Ele é usado principalmente para alívio da dor de moderada a intensa, quando analgésicos mais comuns (como paracetamol ou ibuprofeno) não são suficientes.

  • Dores moderadas a intensas, como:
  • Pós-operatórias
  • Dores crônicas (como dores nas costas, articulares ou de origem neurológica)
  • Dores oncológicas (em pacientes com câncer)
  • Dores agudas que requerem controle com opioides mais leves

O tramadol age no sistema nervoso central, ativando receptores opioides e inibindo a recaptação de serotonina e noradrenalina, o que ajuda a reduzir a percepção da dor.

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