
Por Otávio Timm e Thiago Facchini
Diversas pessoas notórias dos vários anos de história de Brusque e de Santa Catarina estão eternizadas em nomes de ruas e avenidas do município. Os homenageados tiveram papéis importantes para o desenvolvimento local e até do estado.
A reportagem de O Município apurou informações sobre quem foram 15 pessoas que nomeiam as principais ruas da cidade: avenida Bepe Roza, avenida Cônsul Carlos Renaux, avenida Hugo Schlosser, avenida Otto Renaux, rua Augusto Klapoth, rua Bulcão Vianna, rua Dorval Luz, rua Edgar von Buettner, rua Ernesto Bianchini, rua Felipe Schmidt, rua Hercílio Luz, rua João Bauer, rua José Dubiela, rua Maximiliano Furbringer e rua Padre Antônio Eising.
Avenida Bepe Roza
O nome de uma das avenidas Beira Rio de Brusque homenageia Josep Rozza, o Bepe, pai do prefeito que inaugurou a avenida, Ciro Roza. Nascido em Rodeio, no Médio Vale, Bepe era comerciante, e morou também em Massaranduba, no Norte do estado.
“Foi um grande homem. As pessoas sempre vinham pedir conselhos ao senhor Bepe. Sempre segui o exemplo dele”, relembra o filho Ciro Roza. As atividades comerciais foram muito presentes na vida de Bepe, que trabalhou no setor da pecuária e foi proprietário de cervejaria. Bepe faleceu em 1969, aos 63 anos.
Avenida Cônsul Carlos Renaux
O cônsul Carlos Renaux, nascido na Alemanha, foi um importante político, comerciante e industrial radicado em Brusque. Imigrante com espírito empreendedor, revolucionou o comércio local ao adotar práticas modernas de negociação com os colonos. É conhecido por ter sido o maior benfeitor do município e foi homenageado com o nome da via que abriga o centro comercial.
Fundou, em 1892, a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, a primeira de Santa Catarina a instalar uma fiação. Foi o primeiro prefeito de Brusque. Em 1918, recebeu o título de cônsul honorário do Brasil nos Países Baixos. Faleceu em 1945.
Avenida Hugo Schlosser
Uma das principais vias do bairro Jardim Maluche homenageia Hugo Schlosser, filho de Gustavo Schlosser, fundador da histórica indústria que leva o sobrenome da família. Durante anos, Hugo e o irmão auxiliaram o pai na administração dos negócios.
Com o crescimento da empresa, ela passou a ocupar uma extensa área na avenida Getúlio Vargas. As atividades foram encerradas no início de 2011, e, no local da antiga fábrica, encontra-se hoje a Villa Schlösser. Hugo faleceu em 1962.
Avenida Otto Renaux
Otto Renaux é homenageado com o nome de uma grande avenida de Brusque. É filho do cônsul Carlos Renaux e de Selma Wagner. Brusquense de berço, Otto seguiu os passos do pai como industrial.
Foi Otto quem consolidou as obras do pai, este fundador da primeira fábrica de tecidos de Brusque e um dos responsáveis pelo título da cidade como “berço da fiação catarinense”. O filho deu sequências às iniciativas do pai. Faleceu em 1962.
Rua Augusto Klapoth
A rua que liga os bairros Águas Claras e Santa Luzia homenageia o comerciante Augusto Klapoth. Ele era proprietário de terras em que atualmente está localizada a via. Augusto também é conhecido por ter sido, ao lado de Paul Hoepcke e Carlos Renaux, fundador da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux. A sociedade, porém, foi desfeita em pouco tempo.
O primeiro empreendimento de Augusto em Brusque foi uma grande venda de produtos coloniais. Por volta de 1903, inaugurou uma filial no terreno em que foi erguido o Casarão Klapoth, posteriormente conhecido como Hotel Schneider, já demolido. Faleceu em 1911.
Rua Bulcão Vianna
O médico Antônio Vicente Bulcão Vianna foi homenageado com o nome da rua no bairro Azambuja. Conforme o livro “Brusque: essas ruas que eu amo”, de Maria do Carmo Ramos Krieger Goulart, a vida de Antônio envolve a medicina, a carreira militar e a política.
Ele passou por diversos estados brasileiros, mas foi em Santa Catarina que entrou para a política. Chegou a exercer o cargo de governador interino. Faleceu em 1940.
Rua Dorval Luz
A rua Dorval Luz é uma das mais conhecidas do bairro Santa Terezinha. Segundo o livro “Brusque: essas ruas que eu amo”, o nome homenageia Dorval Duarte da Luz, nascido em Lages. Em 1894, foi nomeado coletor estadual pelo então governador Antônio Moreira César. Posteriormente, em 1912, assumiu o cargo de coletor federal. Faleceu em 1952.
“Em suas terras em Brusque, próximas à rótula do Steffen, construiu a primeira raia de corrida de cavalos da cidade. Em 1918, foi eleito para a diretoria (comissão de contas) do Tiro de Guerra de Brusque”, publicou a autora Maria do Carmo Ramos Krieger Goulart.
Rua Edgar von Buettner
Uma das principais ruas do bairro Bateas homenageia Edgar von Buettner. Ele foi o fundador da E.V. Buettner & Cia., empresa que deu origem à indústria têxtil Buettner. É filho de Eduardo von Buettner, fundador da Buettner SA, que não apoiou o empreendimento industrial do primogênito e optou por não ser seu sócio.
Apesar da resistência paterna, Edgar contou com o incentivo da mãe, Albertine, para levar adiante os negócios. Faleceu em 1944, no Rio de Janeiro, aos 71 anos, e foi sepultado em Brusque.
Rua Ernesto Bianchini
A principal rua do bairro Rio Branco leva o nome de Ernesto Bianchini, que foi prefeito de Brusque por um curto período. O cargo foi exercido em 1927, após a morte de João Schaefer no exercício do mandato. Nilo e Paulo, filhos de Ernesto, tiveram destaque na política, e foram deputado estadual e prefeito, respectivamente.
Em entrevista à reportagem especial “Ruas da cidade que eu amo”, produzido pelo jornal O Município em 2008, o neto de Ernesto, Ivan Bianchini, lembrou que o avô foi proprietário de terras, sobretudo na região do Rio Branco, herdadas do pai.
Rua Felipe Schmidt
Felipe Schmidt, que leva o nome da rua de acesso ao centro comercial de Brusque, foi político. Ele faleceu em 1926, no Rio de Janeiro, aos 66 anos. Como político, foi governador de Santa Catarina em duas ocasiões, de 1898 a 1902 e de 1914 a 1918. Além disso, exerceu mandato de senador.
Rua Hercílio Luz
A rua Hercílio Luz fica localizada no Centro I. Antigamente, era conhecida como “rua das carreiras”. O nome da via é uma homenagem ao ex-governador de Santa Catarina. Hercílio está eternizado de várias formas pelo estado. Entre elas, carrega o nome da ponte Hercílio Luz, cartão-postal da capital Florianópolis.
Segundo informações da Assembleia Legislativa (Alesc), Hercílio foi governador de Santa Catarina entre 1894 e 1898. Voltou ao posto anos mais tarde, em 1918, exercendo a chefia do governo catarinense até a metade de 1924, quando se afastou do cargo. Faleceu no decorrer do ano, ainda durante o período de mandato.
Rua João Bauer
A rua João Bauer é uma das vias mais conhecidas do Centro. Recebeu este nome em 1949, no centenário de João Bauer, um dos empresários mais importantes da história local. Antes, chamava-se rua Santos Dumont.
Nascido na Alemanha, Bauer chegou ao Brasil aos 11 anos. Estabeleceu-se em Brusque com o pai e, mais tarde, se mudou para Itajaí, cidade em que trabalhou como padeiro. Retornou a Brusque em 1890, investindo na indústria têxtil, comércio, cervejarias e construção de veleiros.
Foi pioneiro na instalação da primeira usina hidrelétrica da região, em 1913, em Guabiruba. Também foi dono do primeiro automóvel da cidade. Naturalizado brasileiro, ingressou na política, sendo vereador em Joinville e deputado. Em Brusque, foi prefeito entre 1897 e 1898. Faleceu em 1931.
Rua José Dubiela
A rua José Dubiela é uma das principais vias do bairro Thomaz Coelho. Conforme o pesquisador e escritor Celso Deucher, o nome, a princípio, homenageia José Adalberto Dubiella, um empreendedor do setor de transportes em Brusque.
Fundador da Transduque, empresa com filiais em diversas cidades do país, ele também participou ativamente de entidades locais, como o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem, o Lions Clube de Brusque e clubes esportivos e de caça. Faleceu em 1985.
Outra possibilidade é que a homenagem tenha sido feita para o pai dele, que também se chamava José Dubiella. O patriarca nasceu em 1904, começou como operário na Renaux e se aposentou como tecelão. Faleceu em 1977.
Rua Maximiliano Furbringer
A rua Maximiliano Furbringer, no bairro Souza Cruz, homenageia um fazendeiro dono de muitas terras às margens do rio Itajaí-Mirim, sentido bairro Dom Joaquim. As informações foram divulgadas por Aurelino de Souza à reportagem especial “Ruas da cidade que eu amo”, do jornal O Município.
Conforme o relato, Furbringer era um homem influente na cidade, em razão da grande área de terras que era detentor e dos bens que possuía. Os pastos às margens do Itajaí-Mirim eram utilizados para criação de gado.
Rua Padre Antônio Eising
O padre alemão Antônio Eising foi uma figura importante para Brusque. A rua que leva o nome dele fica no bairro Azambuja, e inicia próximo ao hospital. Conforme constam em arquivos do jornal O Município, a criação do Hospital Azambuja deve-se, principalmente, ao sacerdote.
Um dos motivos para vinda de Antônio a Brusque foi a evangelização. O padre visitava as casas e observava o sofrimento das pessoas doentes, ocasião em que surgiu a ideia de iniciar o hospital. Antônio Eising faleceu em 1921.
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Platz foi a choperia mais popular de Brusque por anos. Relembre:
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