Interesse de mulheres negras por peeling íntimo é frequente em consultórios brasileiros, aponta especialista

De acordo com a plataforma Google Trends, as indagações, estudos e soluções a respeito dos notáveis “procedimentos estéticos” tem se popularizado entre os brasileiros. A amostragem de dados indica que o interesse do tema ao longo do tempo subiu em uma média nacional de 24 pontos. O período da pesquisa é avaliado entre abril de 2023 (55 pontos) até o mesmo mês em 2025, com 79 pontos referenciais. 

O deslumbramento pela juventude e a sua ânsia por conquistá-la vem fissurando o mercado global de estética. Recentemente, a produção “A Substância”, protagonizada pela atriz norte-americana Demi Moore, concorrente ao Oscar 2025, disparou em 100 pontos de audiência a consulta por procedimentos estéticos de setembro para outubro de 2024, ainda segundo o levantamento da Google. Entre as trendings que se popularizaram, destaca-se peeling íntimo, que figura a categoria “em ascensão.

Para se ter uma noção da expansão do mercado íntimo, um levantamento publicado pela Mordor Intelligence afirma que o setor global de rejuvenescimento vaginal deve registrar uma Taxa de Crescimento Anual Composta — do inglês Compound Annual Growth Rate (CAGR) — de 10,40% até 2029. Compondo a parte estética, o clareamento da vulva é uma procura baseada na insatisfação do público feminino: 68% dessa parcela alega descontentamentos com a genitália, segundo estudo em parceria com a Nielsen Brasil, Intimus e a Troiano Branding.

A biomédica esteta Jéssica Magalhães, especialista em pele preta, ressalta a importância de cuidados para garantir resultados eficazes em procedimentos de clareamento íntimo. Divulgação

Entre o público feminino no Brasil que é atingido diretamente por procedimentos estéticos como o peeling íntimo, destaca-se a parcela preeminentemente negra. Segundo as informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (2022), as mulheres negras compõem grande parte do quadro populacional com amostragem de 60,6 milhões de brasileiras. Especialista em pele preta, a biomédica esteta Jéssica Magalhães atesta o descontentamento crescente com a pigmentação da vulva em consultórios ao redor do Brasil, sobretudo para mulheres negras.  

O que leva a procura do clareamento íntimo nos consultórios é a hiperpigmentação da região íntima. O atrito com roupas, métodos de depilação contraindicados, alterações hormonais e suor excessivo da região são fatores determinantes para o acúmulo de manchas. A pele negra é ainda mais delicada de tratar. Pessoas negras devem respeitar a pigmentação natural da pele, evitando agressões que possam causar hiperpigmentação rebote. Infelizmente não há no mercado estético tanto fomento aos cuidados da pele íntima negra, sendo que a demanda é cada vez maior”, elucida a especialista.

Somando mais de 10 anos de experiência na biomedicinaJéssica atenta para o uso de clareadores dermatologicamente seguros, como niacinamida e ácido tranexâmico, fundamentais para uniformizar o tom da pele de forma gradual e sem causar irritações. Além disso, a expert explica que tratamentos a laser ajustados para a pele negra podem auxiliar na renovação celular e potencializar o clareamento, especialmente quando combinados com ativos específicos. 

O protocolo Lumina Peel, desenvolvido para atender às necessidades da pele negra, combina renovação e nutrição sem comprometer a barreira cutânea. Para garantir um clareamento íntimo seguro e eficaz, é essencial escolher produtos adequados, sempre com acompanhamento profissional e cuidados diários”, informa.

antes e depois do tratamento íntimo necessita também de orientações profissionais, segundo Jéssica. “Durante a etapa preliminar é importante evitar a depilação com lâmina ou cera por pelo menos 5 dias, além de manter a área hidratada e livre de irritações prévias. O uso de produtos com ácidos ou agentes clareadores também deve ser evitado sem orientação profissional. Após o tratamento, a hidratação intensa com ingredientes como pantenol e manteiga de karité são fundamentais para a regeneração celular. É recomendado evitar atrito e suor excessivo, preferindo roupas mais soltas. Também é essencial evitar calor excessivo, como banhos muito quentes, saunas ou atividades físicas intensas, por pelo menos 48 horas. Esses cuidados são fundamentais para garantir resultados mais uniformes e duradouros, minimizando riscos de inflamação”, ressalta.

Outra dúvida sanada pela especialista é a respeito do clareamento íntimo gradual realizado em casa, que é possível com algumas limitações. Jéssica ressalta que é essencial utilizar produtos formulados adequadamente, aprovados para pele negra, e evitar substâncias agressivas, de forma segura. A profissional recomenda o uso de ativos suaves, além de evitar esfoliações agressivas que possam causar irritações, mantendo uma rotina de hidratação e proteção contra atrito também é crucial. “O ideal, entretanto, é combinar tratamentos caseiros com procedimentos profissionais, garantindo um clareamento gradual e sem riscos à saúde da pele”, conclui.

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