Além das Telas: a Imersão Digital e Seu Impacto Real

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A forma como interagimos com a tecnologia está mudando rapidamente. O digital não é mais apenas uma interface de trabalho ou lazer, ele está se tornando um ambiente onde colaboramos, tomamos decisões e impulsionamos a produtividade. Tecnologias como realidade virtual (RV), inteligência artificial (IA) e computação espacial estão acelerando essa transformação, criando novas formas de experiência digital e remodelando setores inteiros.

Nossa relação com a tecnologia sempre foi mediada por telas e interfaces bidimensionais, porém, hoje em dia, estamos migrando para interações mais naturais e imersivas, em que o digital e o físico coexistem. RV e RA (realidade aumentada) já permitem reuniões além do tradicional vídeo, treinamentos mais dinâmicos e interações mais intuitivas com IA.

O que antes era uma experiência restrita a nichos, agora desperta o interesse de um público cada vez maior. Portanto, reflete na popularização de conteúdos digitais que simulam realidades passadas e alternativas. Vejo que esse comportamento reforça a demanda por experiências imersivas e personalizadas, seja no entretenimento, na educação ou no ambiente de trabalho.

Mais do que uma tendência cultural, essa demanda aponta para o impacto da imersão digital em diferentes setores. Empresas estão repensando a forma como treinam seus funcionários, como conduzem reuniões e até como vendem produtos e serviços. No varejo, por exemplo, experiências imersivas já permitem que consumidores testem produtos antes da compra em ambientes virtuais. Na educação, simulações em RV transformam o aprendizado, tornando-o mais envolvente e interativo. No ambiente corporativo, a colaboração à distância ganha uma nova dimensão, tornando reuniões mais dinâmicas e interativas.

Esse movimento vem para demonstrar que a imersão digital não é exclusiva do entretenimento, e também irá remodelar a forma como empresas inovam, otimizam processos e se tornam mais competitivas. As grandes companhias de tecnologia precisam equilibrar usabilidade e inovação para garantir que essas experiências se tornem parte do cotidiano. De um lado, há o potencial de criar interações mais produtivas e personalizadas, com IA generativa otimizando fluxos de trabalho em tempo real. De outro, a adoção dessas tecnologias depende de acessibilidade e valor prático. A inovação só ganha escala quando melhora a forma como trabalhamos, aprendemos e nos conectamos.

Estamos vivendo um momento em que o digital deixa de ser uma camada separada da realidade e se torna parte do nosso dia a dia. Não se trata apenas de evolução tecnológica, mas de uma mudança de mentalidade e comportamento. As empresas que enxergarem essa transformação além da superfície não só acompanharão as mudanças, mas definirão os novos padrões que guiarão o mercado.

A imersão digital já não é um conceito distante. Está moldando o presente e redefinindo como interagimos com o mundo. Mas a grande questão não está apenas na tecnologia, e sim na sua execução. A IA só gera impacto quando aplicada estrategicamente, integrada a processos e direcionada para resolver problemas reais.

O verdadeiro impacto da inovação não está apenas na criação de novas tecnologias, mas na forma como as tornamos funcionais e acessíveis. A diferença acontece quando a tecnologia sai do conceito e se traduz em soluções reais, capazes de transformar mercados, impulsionar negócios e melhorar a vida das pessoas.

Marcelo Ciasca é CEO da Stefanini Group

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