Opinião | 1º de abril, “faz o L”, 61 anos do golpe militar e a realidade que não dá para fingir

Hoje é 1º de abril, e além de ser o chamado “Dia da Mentira”, a data marca os 61 anos do golpe militar de 1964. Um período sombrio da história brasileira que nos lembra dos desafios contínuos da luta pela democracia e da importância da civilidade na política. O mais curioso é que, naquela época, muitos que hoje se dizem defensores da liberdade apoiaram a ditadura. As contradições não são poucas, e a história está aí para provar.

Olhando para o Brasil de 2025, percebemos que, apesar de termos superado o regime militar, ainda enfrentamos desafios que mostram como a democracia exige vigilância constante. Enquanto o trabalhador médio sofre com o custo de vida, o Congresso parece mais preocupado em garantir anistia para quem sequer foi julgado e relativizar crimes. A política, que deveria servir ao povo, muitas vezes serve apenas aos próprios políticos.

É verdade que o governo tem feito esforços na economia. Medidas como isenção no Imposto de Renda para quem ganha menos, taxação dos super-ricos e tentativas de segurar o preço dos alimentos mostram que há ações em andamento. Mas a realidade é que, para o brasileiro comum, a vida continua difícil. O salário não acompanha o aumento dos preços, o poder de compra segue enfraquecido, e encher o carrinho no supermercado virou um desafio.

Curiosamente, para alguns, o problema ainda é quem “fez o L”. Mas, sejamos honestos: até quando essa justificativa vai colar? Já se passaram anos desde a última eleição e o governo atual teve tempo suficiente para mostrar a que veio. E o que temos? Um país onde a classe trabalhadora sente no bolso que a promessa de melhora ficou só na propaganda.

Neste 1º de abril, entre as lembranças do golpe militar e a dura realidade econômica, fica um alerta: a luta pela democracia não é apenas sobre o passado, mas também sobre o presente. A mentira pode ser um jogo para alguns, mas para quem sente o peso da crise, ela não tem graça nenhuma.

Marco Antônio André, advogado e ativista de Direitos Humanos

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