Anunciação fundamenta esperança em Deus e Suas promessas, diz bispo

Bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), Dom Catelan Ferreira destaca como Anunciação do Senhor liga Antigo e Novo Testamentos no plano de salvação de Deus

Gabriel Fontana
Da Redação

Giambattista Pittoni, Anunciação. Óleo sobre tela, 1757.

A Igreja comemora nesta terça-feira, 25, a Solenidade da Anunciação do Senhor. A celebração recorda o momento em que São Gabriel Arcanjo visita a Virgem Maria e anuncia a encarnação do Verbo Divino, o próprio Deus que Se faz humano para habitar em meio aos homens (Lc 1,26-38).

Este episódio, que se concretiza com o “sim” dado por Nossa Senhora, se insere no plano salvífico de Deus para a humanidade e aponta para a virtude da esperança, destacada no Ano Jubilar vivido pelos católicos em 2025. Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC), “a Anunciação a Maria inaugura ‘o tempo previsto’ (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas e das preparações”.

Esta promessa tem início em Abraão, eleito por Deus para ser “o pai de uma multidão de povos” (Gn 17,5). Entre eles está Israel, formado, por meio dos profetas, “na esperança da salvação, na expectativa de uma Aliança nova e eterna, destinada a todos os homens” (CIC 64).

O bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, afirma que a Anunciação do Senhor ocupa um lugar de altíssima importância, sendo o ponto central do plano de salvação de Deus para a humanidade.

Anunciação do Senhor e a esperança

Dom Antonio Luiz Catelan Ferreira / Foto: Reprodução Diocese de Umuarama

“O episódio da Anunciação se liga ao cumprimento das antigas promessas, à plenitude de sua realização em Cristo na totalidade da sua vida durante a Encarnação – com o auge na Paixão, Morte e Ressurreição – e à oferta universal de salvação por meio da efusão do Espírito Santo”, explica o bispo.

Ele observa que o cristianismo interpreta todas as ações divinas relatadas no Antigo Testamento, desde a Criação até a Encarnação, como preparatórias para esse grande evento. “O Antigo Testamento é totalmente voltado para Cristo e marcado pela espera da realização das promessas. Seu conteúdo, portanto, é a esperança de Cristo, a espera do Messias e do Salvador”, salienta.

Da mesma forma, prossegue Dom Catelan, a Nova Aliança, instituída por Jesus, continua marcada pela espera. “Não mais a espera do Cristo”, pontua, “mas a espera em Cristo, a espera de que chegue a plenitude dos tempos com todos os seus desdobramentos”.

Sendo assim, a Anunciação do Senhor, na qual se dá a Encarnação do Verbo Divino por meio do “sim” dado pela Virgem Maria, “pode ser vista, à luz do Antigo Testamento, como o cumprimento das promessas de Deus, e à luz do Novo Testamento, como o fundamento da nossa esperança em Deus, que cumpre as Suas promessas”, ressalta o bispo.

Maria, modelo de esperança

Dom Catelan salienta ainda o papel exercido pela Virgem Maria. Apesar do choque inicial pela saudação do anjo, ela não duvida da viabilidade do plano de Deus, mas apenas pergunta como ele se concretizará.

Com seu “sim”, ela se confirma como modelo de esperança para todos os cristãos, uma vez que “esperou em Deus, viu a realização das promessa divinas e continuou esperando em Deus e aceitando, guardando em seu coração, todos os desdobramentos que ela não conhecia por antecedência”.

Ainda assim, cita o bispo, Maria aceita e acolhe tudo o que Deus realiza, na crença de que não se pode esperar Dele nada que não conduza a humanidade à salvação. “Desse modo, ela nos ensina a viver a virtude da esperança como total confiança em Deus”, conclui Dom Catelan.

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