Moradores de Rua: A falácia da desigualdade social. Por Bruno Souza

Bruno Souza escreve artigo em que defende que o crescimento da população em situação de rua está ligado ao aumento do uso de drogas, e não à desigualdade social, criticando a atuação de ONGs e políticas permissivas.

A narrativa predominante de que a população em situação de rua é consequência direta da desigualdade social é uma falácia propagada por ONGs e militantes de esquerda. Essa visão simplesmente não resiste à análise dos fatos e dados atuais.

Se a desigualdade fosse a principal causa, como explicar o aumento recente dessa tragédia urbana? O Brasil sempre teve disparidades econômicas, mas nunca registrou tantas pessoas vivendo nas ruas como agora. No último ano, a população em situação de rua aumentou aproximadamente 25%, passando de 261.653 para 327.925 pessoas . Entretanto, nossa desigualdade não cresceu nessa proporção; o que se intensificou foi a permissividade com as drogas.

A propaganda ideológica tenta pintar o morador de rua como uma vítima do capitalismo. Porém, a verdade é que a maioria desses cidadãos não está nessa condição por falta de renda, mas devido à dependência química.

Se a pobreza fosse a causa principal, como explicar que regiões mais ricas do país tenham muito mais moradores de rua que as mais pobres? O Sudeste, a região mais desenvolvida, concentra 63% da população em situação de rua, enquanto o Nordeste, mais pobre, abriga apenas 14%. O estado de São Paulo, motor econômico do país, sozinho responde por 43% de todos os moradores de rua brasileiros. Faria sentido que a estado mais rico do Brasil abrigue quase metade dos desabrigados se a questão fosse pobreza? Claro que não.

O verdadeiro fator por trás do aumento explosivo da população de rua é o consumo de drogas praticamente liberado no Brasil. Nas últimas décadas, adotamos leis e posturas cada vez mais permissivas em relação às drogas, muitas vezes sob aplausos da militância que fala em “injustiça social”. Em 2006, o país afrouxou a lei de drogas, o que, na prática, resultou em impunidade para o consumo de todo tipo de droga. Basta andar pelo centro de certas cidades para ver centenas de viciados fumando crack à luz do dia. Alguém é preso por isso? Não. Virou “normal”. A mensagem para os jovens é desastrosa: usar droga não dá cadeia, podem ir fundo. Políticas frouxas com drogas resultam em mais dependentes crônicos e, consequentemente, mais pessoas morando nas ruas.

Enquanto isso, a esquerda e diversas ONGs fazem coro a uma versão distorcida da realidade, talvez porque se beneficiem dela politicamente e financeiramente. Já repararam como alguns movimentos “sociais” sobrevivem da existência do problema, não da solução dele? Existe uma verdadeira indústria da miséria por trás dessa narrativa. Organizações ditas “humanitárias” levantam fundos e recebem verbas públicas para “atender” moradores de rua, mas muitas delas se opõem a qualquer medida que realmente tire as pessoas das ruas – como internação involuntária para dependentes ou ações policiais contra o tráfico nos pontos de uso. Não seria porque, se o problema acabar, acaba também a mamata? Não sejamos ingênuos: há muito dinheiro envolvido – apenas em 2023, o Governo Lula destinou cerca de R$ 1 bilhão para a causa. Elas pregam compaixão, mas defendem justamente as políticas que mantêm os dependentes escravizados ao vício nas calçadas – tudo para reforçar a retórica de luta de classes e posar de salvadores dos “oprimidos”.

Não podemos ficar reféns dessa agenda ideológica. Existem soluções reais e exemplos de sucesso – claro, fora do radar da militância interessada. Vamos olhar casos concretos: Nova York. Nos anos 1980, a maior cidade dos EUA estava tomada pelo crack e pela violência, muito parecida com cenas que vemos hoje no Brasil. O que mudou? Vontade política e pulso firme. A partir de 1994, o prefeito Rudy Giuliani implementou a tolerância zero ao uso de drogas e ao tráfico, reforçou a polícia e encarou de frente a epidemia de drogas. O resultado? Uma transformação impressionante: em poucos anos, Nova York deixou de ser aquela “cracolândia” a céu aberto e se tornou uma das cidades mais seguras e visitadas do mundo. A criminalidade despencou e aquelas cenas dantescas de viciados nas praças praticamente desapareceram.

A lição é clara: quando se combate o uso de drogas e o crime com rigor, o problema diminui. No entanto, no Brasil, o problema não reside na ação policial de prender, mas na incapacidade do judiciário de manter os criminosos encarcerados. Por outro lado, em ambientes onde prevalece a permissividade, os problemas se agravam. Um exemplo disso é a Califórnia, um estado americano conhecido por suas políticas progressistas, que atualmente abriga cerca de metade(!) de todos os moradores de rua dos Estados Unidos. Essa abordagem romântica e leniente em relação às drogas e a direitos mal interpretados resulta em uma queda na qualidade de vida e no aumento significativo da população em situação de rua.

E o Brasil, vai continuar acreditando nas desculpas convenientes ou vai encarar a realidade de frente? Está na hora de abrir os olhos e exigir mudança. A população de rua não cresce por conta da “má distribuição de renda” – cresce porque falta coragem de enfrentar o verdadeiro inimigo: as drogas e o crime que as cerca. O morador de rua não precisa de demagogia culpando “desigualdade”, precisa é de libertação do vício e oportunidade de reintegração. Essa é a verdadeira compaixão – o resto é conversa fiada.


Bruno Souza é secretário de Assistência Social de Florianópolis.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.