Kirsty Coventry se Torna Primeira Mulher a Liderar o Comitê Olímpico Internacional

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Kirsty Coventry foi eleita presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) nesta quinta-feira (20), tornando-se a primeira mulher e a primeira africana a liderar a organização multiesportiva mais rica do mundo em seus 130 anos de história.

A grande nadadora do Zimbábue, que já era uma personalidade imponente nos círculos olímpicos, saiu vitoriosa para substituir Thomas Bach, garantindo o cargo mais importante do esporte mundial e dando início a uma nova era para os Jogos.

“É um sinal realmente poderoso”, ela sorriu ao perceber a vitória. “É um sinal de que somos realmente globais e que evoluímos para uma organização que é realmente aberta à diversidade e que vamos continuar.”

Kirsty Coventry precisou de apenas uma rodada de votação para vencer a disputa para suceder Bach, ganhando uma maioria absoluta imediata na votação secreta com 49 dos 97 votos disponíveis.

A ex-campeã olímpica superou o espanhol Juan Antonio Samaranch Jr. em segundo lugar, com 28 votos. O britânico Sebastian Coe, considerado um dos favoritos nos dias que antecederam a votação, ficou em terceiro lugar com oito votos.

Os votos restantes foram para o francês David Lappartient, o príncipe Feisal da Jordânia, o sueco Johan Eliasch e o japonês Morinari Watanabe.

“Não se trata apenas de uma grande honra, mas também de um lembrete do meu compromisso com cada um de vocês de que liderarei esta organização com muito orgulho”, disse Coventry, radiante, aos membros do Comitê Olímpico Internacional, no luxuoso resort à beira-mar no sudoeste do Peloponeso, na Grécia, que sediou a sessão.

“Vou deixar todos vocês muito, muito orgulhosos e, espero, extremamente confiantes com a escolha que fizeram hoje, obrigada do fundo do meu coração”, acrescentou.

“Vou me sentar com o presidente Bach. Teremos alguns meses para a posse. E quero me concentrar em reunir todos os candidatos. Houve muitas boas ideias e trocas de ideias nos últimos seis meses.”

Demonstração de união

A vitória de Coventry no primeiro turno foi uma demonstração de unidade no órgão, disse ela.

“É extremamente importante que sejamos uma frente unida e que trabalhemos juntos. Nem sempre concordamos, mas temos de ser capazes de nos unir para a melhoria do movimento.”

A sete vezes medalhista olímpica foi adicionada à Comissão de Atletas do COI em 2012, e sua eleição para o cargo mais alto sinaliza uma nova era para o Comitê Olímpico Internacional, com expectativas de que ela trará uma nova perspectiva para questões urgentes, como os direitos dos atletas, o debate sobre gênero e a sustentabilidade dos Jogos.

Defensora do desenvolvimento esportivo na África, Coventry se comprometeu a ampliar a participação olímpica e a garantir que os Jogos permaneçam relevantes para as gerações mais jovens.

Ela também herda a complexa tarefa de navegar pelas relações com as federações esportivas e patrocinadores globais e, ao mesmo tempo, manter a estabilidade financeira do COI, que tem dependido muito de seus acordos multibilionários de transmissão e patrocínio.

Quando ela assumir o comando, a comunidade esportiva global estará atenta para ver como Coventry moldará o futuro da maior organização multiesportiva do mundo.

Todos os membros do COI com tendências supersticiosas podem ficar mais tranquilos esta noite — o toque de ouro de Kirsty Coventry na Grécia não mostra sinais de enfraquecimento.

Campeã em Atenas 2004, vitoriosa novamente em Pylos, os presságios estão se acumulando.

“A Grécia parece ser meu amuleto da sorte”, sorriu ela.

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