Entidade de oficiais militares reage à declaração do ministro Ricardo Lewandowski

A Associação de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (Acors) reagiu às declarações do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, de que “a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”.

Em nota oficial assinada pelo presidente, coronel PM Sérgio Luiz Sell, a Acors afirma que “o ministro não apenas desrespeita o trabalho árduo, dedicado e muitas vezes heroico desempenhado pelas forças policiais de todo o país, mas também lança sobre elas uma sombra de descrédito que não condiz com a realidade enfrentada diariamente por esses profissionais em prol da segurança da sociedade brasileira”.

A Acors considera “inaceitável” o ocupante de um cargo “que deveria ser o principal defensor das forças de segurança pública opte por generalizar e desqualificar o trabalho policial, transferindo a responsabilidade por eventuais falhas no sistema de justiça exclusivamente para aqueles que estão na ponta, enfrentando o crime organizado e a violência urbana com as ferramentas que possuem”.

Pontua, ainda, que a soltura de criminosos não pode ser atribuída apenas à suposta qualidade das prisões realizadas pelas polícias. ‘Trata-se de uma questão complexa que envolve todo o sistema de justiça criminal, incluindo a legislação muitas vezes leniente, a interpretação judicial e a falta de estrutura para a manutenção de presos, fatores que fogem completamente ao controle das instituições policiais”, afirma

O texto destaca o trabalho realizado pelos profissionais da segurança pública de Santa Catarina e no país. “Com coragem, determinação e um senso inabalável de dever, colocam-se na linha de frente contra a criminalidade, arriscando a própria integridade física e emocional para garantir que as ruas sejam mais seguras, que as famílias possam viver em paz e que a ordem pública seja mantida. Falar que ´a polícia prende mal´ é ignorar o esforço incansável desses agentes, que operam frequentemente em condições precárias, com recursos limitados e sob uma pressão constante para cumprir seu papel constitucional”, registra.

A Acors destaca que as polícias de Santa Catarina têm se destacado nacionalmente “por sua eficiência, organização e comprometimento”, com “operações bem-sucedidas que resultaram na prisão de criminosos perigosos, no desmantelamento de quadrilhas organizadas e na apreensão de grandes quantidades de drogas e armas que ameaçavam a tranquilidade da população. Esses resultados não são fruto de um trabalho “mal feito”, mas sim de uma atuação pautada por técnica, planejamento e, acima de tudo, dedicação à causa pública”.

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