Crenças meteorológicas sobre o tempo

Hoje, se quisermos saber se vai chover e se vamos enfrentar alguma tempestade ou calamidade, basta consultar o celular que temos sempre às mãos. E para saber se vamos ter sol ou chuva, calor ou frio em Brusque e região, é só clicar no blog do Ciro Groh. A Meteorologia ganhou status de ciência e nos presta um inestimável serviço. Ela nos previne sobre o que vem pela frente, em matéria de sol e seca, chuva e inundação, vento e tempestade de causar calamidade. Não era assim, no meu tempo de guri, época em que os pescadores eram os magos do tempo.

Suas previsões nem sempre davam certo. Não porque gostassem de mentir, fama que levam, provavelmente, pelos exageros aplicados nas suas histórias de pescaria. Bem que se esforçavam para acertar se os dias seguintes seriam de sol ou de chuva. Afinal, quem é consultado é sábio. Aos menos, assim é visto. A verdade é que muitas vezes ouvi os pescadores e também os mais velhos dizerem que se o tempo estava de lestada, seria uma semana de chuvarada. E se não mudasse na próxima fase da lua, seria mais uma semana de chuva.

Era um ditado baseado na experiência, uma crença consagrada pela tradição dos pescadores de origem açoriana, que tinham os ranchos das suas canoas nas muitas praias e enseadas do nosso belo e entrecortado litoral. Poucos restaram desses bravos pescadores, que enfrentavam o mar em busca do peixe fresco para sustento da família.

Essa forma de sabedoria popular ainda permanece e a ciência meteorológica deve ter a sua explicação para esse tempo chuvoso. Provavelmente, na nossa região, os ventos do quadrante leste ao sul são portadores de nuvens carregadas de umidade.

E por falar em crenças sobre o tempo, hoje é dia de São José. Com certeza, os agricultores do sertão nordestino estão rezando em coro ao santo padroeiro para que a chuva despenque dos céus, nesta quarta-feira. Se assim acontecer, acreditam eles que será um inverno chuvoso. No sertão não faltará água, uma boa colheita estará garantida e “o verde voltará a cobrir a terra ardente que nem fogueira de São João”, como cantou o genial Luiz Gonzaga.

Crenças, rezas e orações para acabar com a seca e a chuva voltar ao sertão, nunca faltaram aos nordestinos. Nem sempre o santo padroeiro das chuvas tem ouvido as suas preces, pois longos períodos de seca de matar o gado e queimar a plantação têm castigado o povo sertanejo. Mas, a fé do nordestino do sertão é inabalável. Mesmo que São José se esqueça de mandar chuva, o sertanejo ainda perde perdão por não ter rezado direito.

Como Fagner cantou na sua bela Súplica Cearense: “Oh! Deus me perdoe se eu não rezei direito. Eu acho que a culpa foi desse pobre, que nem sabe fazer oração”.

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