CEO do futuro: qual cargo pode levar a essa cadeira?

Por Fernando Poziomczyk, sócio da Wide Executive Search.

A construção de carreira para chegar à cadeira de CEO não é ortodoxa. Para se tornar o capitão que comandará a empresa e seus tripulantes, existe uma dinâmica natural de crescimento necessária de ser passada para que este profissional desenvolva as valências precisas para se conectar e inspirar as equipes, as direcionando conforme os objetivos desejados. Mas, a grande pergunta que os ambiciosos a esta posição fazem é: qual a melhor forma de atingir esse cargo? E, quais outras experiências precisam ter para contribuir com essa jornada?

Muitos estudos indicam que grande parte dos CEOs atuais ocuparam, anteriormente, a função de CFO. De fato, essa é uma cadeira bastante vantajosa competitivamente rumo a posição de CEO, e costuma ser a via mais lógica para isso.

O Chief Financial Officer é quem costuma ter a “chave do cofre” das empresas. Ele acompanha a área comercial do empreendimento, os projetos internos, e mantém relacionamentos bancários importantes para a saúde econômica corporativa. Por lidar com responsabilidades mais sensíveis às operações empresariais e ter acesso a informações de alto grau de relevância interna, é o que o torna, por consequência, um dos profissionais com maior grau de credibilidade e penetração internamente, quando comparado aos outros executivos.

Como tem um viés mais técnico em suas responsabilidades, normalmente, se cercam de pessoas estratégias de outras áreas (comercial, marketing, vendas etc.) para auxiliá-lo rumo à progressão ao cargo CEO – todas essas, características que justificam a maior predominância de CFOs antecessores ao Chief Executive Officer.

Contudo, por mais que essa dinâmica acabe prevalecendo e sendo a mais “natural” do mercado, não é um processo científico e rígido de ser seguido, não excluindo outras pessoas de outras áreas a atingirem essa posição. Na prática, aqueles que desejarem percorrer essa trajetória deverão se preocupar, muito além de desenvolver as habilidades técnicas precisas, se aprimorar como líder de pessoas e de processos, tendo a capacidade de inspirar e fazer entregas para ascender ao longo do tempo para cadeiras mais seniores, deixando de ser um profissional vertical para um transversal.

Afinal, um bom CEO deverá ter uma visão estratégica e minuciosa acerca de todas as áreas da empresa. Mesmo não dispondo de um amplo conhecimento e aprofundamento em todas, precisará enxergar o todo com inteligência e saber fazer as coisas acontecerem. Isso, além de se cercar de pessoas estratégias que o auxiliem nessa tomada de decisões, nas quais confie para entender, com melhor assertividade, tudo que está acontecendo internamente para que saiba o que fazer a fim de melhorar os resultados conquistados.

É inegável o destaque do cargo de CEO como um dos mais cobiçados do mercado em termos de progressão de carreira. Apesar de, por muito tempo, ter sido apenas visto como uma posição que traria enormes bônus a seus ocupantes, hoje essas referências também trazem e elucidaram seu ônus – não apenas em termos de responsabilidade, como também da solidão de ocupá-lo, no que condiz sua tomada de decisões e relevância para a progressão e prosperidade corporativa.

Essa maior clareza, por mais que também tenha feito com que muitas pessoas deixassem de desejar, fortemente, a ocupar esse cargo, foi um movimento extremamente positivo de despertar a autorreflexão individual do que querem em suas trajetórias profissionais.

Aos que almejam se tornar um CEO, é preciso ter claro em mente as complexidades das responsabilidades desta posição, para que, ao se depararem com qualquer encruzilhada, não tendam a abandonar do navio ao invés de terem resiliência e persistência para driblar as dificuldades e alavancar a empresa em seu segmento. É, de fato, uma cadeira solitária, mas que, aos que realmente quiserem aceitar o desafio, pode trazer vantagens excepcionais para seu renome no mercado.

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