Estilos italiano e argentino influenciam cortes à tesoura

O mercado de beleza masculino está em constante evolução, e uma das tendências que vêm ganhando destaque é a preferência por cortes feitos à tesoura, como os modelos italiano e argentino, que valorizam cabelos mais cheios e naturais. É o que afirma Anderson Galdino, barbeiro há mais de duas décadas.

De acordo com uma pesquisa recente, compartilhada pelo Estadão, sete a cada dez homens brasileiros (72%) declararam cuidar da própria beleza, um número que reflete a mudança de comportamento e a quebra de tabus relacionados à vaidade masculina, como destaca Galdino.

Ele observa que essa transformação é impulsionada pela internet e pela sociedade contemporânea: “Vejo que os homens hoje estão mais vaidosos devido à internet, que vem sempre exigindo uma imagem masculina mais limpa e cuidada”, ressalta o especialista, que atua com diversos jogadores de futebol e reconhece o poder de influência desses atletas sobre os rumos da moda masculina.

“Além disso”, acrescenta, “percebo que diminuiu aquela visão machista em que homem não faz unha, progressiva, luzes e coloração, entre outros elementos. Hoje, o homem ser vaidoso é algo positivo e bem-visto”.

O barbeiro profissional também destaca que o mercado de trabalho tem um papel importante nesse cenário. “Nossa imagem é o nosso cartão de visita. Estar apresentável é bem-visto pela sociedade e dentro do dia a dia corporativo”. 

A ascensão dos cortes à tesoura

Anderson Galdino aponta que os cortes feitos à tesoura, como o italiano e o argentino, estão em alta e representam uma mudança significativa em relação aos cortes tradicionais feitos com máquina.

“Na minha época, você cortava o cabelo todo na tesoura, texturizando, repicando, desfiando. Essa é uma tendência muito forte este ano. Com a saturação do degradê, surgiu a pegada do corte mais cheio, com influência italiana”, pontua. “É só observar as grandes marcas: hoje em dia, por todo o mundo, os modelos apresentam um cabelo mais cheio e longo, feito na tesoura. Isso influencia os homens a buscar uma imagem que está em alta”, completa.

Diferenciais dos cortes Italiano e argentino

Enquanto os cortes tradicionais com máquina, como o degradê, priorizam a praticidade e o visual mais curto, os cortes à tesoura permitem maior personalização e valorizam o volume natural dos fios. Galdino explica que nem todos os cortes combinam com todos os formatos de rosto, e é aí que entra a expertise do profissional:

“Nem sempre um corte específico combina com o rosto do cliente. Para isso, a gente sempre recomenda uma consulta de visagismo antes. Em alguns casos, os homens almejam determinado corte de cabelo, mas este não combina com o rosto”, observa.

“Cabe a nós profissionais, indicar o que fica melhor. Muitas vezes, um corte feito na máquina mais alta já muda a estética da máquina baixa e é mais fácil de harmonizar”, explica.

Manutenção e produtos recomendados

Para manter o visual “impecável”, Galdino recomenda uma manutenção frequente: “Um corte na tesoura requer uma manutenção de vinte em vinte dias, no máximo, para sempre estar alinhado”, destaca “Além disso, o uso de produtos adequados é essencial para preservar o volume e a textura do corte”, ressalta.

O barbeiro, que já publicou uma apostila com técnicas de barbearia, conta que sempre recomenda pomada em pó para os cabelos mais lisos, para poder dar o volume que os clientes procuram. “Mas depende do cabelo também: para cabelos mais grossos, recomendo a pomada mais seca”, explica.

A barba como complemento do visual

Galdino também ressalta a importância de cuidar da barba para acompanhar o estilo dos cortes à tesoura: “O tratamento da barba para acompanhar esse estilo de corte necessita de uma frequência”, esclarece.

Ele destaca que a tendência dos cortes à tesoura, como o italiano e o argentino, reflete a busca dos homens por um visual mais natural, elegante e personalizado. “Com o crescimento do mercado de beleza masculino e a quebra de estereótipos, os cuidados com a aparência estão se tornando cada vez mais comuns e valorizados”, pontua.

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