Papa aprova caminho de acompanhamento da implementação do Sínodo

Em carta divulgada neste sábado, 15, Cardeal Mario Grech detalha processo a ser vivido pela Igreja que culminará em Assembleia Eclesial no Vaticano em 2028

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Sínodo sobre a Sinodalidade foi o primeiro a ser realizado na Sala Paulo VI / Foto: Reprodução Vatican Media

A Santa Sé divulgou neste sábado, 15, uma carta do secretário-geral da Secretaria Geral do Sínodo, Cardeal Mario Grech, sobre o processo de acompanhamento da fase de implementação do Sínodo.

Entre 2021 e 2024, foi realizado o Sínodo sobre a Sinodalidade. A Igreja percorreu um caminho de escuta durante três anos que culminou com a elaboração do Documento final da 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em duas fases.

Agora, com a aprovação final do Papa Francisco (dada na terça-feira, 11), foi lançado um caminho de acompanhamento e avaliação da fase de implementação pela Secretaria Geral do Sínodo. “Esse caminho envolverá as Dioceses e Eparquias, Conferências episcopais e Estruturas hierárquicas das Igrejas Orientais Católicas, bem como seus agrupamentos continentais, que também terão o cuidado de envolver institutos de vida consagrada, sociedades de vida apostólica, associações de leigos, movimentos eclesiais e novas comunidades presentes em seus territórios”, explica Grech em sua carta.

Além disso, o cardeal destaca que este processo de acompanhamento culminará na celebração de uma Assembleia Eclesial no Vaticano em outubro de 2028. “Não estamos procedendo com a convocação de um novo Sínodo, optando, em vez disso, por um processo de consolidação do caminho já percorrido”, frisa.

Implementação do Documento Final

Logo após a conclusão do Sínodo da Sinodalidade, o Pontífice especificou que o Documento Final “faz parte do Magistério ordinário do Sucessor de Pedro” e, por isso, deve ser aceito. Apesar de não ser estritamente normativo, ainda assim o texto “compromete as Igrejas a fazerem escolhas coerentes”, detalha Grech.

Ele observa ainda que “a fase de implementação do Sínodo deve ser entendida não como uma mera ‘aplicação’ de diretrizes vindas de cima, mas como um processo de ‘recepção’ das orientações expressas pelo Documento final de maneira adequada às culturas locais e às necessidades das comunidades”.

Ao mesmo tempo, acrescenta o secretário-geral, é preciso agir como um todo, harmonizando a aplicação do documento dos diferentes contextos eclesiais. “Essa é a razão do processo de acompanhamento e avaliação, que de forma alguma diminui a responsabilidade de cada Igreja”, sublinha.

“É de fundamental importância”, enfatiza o cardeal, “garantir que a fase de implementação seja ocasião para envolver novamente as pessoas que contribuíram e para devolver os frutos da escuta de todas as Igrejas e do discernimento dos Pastores na Assembleia sinodal: dessa forma, o diálogo já iniciado na fase de escuta terá continuidade”.

Eventos no caminho de acompanhamento

Por fim, Grech anuncia, na carta, a convocação de um Jubileu das equipes sinodais e dos órgãos de participação, que será realizado de 24 a 26 de outubro de 2025. “Trata-se de um encontro importante para reconhecer o valor desses organismos e das pessoas que neles prestam serviço”, explica, “inscrevendo assim o compromisso com a construção de uma Igreja cada vez mais sinodal no horizonte da esperança que não decepciona que celebramos no Jubileu”.

O texto divulgado pela Santa Sé é concluído com a previsão de uma programação para o caminho que será percorrido até a Assembleia Eclesial em 2028:

  • março de 2025: anúncio do processo de acompanhamento e avaliação;
  • maio de 2025: publicação do Documento de apoio para a fase de implementação com orientações para sua implementação;
  • junho de 2025 – dezembro de 2026: percursos de implementação nas Igrejas locais e em seus agrupamentos;
  • 24 a 26 de outubro de 2025: Jubileu das equipes sinodais e dos órgãos de participação;
  • primeiro semestre de 2027: Assembleias de avaliação nas Dioceses e Eparquias;
  • segundo semestre de 2027: Assembleias de avaliação nas Conferências episcopais nacionais e internacionais, nas Estruturas hierárquicas orientais e em outros agrupamentos de Igrejas;
  • primeiro semestre de 2028: Assembleias continentais de avaliação;
  • junho de 2028: publicação do Instrumentum laboris para o trabalho da Assembleia eclesial de outubro de 2028;
  • outubro de 2028: celebração da Assembleia eclesial no Vaticano.

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