Além do Dinheiro: Conheça a Nova Tendência do Salário Emocional

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Os profissionais estão mais desengajados do que nunca, e os números refletem essa crise. No Brasil, 72% da força de trabalho não se sente envolvida com o emprego, segundo um estudo de 2023 da Gallup, um cenário que também é observado globalmente. De acordo com o relatório State of the Global Workplace 2024, apenas 23% dos profissionais ao redor do mundo se dizem engajados. Nos Estados Unidos, o índice caiu para seu menor nível em uma década, com apenas 31% das pessoas conectadas com seus trabalhos.

Para 79% da força de trabalho, as principais razões para o desengajamento são salários abaixo das expectativas e falta de reconhecimento, mostra um estudo da MyPerfectResume.

Diante desse cenário, cresce entre as empresas uma alternativa estratégica: os salários emocionais. Esse modelo de compensação não monetária busca fortalecer o vínculo entre profissionais e organizações, oferecendo benefícios intangíveis que priorizam bem-estar mental, social e físico. “Funcionários que se sentem emocionalmente, psicologicamente e fisicamente apoiados por suas organizações são muito mais engajados, resilientes, produtivos e de alto desempenho”, afirma Peter Miscovich, diretor executivo da consultoria imobiliária JLL.

Em tempos econômicos desafiadores, aumentar os salários pode parecer a solução mais óbvia para reter talentos. No entanto, os salários emocionais têm se mostrado uma alternativa viável e eficaz, especialmente quando os aumentos financeiros não são possíveis.

O impacto do desengajamento

A falta de reconhecimento e a remuneração insuficiente têm levado muitos profissionais a perderem o interesse em seus empregos, desencadeando uma crise de produtividade no ambiente corporativo. Em um mercado estagnado, o desengajamento se torna um ciclo vicioso: funcionários insatisfeitos reduzem sua produtividade, impactam negativamente a cultura organizacional e aumentam os índices de rotatividade.

Um estudo com mais de 2 mil empresas nos EUA revelou que quase 50% delas optaram por reduzir salários em vez de realizar demissões como resposta às pressões econômicas. No entanto, essa estratégia teve um efeito colateral: 33% dessas empresas relataram uma queda significativa na satisfação dos funcionários, ampliando o risco de desmotivação e perda de talentos.

Para reverter esse quadro, as empresas podem ir além da compensação financeira e adotar estratégias que fortaleçam o vínculo entre empregador e funcionário. A implementação de salários emocionais, como um ambiente de trabalho mais flexível, benefícios diferenciados e maior alinhamento com a missão da organização, pode ser um diferencial competitivo. Pesquisas indicam que profissionais abririam mão de 8,9% de seu salário anual por horários de trabalho flexíveis e 8,3% por um modelo remoto mais equilibrado.

Funcionários que se sentem reconhecidos e valorizados pelas empresas têm menos risco de estresse, esgotamento e problemas de saúde mental, além de serem mais engajados e produtivos. Para as companhias, isso se traduz não apenas em um melhor ambiente organizacional, mas também em resultados mais sólidos e sustentáveis a longo prazo.

Salário emocional pode reter talentos

O salário emocional não é apenas um diferencial, mas uma estratégia para a retenção de profissionais que já possuem uma remuneração confortável. David Bator, diretor do Achievers Workforce Institute, incentiva os líderes empresariais a adotarem a nova tendência. “As organizações que priorizam o salário emocional garantem um ambiente onde os funcionários são mais satisfeitos, produtivos e propensos a permanecer.”

De acordo com um estudo do instituto de pesquisa, 72% dos profissionais preferem um emprego no qual se sentem apoiados e reconhecidos, em vez de uma posição que pague 30% a mais, mas oferece um “salário emocional baixo”. “Os profissionais buscam uma trajetória de carreira clara, querem que seu trabalho árduo seja reconhecido, que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional seja respeitado e que se sintam parte de algo maior dentro da organização.”

Como colocar o salário emocional em prática

Para engajar os profissionais, as empresas precisam criar um ambiente onde os funcionários se sintam valorizados, motivados e reconhecidos. “Garantir que sua equipe esteja feliz aumenta a produtividade e reduz a rotatividade e os dias de afastamento por doença”, aponta Mark McDermott, CEO da empresa de software ScreenCloud. “O reconhecimento dos colaboradores é uma maneira eficaz de dar um impulso motivacional à equipe. Programas como ‘funcionário do mês’ ou outras iniciativas que incentivam os membros da equipe a elogiarem os esforços uns dos outros podem fazer com que os profissionais se sintam valorizados.”

Além dos benefícios de flexibilidade, tão caros aos profissionais, um bom exemplo dessa abordagem é o lançamento da ferramenta Rewards and Recognition da plataforma ZayZoon. A solução permite que as empresas reforcem as conexões com seus funcionários e celebrem suas conquistas. Líderes de RH e pequenas e médias empresas podem recompensar o trabalho dos colaboradores ao enviar cartões-presente instantâneos, comemorar as vitórias da equipe e monitorar o engajamento dos funcionários.

*Bryan Robinson é colaborador da Forbes USA. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento.

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