Após Tombo no Preço, Ainda Vale a Pena Comprar Bitcoin?

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Os preços do bitcoin oscilaram bastante nos últimos dias. No fim de fevereiro, as cotações caíram abaixo de US$ 79 mil na sexta-feira (28), perdendo cerca de 25% desde a máxima histórica de US$ 106 mil, registrada em 20 de janeiro, dia da posse de Donald Trump. Poucos dias depois, no domingo (2) os preços retornaram o nível de US$ 94 mil, para recuar para US$ 85 mil na noite da segunda-feira (3). As cotações de outras criptomoedas também foram afetadas pelo sentimento global de aversão ao risco, e as ações relacionadas ao setor cripto devem sofrer alguma pressão.

O bitcoin vinha sendo uma das apostas mais populares no governo Trump, devido às expectativas de um ambiente regulatório mais favorável sob a nova administração. No entanto, os investidores agora estão migrando para ativos mais seguros, à medida que Trump intensifica suas ameaças tarifárias. A confirmação, na noite da segunda-feira, de que as tarifas comerciais sobre produtos do Canadá e do México devem entrar em vigor de fato nesta terça-feira (3) derrubaram as ações, e o movimento afetou também as criptomoedas.

Fatores como a guerra comercial entre Estados Unidos, China, México e Canadá aumentam a incerteza global, levando o mercado a precificar juros elevados por um período mais prolongado. Esse ambiente tem impactado negativamente os preços dos criptoativos.

Para os analistas estamos diante de um excelente momento para compra. No entanto, é crucial manter a cautela diante das incertezas macroeconômicas e adotar uma estratégia de exposição gradual.

Segundo Virgílio Lage, analista da Valor Investimentos, o ponto entre US$ 80 mil a US$ 85 mil é um bom preço de entrada, mas visando longo prazo, não uma especulação de curto prazo. Para se proteger, a melhor forma é comprar de formas graduais o Bitcoin. Se o investidor vai investir, por exemplo, R$ 100 mil, ele compra em parcelas de R$ 10 mil entre os patamares de US$ 70 mil e US$ 80 mil. “O investidor deve fazer compras graduais, se protegendo de grandes oscilações da criptomoeda no curtíssimo prazo.”

Os indicadores de sentimento de mercado mostram investidores preocupados. Na noite da segunda-feira, o índice Fear and Greed, que mede o total de apostas na baixa e na alta do bitcoin, indicava 33 pontos, na região pessimista. O índice varia de zero a 100, e valores abaixo de 50 indicam uma pressão de venda. O indicador chegou a 16 pontos no sábado, indicando “medo extremo”. Esse nível indica que o mercado está altamente sobrevendido, com investidores predominantemente receosos de manter suas posições e, em muitos casos, liquidando seus ativos.

No entanto, o sentimento está um pouco melhor do que dois dias atrás. Ao avaliar os indicadores on-chain, os analistas notam que as cotações estão longe das máximas históricas. Isso sugere que ainda há uma margem significativa para exposição e oferece uma oportunidade de compra.

Felipe Martorano, analista da Levante Investimentos, afirma que a cotação ao redor de US$ 80 mil é um bom ponto de entrar. “No entanto”, diz ele, “quem já possui exposição ao mercado de criptomoedas ou deseja entrar agora deve adotar uma estratégia fracionada, dividindo os investimentos em momentos diferentes, especialmente em um cenário de grande incerteza como o atual.”

Outro ponto importante é a crescente participação de investidores institucionais tradicionais no mercado de criptomoedas. Com isso, a correlação entre o mercado de capitais e os criptoativos tem se intensificado. Dessa forma, uma recuperação mais expressiva no preço do bitcoin e das altcoins só ocorrerá quando o cenário macroeconômico convergir para uma percepção de risco reduzida.

 

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