Catequese do Papa: o encontro com Cristo reacende a esperança

Francisco segue internado, mas preparou reflexão da tradicional catequese de quarta-feira, publicada pela Santa Sé

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco na Audiência Geral de 12 de fevereiro de 2025, última antes de sua internação o Hospital Gemelli / Foto: Alessia Giuliani/Hans Lucas via Reuters Connect

A Santa Sé publicou o texto preparado pelo Papa Francisco para a catequese desta quarta-feira, 26. Devido à internação no Hospital Gemelli, o Pontífice teve seus compromissos cancelados, inclusive as Audiências Gerais.

Seguindo com o ciclo de catequeses sobre a esperança em meio ao Jubileu 2025, o Santo Padre apresenta, no texto, reflexões sobre a apresentação de Jesus no templo. Ele inicia apontando que, nos relatos da infância de Cristo, São Lucas registra a obediência da Virgem Maria e de São José à lei de Deus.

Na realidade, aponta Francisco, não era obrigatória a apresentação das crianças no templo, mas era considerada uma prática religiosa importante. Contudo, “Maria e José não se limitam a inserir Jesus numa história de família, de povo, de aliança com o Senhor Deus”, cita o Papa. “Eles cuidam da sua proteção e do seu crescimento, e o introduzem na atmosfera da fé e do culto”, prossegue, “e eles mesmos crescem gradualmente na compreensão de uma vocação que os supera em grande medida”.

Desta forma, na apresentação do menino no templo se dá o primeiro ato de adoração de Jesus, celebrado na cidade santa de Jerusalém, “que será a meta de todo o seu ministério itinerante a partir do momento em que tomará a firme decisão de ir até lá (Lc 9,51), rumo ao cumprimento da sua missão”.

Consolo e esperança

No templo, o Espírito Santo fala ao coração de Simeão, que em meio à espera e ao desejo do cumprimento das promessas feitas por Deus, sente a presença do Messias. “Simeão abraça aquele menino que, pequeno e indefeso, repousa em seus braços; mas é ele, na realidade, que encontra o consolo e a plenitude de sua existência ao abraçá-lo”, afirma o Pontífice, citando na sequência a oração feita pelo profeta:

Agora, Senhor, deixai o vosso servo
ir em paz, segundo a vossa palavra,
porque os meus olhos viram a vossa salvação
que preparastes diante de todos os povos:
como luz para iluminar as nações
e para a glória do vosso povo de Israel.
(Lc 2,29-32)

O Santo Padre destaca que Simeão canta a alegria de quem viu e quer transmitir aos outro o encontro com o Salvador. “Ele é testemunha da fé, que recebe como dom e comunica aos outros; ele é testemunha da esperança que não desilude; é testemunha do amor de Deus, que enche o coração do homem de alegria e paz”, exprime.

Cristo reacende a esperança

Cheio desta consolação espiritual, pontua Francisco, o já idoso Simeão não vê a morte como fim, mas como realização e plenitude. Quem também faz a mesma experiência é Ana, viúva totalmente dedicada ao serviço no Templo e consagrada à oração.

“Ao ver o menino”, explica o Papa, “Ana celebra o Deus de Israel, que redimiu o seu povo precisamente naquele menino, e conta-o aos outros, propagando generosamente a palavra profética. Assim, o cântico da redenção de dois anciãos liberta o anúncio do Jubileu para todo o povo e para o mundo. No Templo de Jerusalém reacende-se a esperança nos corações, porque nele entrou Cristo, nossa esperança”.

Concluindo seu texto, o Pontífice exorta os fiéis a imitar Simeão e Ana, “que têm olhos límpidos capazes de ver além das aparências, que sabem ‘farejar’ a presença de Deus na pequenez, que conseguem receber com alegria a visita de Deus e reacender a esperança no coração dos irmãos”.

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